sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

FIERJ firme no processo contra Centauro

Os proprietários da Editora Centauro, que estão respondendo à ação na 28a. Vara Criminal pela edição e venda de livros nazistas, tentaram (já pela 3a. vez) afastar a FIERJ do processo, no qual atua como assistente de acusação. O Mandado de Segurança que impetraram foi julgado extinto, por unanimidade, pela 1a. Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, sendo mantida a FIERJ no processo, como assistente do Ministério Público. A defesa da FIERJ foi conduzida pelos Drs. Jacksohn Grossman, Ricardo Sidi e Ronaldo Orlowski, sendo feita por este a sustentação oral na sessão de julgamento.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Hitler na Ilha de Capri

Há cerca de dois anos atrás estourou um escândalo internacional quando uma vinícola italiana colocou no mercado vinhos com rótulos de diversos ditadores, entre eles Hitler e Mussolini. Parece que a reação da comunidade judaica italiana, que se esqueceu de sua destruição pelo facismo, foi fraca e não produziu efeitos. Um membro de nossa comunidade em passagem pela paradisíaca Ilha de Capri, encontrou essa aberração de propaganda neo-nazista numa loja de souvenirs. Não deve estar vendendo muito, pois custava 16 Euros já com desconto de 20%. Nem durante o regime nazista houve uma coisa destas. Repudiamos essa vergonha para os italianos e também a imobilidade da comunidade de lá em tomar providências, até porque a pessoa que colaborou conosco não foi a primeira judia a ir para Capri ou passar em outras lojas de souvenirs na Itália.

O Momento

O Momento

Herman Glanz (*)

Cesse tudo o que a antiga musa canta, que outro poder mais alto se alevanta.

O quente do momento é a morte do terrorista e principal mestre na tática do terror, Imad Mughniyeh, assassinado na Síria no dia 13 de fevereiro passado. Mughniyeh foi o cérebro e preparador dos ataques à Embaixada de Israel em Buenos Aires, em 1992, e à AMIA, na mesma Buenos Aires, em 1994.

O Irã, a Síria e Hizbollah estão se movimentado para atacar Israel, como forma de punição pelo assassinato de Mughniyeh, que dizem ter sido praticado por comandos israelenses.

Jornais árabes, ontem, sugerem que serviços secretos árabes sejam os responsáveis, e outras fontes sugerem que os libaneses maronitas o fizeram. O veterano correspondente da CNN, Jim Clancy, levanta a hipótese de que Mughniyeh pode estar vivo, não passando tudo de uma farsa para forjar um pretexto para atacar Israel, pois o Irã tem medo de ataques de Israel contra suas instalações nucleares.

Outros serviços libaneses dizem que a Síria executou o atentado para se posicionar bem junto aos Estados Unidos, traindo o Hizbollah, pois isso são coisas da política de interesses. O jornal Teheran Times diz que o caso tem ligação com o Líbano e Hizbollah, onde a eleição presidencial não se realiza há três meses devido a impasses partidários e que, recentes assassinatos no Líbano de membros importantes do Hizbollah, como os oito membros, em 27 de janeiro passado, fazem parte da onda para desviar a atenção, introduzida pelos Estados Unidos e Israel, face ao relatório final sobre a Guerra do Líbano II.

E o diário do Kuwait, Awan, diz que Mughniyeh morreu quando preparava um carro bomba. Outros jornais do mesmo Kuwait dizem que Mughniyeh estava preparando atentados em países árabes que se mostravam desinteressados em se juntar ao terror, e que, incluindo a Síria, resolveram eliminá-lo. Talvez nunca se saiba ao certo.

Os relatórios preliminares iranianos revelam danos maiores decorrentes do assassinato, com uma bomba colocada no carro do terrorista mor, que matou também agentes de sua segurança e da segurança síria. Todo o problema, se ocorreu mesmo o assassinato, diz respeito à competência que atribuem a Israel de chegar lá e passear, como fizeram com o bombardeio da central nuclear síria, quando a aviação israelense foi lá, bombardeou a central e saiu sem qualquer detecção dos radares.

O que preocupa Irã e Síria, sempre se de fato o caso existiu, são os serviços de informação israelenses, pois o Irã está colocando seus esforços nucleares na Síria, e tudo pode ser, ou ter sido, descoberto por Israel. Mesmo se o assassinato seja uma farsa, podem ter verificado que agentes estrangeiros, principalmente israelenses, tenham descoberto informações importantes. Igualmente o Hizbollah, apoiado e orientado pelo Irã, está em alerta, dizendo ter colocado 50.000 homens para atacar Israel.

Em Israel, o Primeiro Ministro, Olmert, o Ministro da Defesa, Ehud Barak, o Chefe do Estado Maior, Ashkenazi, e os dirigentes dos Serviços Secretos, externo e interno estão num exercício de jogos de guerra, para não serem apanhados de surpresa. Os comandos do norte de Israel estão em alerta. Está Israel também preocupado com possíveis ataques a judeus, mundo afora.

Por intermédio do Hizbollah, estão sendo preparados ataques a alvos ocidentais em todo o mundo. No dia 30 de janeiro, os serviços secretos franceses prenderam em Paris seis árabes suspeitos de preparativos do terror na Europa. Os Estados Unidos se mostram cautelosos. Por outro lado, tudo pode estar ligado, também, às vantagens que vêm alcançando os Estados Unidos no Iraque, onde os ataques às forças da coalizão caíram em 80%, desviando-se, assim, a atenção, especialmente em momento das campanhas dos candidatos às eleições presidenciais americanas.

O fato é que a situação é muito preocupante, pois não se sabe como e onde os ataques do Hizbollah e Irã poderão ocorrer, pois querem ataques de impacto. Será um míssil iraniano sobre Israel? Líderes do Irã falaram que logo haverá alegria pela eliminação da "entidade sionista". Será algum alvo israelense e judaico pelo mundo? Israel já alertou as comunidades judaicas. Preocupa muito.

A política mundial é um intrincado jogo de xadrez, onde cada passo pode ser importante ou fatal. E, como sempre, sofre Israel, e sofrem os judeus.

Um terremoto atingiu Israel na sexta-feira, que teve como epicentro o Líbano, e abriu uma cratera na praça do Monte do Templo. Os muçulmanos culpam Israel. Sempre culpado.

(*) Herman Glanz - Presidente da Organização Sionista do Brasil

21 de fevereiro – Tomada de Monte Castelo

21 de fevereiro – Tomada de Monte Castelo
O passado não pode ser esquecido


Israel Blajberg (*)

Ao aproximar-se o 21 de fevereiro de 1945, quando os bravos da FEB foram vitoriosos no quarto e último assalto a Monte Castelo, nossos pensamentos voltam-se para aqueles heróis.

A Alemanha Nazista foi derrotada, entretanto mesmo após tanto sofrimento, ainda hoje de 25% a 40% enxergam aspectos positivos na ditadura de Hitler e de 20% a 40% são anti-semitas, conforme concluiu estudo de uma universidade alemã.

O dia 30 de janeiro de 2008 marcou os 75 anos da subida de Hitler ao poder em 1933, sendo que a partir de 1941 o Brasil foi covardemente agredido pela Alemanha Nazista: 38 navios mercantes torpedeados, 549 tripulantes e 502 passageiros afogados, 1.051 preciosas vidas brasileiras.

O Monte Castelo havia sido atacado 3 vezes por tropas brasileiras e americanas, em novembro e dezembro de 1944.

A infantaria avançava penosamente pela neve e lama, sob um fogo pesado. Clássica situação dos manuais: o inimigo tem a vantagem da altura. Mesmo assim alguns pelotões conseguiram atingir o cume do monte, tendo de se retirar após sofrer pesadas baixas. Um dos batalhões teve 15% de baixas entre mortos, feridos e desaparecidos.

Os tenentes Apollo Miguel Rezk e Moises Chahon, que comandavam pelotões na cota 958, e o tenente Gervasio Deschamps, que subira com parte de seu pelotão continuaram a resistir - embora a ordem fosse para recuar.

A vitória final veio ao cair da tarde do dia 21, com apoio do 1°. Grupo de Caça, o Senta-a-Pua, e da Artilharia Divisionária.

O 1°. RI - Regimento Sampaio finalmente conquistou as casamatas da cota 977 do Monte Castelo, resistindo à fadiga, a estafa e ao frio, e ainda tendo de cavar trincheiras para a eventualidade do contra-ataque alemão que jamais chegou.

Por bravura em ação, diversos pracinhas foram condecorados com as mais valiosas medalhas brasileiras e americanas, entre os quais o Herói da Reserva, Ten Apollo Miguel Rezk, Cmt Pel da 6ª. Cia, que recebeu a Silver Star Medal, junto com Chahon e Gervasio, e o Capitão Valdir Moreira Sampaio, Cmt da 5ª. Cia do 2°. Btl, que recebeu a Bronze Star Medal, todos do Regimento Sampaio.

O Brasil se orgulhou dos seus pracinhas, que enfrentaram os nazistas na neve das escarpas sob fogo de metralhadoras e morteiros do alto, levando apenas o armamento, a própria ração, e a coragem exemplar.

Neste 2008 que começa sob ameaças do terror, o 21 de Fevereiro ganha significado ainda mais relevante. Como farol na escuridão lembra 63 anos depois que o mesmo perigo ainda ronda ameaçador.

Quando o terrorismo internacional emula novamente os pérfidos postulados nazistas, cabe perguntar se os sucessores de Roosevelt, Churchill e Eisenhower pretendem novamente esperar até que seja tarde demais ?

E se o mesmo silêncio do Papa de ontem será mantido pelo de hoje?

E se a negativa de Londres e Washington de bombardear os campos de morte ou pelo menos os trilhos que a eles levavam será replicada diante da ameaça agora nuclear.

Mais um pouco e teremos os 70 anos da Noite dos Cristais de novembro de 1938, e da invasão da Polônia em setembro de 1939, sem que o Mundo desperte e se levante contra os que, sem pudor algum, assumem os mesmos contornos cruéis.

Elie Wiesel, Prêmio Nobel da Paz de 1986 e sobrevivente de Auschwitz, em sua obra interpreta o canto de uma geração perdida:

"... desde o fim do pesadelo rebusco o passado ... quanto mais longe vou, menos compreendo ... talvez não haja nada a compreender..."

A Humanidade segue na corda bamba, sem conseguir entender que o compromisso de Wiesel, originado no sofrimento do seu povo, se amplia para abarcar todos os povos e raças oprimidas, e não se prende apenas ao passado, mas, o que é pior, ao futuro.

Passadas mais de seis décadas, o significado da batalha de Monte Castelo está cada vez mais atual.

Mas ainda há tempo. Novamente, é como se a cada dia estejamos lutando contra os mesmos inimigos, lançando outra vez as três primeiras investidas contra o mal encastelado no alto da crista, tentativas plenas de sacrifícios e perdas, mas com a certeza de que a vitória sofrida um dia chegará.

Por isso é tão importante que a cada ano sejam lembrados os combatentes de Monte Castelo, que com destemor nos ensinaram preciosa lição, deixando-nos seu legado para defender.

(*) Israel Blajberg - Diretor de Cidadania da FIERJ