segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Declarações do Presidente do Irã sobre o Estado de Israel

Estimados amigos,

Mais uma vez, o presidente do Irã, Sr. Ahmadinejad, expressa seu desejo de riscar Israel do mapa.

Encaminho a tradução de algumas recentes declarações do presidente do Irã a respeito do Estado de Israel, em 05 de Outubro de 2007.

* Citou novamente a sugestão anterior de um acampamento de Sionistas na Europa ou em grandes porções de terra, como o Canadá e Alasca, para que pudessem então ter sua própria terra;

* "Israel viola a santidade dos profetas, insulta a dignidade humana e a democracia, e afirma não ter nada a ver com estes atos";

* "Eles (Israel) se deram o luxo de cometer quaisquer crimes sob o pretexto do Holocausto. Até mesmo construíram prisões secretas na Europa... atacaram e impuseram sanções econômicas contra uma nação que não reconheceu oficialmente o regime Sionista";

* Declarou que a criação do regime Sionista, sua continuidade, sua existência e o apoio dos Estados Unidos a este regime são um insulto à dignidade humana e representam sua destruição;

* Ahmadinejad mencionou que os Sionistas devem se mudar para terras vazias da Europa ou da América do Norte, ou seja, totalmente para fora do Oriente Médio

Departamento de Comunicação e Relações Públicas
Embaixada de Israel/Embassy of Israel

As declarações completas em inglês podem ser encontradas neste link da agência de notícias oficial iraniana IRNA

sábado, 6 de outubro de 2007

Por que foi atacado o cemitério judaico em Lisboa?

As notícias que pipocaram pelo mundo nesta semana, sem repercussão no Brasil dão conta do primeiro ataque contra o cemitério judaico de Lisboa. Segundo uma longa conversa que tive com o escritor Richard Zimler, em sua passagem pelo Rio de Janeiro, sobre a comunidade judaica em Portugal, ele disse que no Porto, onde mora há mais de 10 anos e leciona jornalismo, há cerca de 30 judeus e que em Lisboa há cerca de 400. É até surpreendente para uma nação que torturou converteu e expulsou todos os seus judeus num processo iniciado no século 16 depois de 1.000 anos de convivência.

Aproveitamos a presença de Zimler nesta matéria para informar que seu próximo livro a ser lançado no Brasil será "A Sétima Porta" que aborda a guerra dos nazistas contra os deficientes físicos. E que no seu grande sucesso anterior, "O Último Cabalista de Lisboa", um dos assuntos tratados é o pogrom de 1506 onde judeus foram retirados de suas casas e mortos na frente de igrejas.

O ataque aconteceu no dia 25 de setembro onde foram pichadas suásticas em 20 túmulos do cemitério judaico de Lisboa. Nnomes foram arrancados de algumas lápides. Os dois nazis, um de 16 e outro de 24, o "Lobo Nazi" - chefe da quadirlha -, pularam o muro do cemitério às 22h50 e acabaram sendo presos pela polícia, alertada por vizinhos que ouviram ruídos no cemitério. Em seu poder foram encontradas "fotografias de pessoas ligadas à comunidade judaica e alvos judaicos marcados." Nos chips de seus celulares, foram rastreadas ligações para números de vários movimentos nazistas e de supremacia branca na Europa.

O Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME – de Portugal) condenou "de forma clara" os atos de vandalismo no Cemitério Judaico de Lisboa. Além de "condenar de forma clara este tipo de actos", o ACIME também os desvalorizou, sublinhando que "são casos pontuais e não reflectem o sentimento geral da sociedade portuguesa". O ACIME congratulou-se ainda com "a rapidez de actuação das autoridades".

O parágrafo anterior foi publicado pela agência LUSA, a agência oficial portuguesa. Note que houve uma clara intenção de caracterizar este ataque como "vandalismo" e não como anti-semitismo. A LUSA e o ACIME ainda definem os casos como pontuais e esquecem-se ou nem sabem dos diversos relatórios que apontam para o aumento do anti-semitismo na Europa nem notam o surgimento, cada vez maior de suásticas pichadas em Portugal.

Numa declaração exclusiva para o jornal Expresso, o presidente da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL), José Oulman Carp, disse que "a comunidade judaica está chocada com o que aconteceu e com o fato de situações destas terem chegado a Portugal".

Dos dois homens que atacaram o cemitério, um já estava respondendo um processo junto com outro grupo de skinheads por "discriminação racial e ofensas à integridade física". O outro, que havia sido investigado antes da prisão do grupo, não tinha sido identificado positivamente como skinhead.

Alm dessa prisão e processo onde os skinheads foram afiançados e soltos umas semanas atrás, há vários movimentos em Portugal, criados pelo governo, para cadastramento das antigas propriedades de judeus, tombamento das que ainda não foram tombadas, reformas de edificações antigas e até mesmo a criação do Dia do Holocausto na desconhecida cidade de Ribeirão.

Jornalistas e políticos dão apoio aos nazistas portugueses

Tal e qual bolhas de gás de uma matéria putrefada o nazismo em Portugal vai chegando à superfície. Poucas semanas atrás mostramos no Informe FIERJ Digital um jornal dos Açores, território de Portugal, defendendo a publicação de uma nova edição dos Protocolos dos Sábios de Sião. Portanto, os skinheads e nazistas lusitanos têm uma acolhida e gente que os defende na mídia.

Neste caso do cemitério de Lisboa, acabamos chegando a Humberto Nuno de Oliveira (alcunha HNO), presidente da Federação Européia de Karaté Gojo-Ryu, e líder do PARTIDO NACIONAL RENOVADOR no distrito de Santarem (PNR).

Em seu blog, coalhado de links para sites de grupos nazistas e revisionistas do Holocausto europeus, que ele intitulada ser o local onde pode ser encontrado diariamente na página digital do PNR português, esse Humberto Nuno de Oliveira escreveu o seguinte (negritos nossos):

A PROFANAÇÃO

Dois jovens, seguramente pouco atentos e cuidadosos, foram apanhados a profanar o cemitério israelita de Lisboa. Muito já foi escrito sobre o assunto e agitados outros tantos espantalhos. A verdade é que importa dizer que, para além da manifesta falta de tacto dos dois (um deles já indiciado noutro processo), importa sublinhar a absoluta falta de interesse do acto. Qual o objectivo "político" de invadir aquele antro para profanar as campas? Se a motivação é anti-judaica (poderá ser apenas um acto deslocado de afirmação de convicções estéticas), importará lembrar que os judeus que devem preocupar, quem assim pensa, são os vivos e não os que estão no "jardim das tabuletas" (será que esta expressão se adequará a tais cemitérios?). A verdade é que a Esther, o Joshua e outros integradíssimos "portugueses" se indignaram. A verdade é que ninguém se lembrou de apontar que até na morte os judeus são xenófobos - tal como o são no seu quotidiano - ao ponto de necessitarem de um cemitério só para eleitos, seguramente que mistura de vermes com os que se alimentam dos "goyim" muito os prejudicaria... Enfim, misérias de um povo "superior"...

No blog do próprio PNR, faz centenas de comentários, entre eles o que reproduzo abaixo no lançamento do filme "Munique", de Steven Spielberg, em Portugal. O racismo, o anti-semitismo, o ódio aos judeus, aos homossexuais e aos imigrantes e os que os acolhem em Portugal é plataforma púlbica e aberta do PNR, onde os nazistas portugueses tem uma casinha com certeza.

ESTREIA

Estreia hoje, com o "susuru" costumeiro das ocasiões, o filme "Munique" de um conhecido realizador, do qual (por motivos que bem sei...) não sou cliente. Aos mais novos e a todos aqueles que vão dar dinheiro para a "coisa" que vejam pelo menos, a lição fundamental do filme, como actua o Estado mais terrorista do mundo no combate ao terrorismo... E mais não escrevo que com as leis que para aí andam a aprovar... ainda me prendem...

Enquanto lá nos Açores, o jornalista português dizia que os judeus em Portugal eram bem integrados à sociedade e não apresentavam riscos, mas que no Brasil e Argentina a situação era perigosa, esse político português vê judeus e Israel como uma real ameaça ao povo português.

1.400 anos de presença judaica

A presença judaica em Portugal é comprovada através das lápides na "freguesia de Lagos da Beira" desde o século 6 (é seis mesmo e não 16...) já vítimas de deportação de seus lares no Oriente Médio pelo imperador romano Adriano. O site da Comunidade Judaica de Lisboa é http://www.cilisboa.org/ onde se pode ver a nota oficial sobre o incidente e dar uma olhada em como resiste essa comunidade milenar. Neste site também há um clipping completo da repercussão do caso nos jornais portugueses. Há uns links errados lá, mas basta copiar e colar em outra janela que eles abrem.

Esta matéria do Correio da Manhã conta a história da prisão inicial e atual do grupo de skinheads e é de leitura importante para quem quiser entender melhor o caso.

Como sempre, procuro abordar todos os aspectos dos casos e colocamos no YouTube a matéria sobre o assunto que foi ao ar pela TV SIC, onde se pode ver o cemitério. A notícia foi dada rápida, declarando 12 túmulos vandalizados, quando depois se constatou terem sido 20. Os túmulos foram limpos antes da chegada da reportagem e nenhuma foto do vandalismo foi liberada até agora.

http://br.youtube.com/watch?v=UWOa2xn1aBI

*José Roitberg é jornalista de diretor de Comunidade na TV

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Cura para Alzheimer? Será?

No dia primeiro de outubro cientistas israelenses anunciaram a criação de um spray nasal carregado com vírus bacteriófagos que pode combater os devastadores sintomas do Mal de Alzheimer. Estes vírus são capazes de de quebra a proteína beta amyloid que se acumula no cérebro dos pacientes desta doença e destrói as conexões cerebrais. Testes em ratos resultaram numa diminuição dessa proteína destrutiva de 80% após um ano de tratamento, permitindo a recuperação de memória, capacidade cognitiva, movimentos e até mesmo capacidade de sentir odores. Essa é uma pesquisa a qual o mundo inteiro precisa estar muito ligado.

Síria confirma ataque israelnse - cap 3

Quase um mês depois do ataque, tempo suficiente para estudar declarações e limpar o local, o presidente da Síria Bashar Assad disse em entrevista à BBC que a Síria não vai retaliar, mas que tem este direito. Assad não revelou o local do ataque mas disse que ele foi contra instalações militares vazias, e Israel bombardeou prédios e construções relacionadas ao programa militar, mas que estavam fora de uso ou em construção. Não havia pessoas, não havia soldados, não havia nada dentro delas, disse o presidente sírio. Tá bom...

No meio dessa confusão, o jornal Al-Jerida, do Kuwait publicou que o ataque israelenses foi baseado em informações de inteligência providas pelo general Ali Reza Asgari que desertou do Irã alguns meses atrás e que estava envolvido no programa conjunto de desenvolvimento de mísseis com a Síria. Bem, homossexuais não há no Irã, mas generais de alto escalão desertores?

Só para deixar claro. O homossexualismo é crime no Irã. Os homossexuais são duramente perseguidos e punidos. Muitas vezes são mortos pelos próprios familiares, quando descobertos, para não desonrar a família, como declararam ONGs ligadas ao assunto.

O ópio é o ópio do povo

Você já deve ter se perguntado por que os soviéticos não acabaram com as plantações de papoula no Afeganistão. Depois por que os talibans também não o fizeram. E agora por que americanos, coalizão e Karzai nada fazem. A explicação é simples. O Afeganistão (sob ocupação há décadas) é o maior exportador de ópio do mundo, seguido por Myamar (sob governo militar) e pelo Laos (regime comunista). A nossa conhecida semente de papoula da chalá, também muita usada na culinária árabe e oriental, também vem de lá. Mas essa não é a questão. A morfina é feita com ópio e sem morfina, a dor volta aos hospitais do mundo inteiro. Portanto, a droga que mata e financia o terrorismo e a droga que cura, e alivia a dor das vítimas, tem a mesma fonte. O domínio dessa fonte de produção é fundamental.

Nazistas russo-israelenses reagem

Depois da prisão de uma gangue de jovens imigrantes russos nazistas em Israel o Knesset ainda nada fez. Com todas as festas seguidas é difícil se discutir rapidamente um pacote de leis. Em Israel isso deveria ser objeto de um rápida canetada, sem discussão e todos os nazis deveriam enfrentar penas duríssimas. Como continua não havendo lei, esses imigrantes nazistas começam a pipocar por todos os lados. Ontem a sinagoga de Haifa teve paredes pichadas com suásticas. No muro de uma escola primária em Askelon (foto) além da suástica foi pichada uma imagem de Hitler e uma mensagem que significa "Hitler Domina". Na semana anterior uma grande sucá perto da sinagoga de Haifa foi incendiada logo após sua construção, mas nesse caso a polícia já prendeu um jovem de 19 anos, cujo identidade não foi revelada.

Outros incidentes: moradores de B'nei Brak, considerada uma área religiosa de Tel-Aviv encontram suásticas e slogans pró-Hitler nas paredes da sinagoga local. Moradores de um prédio de apartamentos na rua Allemby em Haifa encontraram slogans anti-semitas e suásticas pichadas nas paredes da escada interna do edifício. Duas suásticas foram pichadas no muro da sinagoga de Dimona no segundo dia de Rosh Hashaná. No dia 17 de setembro uma senhora de 70 anos foi agredida a socos e pontapés na ponte que liga o Meridian Hotel e o bairro Neveh David em Haifa. Enquanto era agredida os dois jovens faziam a saudação nazista e gritavam "Heil Hitler". Um varredor de rua que passava pelo local se meteu na confusão, também foi atacado mas os nazistinhas covardes fugiram. A rádio de Haifa noticiou que no mesmo dia uma família encontrou seu carro na rua com uma enorme suástica pichada no teto.

Editorial: é impressionante estarmos dando estas notícias de ataques anti-semitas ocorrendo em Israel. São iguais aos que ocorrem na Europa, América do Norte e América Latina. Não gosto de usar o termo "ousado" para bandido. Para mim bandido é sempre covarde. Mas a ousadia desta escória de praticar anti-semitismo ativo dentro do Estado Judeu onde uma parcela considerável da população anda armada ou pode andar armada. Onde não falta polícia e soldados se deslocando por todos os cantos chega a impressionar. Pelo menos, lá, em Israel em algum momento um bom judeu vai interromper um ataque destes, não com uma vassoura, como o corajoso e não identificado gari, mas com uma 9 mm. José Roitberg - jornalista.

Cristãos batem de frente com Hezbollah

O jornal YaLibnan, do Líbano publicou uma matéria onde a cúpula dos bispos cristãos maronitas do país declaram que o centro de Beirute e seus arredores "tem que ser liberados". No dia primeiro de dezembro do ano passado o Hezbollah inicial uma ocupação ilegal no centro da cidade que já é conhecida como a Cidade das Tendas (foto), após um discurso de seu líder Nasrallah de que o Hezbollha derrubaria o governo libanês. Ao mesmo tempo, grupos da Fatha e Hamas em bairros de refugiados palestinos no Líbano começaram a se enfrentar e houve várias trocas de tiros.

Rússia lança canal de TV em árabe

Rusiya Al-Yaum é o primeiro canal russo de TV em árabe e pretende ser uma "janela da Rússia moderna para o mundo árabe". O canal por satélite terá 20 horas diárias de programação de notícias e assuntos do dia-a-dia, encarando os problemas do Oriente Médico "sob uma perspectiva sensível à cultura da região", declarou Sergey Frolov, diretor geral da ANO TV-Novosti que criou o novo canal. Ou seja, mais material anti-Israel vem por aí.

66 anos após Babi Yar

No dia 29 de setembro de 1941, em apenas dois dias, 33.771 judeus foram metralhados e mortos na ravina de Babi Yar, próximo à Kiev. Os corpos foram enchendo a ravina. Nos meses seguintes, os assassinatos por fuzilamento executados pelos soldados nazistas levaram um total de 100.000 corpos para dentro da ravina de Babi Yar, incluindo ciganos, outros moradores de Kiev e prisioneiros do exército russo. A União Soviética varreu as vítimas judias da história do massacre e apenas em 1991 permitiu a construção de um memorial (foto) restaurando a verdade.

Antes da Segunda Guerra, 20% da população de Kiev, uma cidade com 875.000 habitantes era judia. Isso dá mais de 170.000 pessoas. Hoje há, oficialmente, 103.000 judeus na Ucrânia, mas uma contagem extra-oficial aponta para números maiores. O presidente Viktor Yushchenko depositou uma coroa de flores no memorial e discursou contra o nazismo.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Pronunciamento do deputado Marcelo Itagiba

obs: se você não viu a matéria do Jornal da Globo sobre o assunto, assista pelo YouTube
http://www.youtube.com/watch?v=dJBQLVfX3lo



Pronunciamento do deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) no plenário da Câmara Federal no dia 3 de outubro de 2007


Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estou aqui para fazer uma grave denúncia: a presença do nazismo em uma torcida organizada do Grêmio Futebol Clube. Estamos vendo hoje, no Brasil, essa torcida dar um mau exemplo, um exemplo de algo que não desejamos neste País da igualdade, neste País que recebe a todos de braços abertos.

O Grêmio, que tantas glórias tem, não pode permitir ter em seu seio membros que façam apologia ao nazismo. Estou encaminhando hoje à Polícia Federal e à Procuradoria Geral da República a solicitação para que seja instaurado imediatamente um inquérito policial federal para apurar a ação criminosa desses indivíduos e, além disso, dissolver essa parte da torcida do Grêmio.

Foram 6 milhões de pessoas aniquiladas na Segunda Guerra Mundial por essa besta do nazismo, que matou judeus, matou homossexuais, matou deficientes físicos e matou ciganos. Não podemos receber em nossa pátria essa ideologia. Temos de repudiar esses indivíduos que, na verdade, são criminosos vis, porque fazem a apologia à morte.

Por isso, Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, peço que esta Casa se una a essa petição no sentido de exigirmos que o Ministério Público Federal faça a imediatamente a dissolução dessa torcida,com base no estatuto votado por esta Casa, o Estatuto do Torcedor. Por isso, Sras. e Srs. Deputados, hoje temos de levantar a nossa voz contra essa indignidade, contra essa injustiça, contra esse crime. Em conjunto, nós temos de repudiar essa torcida do Grêmio. E pedimos ao Grêmio que também o faça, porque senão estará compactuando com o nazismo, que deve ser repudiado no Brasil e no mundo. Muito obrigado.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Discurso de Tzipi LIvni na ONU

Organização das Nações Unidas

62ª Sessão da Assembléia Geral

Discurso da Vice-Primeira Ministra e Ministra de Relações Exteriores do

Estado de Israel, Tzipi Livni.

1º de Outubro de 2007

Nova Iorque

Sr. Presidente,

Famílias de reféns Israelenses,

Ilustres Representantes,

Senhoras e Senhores,

Há três mil anos, o Povo de Israel saiu da escravidão no Egito para a independência na terra de Israel.

A Bíblia nos diz que durante esta jornada para a liberdade, houve uma parada de suma importância: o recebimento dos Dez Mandamentos no Monte Sinai.

Com a reunião da Assembléia Geral este ano, o Povo Judeu relembra essa jornada histórica com o festival do Sukkot.

E a cada ano, nesta época, nosso povo recorda que a longa marcha para a liberdade requer a aceitação dos valores básicos da humanidade.

Por 60 anos, desde o renascimento de nosso Estado, em nossa antiga terra natal com Jerusalém em seu coração, não deixamos de lado este princípio.

Os valores essenciais de tolerância, co-existência e paz , que estão no coração de toda democracia, devem ser protegidos pelas sociedades e promovidos por estas. Este é o chamado de nossa geração.

Sr. Presidente,

O conflito em nossa região é motivado por aqueles que rejeitam esses valores essenciais - aqueles que buscam o poder sem responsabilidade; aqueles cujo objetivo não é concretizar seus próprios direitos, mas negar esses direitos a outros.

Em sua essência, trata-se de um conflito de valores, não de territórios.

Existe obviamente, uma dimensão territorial nesta discussão.

Estamos cientes disso, e como já o fizemos no passado, estamos preparados para o acordo territorial que a paz duradoura impõe.

Mas também sabemos - especialmente após nossa retirada do Líbano e da Faixa de Gaza - que a retirada territorial em si, não promove a paz , ao menos que abordemos o conflito de valores essenciais que estão por trás do conflito.

Israel pode estar na linha de frente dessa batalha, mas não é apenas uma luta nossa. É uma luta global.

A idéia de que esta é uma luta local - limitada a regiões isoladas - desmoronou nessa cidade com as torres gêmeas em uma manhã de setembro, há seis anos atrás.

Hoje está claro que extremistas estão engajados em uma guerra sangrenta contra civis e comunidades, contra corações e mentes a cada canto do mundo.

E está claro também que o conflito no Oriente Médio não é a causa dessa cruzada extremista, mas conseqüência dela.

Sim, cabe a todas as nações do Oriente Médio resolver seus conflitos políticos e Israel, por sua vez, deseja fazê-lo.

Mas para o sucesso absoluto e duradouro, vocês - nações do mundo - precisam ser parceiros em uma luta global contra o extremismo e terror que alimentam conflitos, para o bem de todos e não apenas o nosso.

É com esta intenção, que gostaria de falar hoje, a respeito da resolução de nosso conflito particular, mas também a respeito da luta mais ampla que ocorre hoje em dia - a luta que afeta a todos nós.

Essa luta é global não apenas porque atinge civis em todos os lugares, mas também porque os extremistas se voltam agora contra os pilares fundamentais de toda sociedade moderna: democracia, tolerância e educação.

Esses são os novos campos de batalha do Século XXI e nessas arenas, mais do que em quaisquer outras, que o nosso futuro será decidido.

Sr. Presidente,

Eu acredito na democracia. Eu acredito em seu poder extraordinário de produzir sociedades livres e pacíficas baseadas no respeito aos direitos humanos.

A Democracia é um ideal profundo, mas também muito vulnerável.

Atualmente, em diversas partes do mundo, os extremistas - opostos aos verdadeiros ideais de democracia - estão entrando no processo democrático, não para abandonar sua ordem violenta, mas para avançá-la.

Um porta-voz do Al Qaeda recentemente declarou que "Usaremos sua democracia para destruir sua democracia".

Isso deve servir de alerta para nós.

Chegou o momento de recuperar a democracia e isso se inicia com a rejeição àqueles que se aproveitam dela.

A democracia legítima diz respeito a valores antes que votos.

Nenhuma democracia legítima em nosso planeta permite que milícias armadas ou grupos com pautas racistas ou violentas participem de eleições. Mas algumas demonstram uma preocupante instabilidade. Insistem em padrões elevados para seus próprios países, mas se esquecem do exterior. Extremistas violentos que nunca poderiam se candidatar a cargos eletivos em seus países são tratados como políticos genuínos quando eleitos em outros lugares.

Como resultado, damos poderes a estes que se utilizam dos meios democráticos para dar continuidade aos seus objetivos anti-democráticos. E fortalecemos aqueles que não somente corróem suas sociedades mas também ameaçam as nossas.

Hoje, neste pódio, convoco a comunidade internacional a adotar (em nível internacional) , o que as democracias aplicam em nível nacional - um sistema universal de padrões para participação em eleições democráticas genuínas.

Precisamos de um código democrático universal que exija de todos aqueles que buscam ligitimidade no processo democrático, possam merecê-la, por respeito a princípios como o controle do Estado sobre o uso legítimo da força, rejeição ao racismo e à violência, e a proteção aos direitos de todos.

O objetivo desse código universal não está em ditar nossos valores ou para estabelecer vozes legítimas com as quais possamos discordar.

A meta está em proteger os valores democráticos essenciais daqueles que estão determinados a usar o sistema democrático contra si mesmo e assegurar que a participação no processo democrático não é apenas um direito - também é uma responsabilidade.

Sr. Presidente,

Estou ciente que a tentação de entrar em conflito com extremistas pode parecer forte. Pode prometer estabilidade e quietude. Esperamos que, ao alimentarmos a besta, talvez possamos gradualmente domá-la.

Como sociedades livres, nos orgulhamos dignamente de nosso respeito pela tolerância e pela diversidade.

Mas estamos fazendo um desserviço à diversidade quando em seu nome, toleramos o intolerante.

Experiências amargas provaram que comprar os extremistas é um remédio a curto prazo - e pagaremos caro por isso a longo prazo.

Ao invés disso, grupos como o Hamas e o Hizbollah devem ter uma escolha clara - entre o caminho da violência ou o caminho da legitimidade. Não podem ter ambos.

E esta mesma escolha inflexível deve ser oferecida ao regime radical no Irã.

Nenhum estado de responsabilidade discorda que o Irã é um proeminente patrocinador do terrorismo. O mesmo representa uma grande fonte de instabilidade e conflito no Iraque, Líbano, Palestina e por todo o Oriente Médio e é um inimigo da co-existência árabe-israelense.

Ninguém discorda que o Irã nega o Holocausto e fala abertamente de seu desejo de riscar um estado membro - o meu - do mapa.

E ninguém discorda que, em violação às resoluções do Conselho de Segurança, busca ativamente atingir este objetivo.

Mas ainda existem aqueles que, em nome do consenso e do engajamento, continuam a obstruir as medidas urgentes que são necessárias a fim de fazer parar as sinistras ambições iranianas.

Muitos detectam o perigo mas o ignoram - na esperança que alguém irá resolver o problema.

Qual o valor, temos que nos perguntar, de uma organização que se vê incapaz de tomar medidas efetivas face a um ataque direto em seus princípios básicos os quais são os pilares de sua fundação?

Chegou o momento das Nações Unidas e os Estados do Mundo cumprirem a sua promessa de nunca mais novamente.

De dizer que já basta e agir agora e defender seus valores básicos.

Chegou o momento, Sr. Presidente, de vermos esse mesmo tipo de convicção moral no Conselho de Direitos Humanos, para que este possa se tornar um escudo para as vítimas dos direitos humanos e não uma arma para os que abusam destes.

Israel nunca tentou evitar o diálogo genuíno de seu registro de direitos humanos. Mas enquanto o Conselho mantiver seu foco incrivelmente desproporcional em Israel, enfraquece a voz moral da ONU e o preço desta cegueira é pago pelas vítimas de atrocidades contra os direitos humanos em Darfur e Miamare por todo o mundo.

Sr. Presidente,

Não há previsão mais precisa do futuro de uma sociedade do que as lições que esta ensina a suas crianças.

Infelizmente em nossa região assistimos a programas infantis nos quais um fantoche do Mickey Mouse ensina a glória de ser um homem-bomba suicida e uma garota de sete anos de idade canta seus sonhos de sangue e batalha.

A religião ao invés de ser uma fonte de esperança e cura espiritual, é utilizada de forma abusiva como chamado para a guerra e Deus é novamente arrastado ao campo de batalha.

Está na hora de retomar a religião daqueles que a tornaram uma arma ao invés de um abrigo. É hora de retomar a educação daqueles que a utilizam como ferramenta de ódio ao invés de oportunidade.

Como sempre, a mais eficiente forma de educação - e a mais complexa - é ensinar através de exemplos.

Não podemos esperar que nossa geração mais jovem dê valor a algo que não estamos preparados para proteger e pagar um preço. E há um preço a ser pago.

Do líder que deve suportar pressão pública. Do empresário que deve abandoner a oportunidade econômica. Do professor e guia espiritual que deve achar força interior para ensinar a verdade e tolerância em um clima de extremismo e hostilidade.

Em todos os níveis da sociedade há um preço a ser pago. Mas se não o pagarmos hoje, nós e aqueles que nos sucederem teremos uma conta muito mais alta amanhã.

Sr. Presidente,

Estes pensamentos estão em minha mente enquanto buscamos hoje avanços na causa da reconciliação Israel-Palestina.

Reconciliação não significa decidir que estava certo ou errado no passado - significa dividir uma perspectiva e uma responsabilidade comum para o futuro.

Nos últimos meses, o Primeiro Ministro Olmert e o Presidente Abbas se engajaram em um sincero e genuíno esforço para alcançar o consenso mais amplo para entendimentos políticos.

Não há substitutos para o processo bilateral. O fracasso não é uma opção - mas cabe às próprias partes definirem o sucesso.

O alicerce para a paz legítima está na visão de dois Estados, Israel e Palestina, convivendo em paz e segurança. O mundo compartilha esta visão, mas também é importante que abraçe estes dois princípios básicos emergentes.

O primeiro - dois estados, duas terras-natais - assim como Israel é terra natal do povo Judeu, a Palestina será estabelecida como terra natal e resposta nacional para o povo palestino, incluindo os refugiados.

O segundo - conviver em paz e segurança - assim como uma Palestina viável e próspera na Margem Ocidental e Gaza é de interesse de Israel, também uma Israel segura deve ser de interesse palestino. O mundo não pode permitir-se outro estado de terror.

Guiados por estes princípios, as partes podem definir uma fronteira comum e transformar o sonho de dois Estados em realidade.

Para obtermos sucesso, temos que direcionar nosso foco para um futuro melhor enquanto respondemos aos desafios do presente e aprendemos com nossas lições do passado.

Enquanto progradimos em nossos entendimentos políticos concretos, é muito importante que também possamos mudar nossa realidade em terra - para mostrar aos palestinos e israelenses que a promessa de paz existe na prática e não apenas no papel.

Em meses recentes, Israel tomou medidas tangíveis para criar-se um ambiente melhor e estamos preparados para fazer mais.

Sabemos que a vida palestina está repleta de dificuldades no dia a dia. Também sabemos muito bem o fardo que o terror causa aos israelenses e de nossa importante obrigação de garantir a segurança. Juntos podemos mudar esta realidade ao invés de sucumbirmos a ela.

Não somos ingênuos; podemos vislumbrar as dificuldades futuras e os inimigos da paz que estão em nossos caminhos. Mas o progresso prático será possível nas áreas onde houve um governo Palestino eficiente que acate os princípios do Quarteto e implemente juntamente com Israel as determinações do Mapa de Estradas existente.

As partes assumindo riscos pela paz, contemplaremos a comunidade internacional e o mundo Árabe e Muçulmano para oferecer apoio e não para determinar condições.

Este apoio vem de várias formas.

Vem através de assistência política e econômica para o novo Governo Palestino, comprometido com a co-existência e que busque construir os alicerces de um Estado de paz e prosperidade.

Vem através do estreitamento e intensificação de çaços regionais e cooperação entre o Mundo Árabe e Israel, enquanto paralelamente faremos avanços na paz entre Israel e Palestina.

E finalmente vem do confronto àqueles que estão determinados a evitar nosso sucesso.

Temos que combater aqueles que não respeitam a vida ou a liberdade - aqueles que mantém em cativeiro os soldados Gilad Schalit, Udi Goldwasser e Eldad Regev - cujas famílias estão aqui conosco hoje e cuja dor permanece em nossos corações.

Temos que lutar contra aqueles que, após nossa retirada de Gaza para darmos chance à paz, optaram não por construir mas para destruir e optaram - diariamente - por atingir lares e jardins de infância israelenses com seus mísseis.

E temos que lutar contra aqueles que enxergam a democracia como uma ferramenta para aumentar o ódio, que enxergam a tolerância como uma via de mão única e que enxergam a educação como meio de envenenar as mentes da próxima geração.

Senhoras e Senhores, acredito que apesar de todos os obstáculos, temos uma nova oportunidade e uma aliança de interesse que favorece a paz.

O tempo é precioso. Devemos isso a nós mesmo e à nossas crianças, de enencontrar tanto a corage e a sabedoria para tomar as decisões corretas nos rumos corretos.

Senhor Presidente,

Neste festival do Sukkot, os Judeis comemoram a jornada da escravidão para a liberdade ao deixar seus lares para viverem em cabanas frágeis, como os abrigos os quais nossos ancestrais habitaram durante o caminho até a Terra Prometida.

Por três mil anos estas cabanas temporárias - expostas aos elementos da natureza - foram um lembrete de que a estabilidade e segurança são garantidas não apenas pelas estruturas que erguemos, mas também pelos valores que dividimos.

Talvez seja por este motivo que o Sukkah, este frágil abrigo, tenha se tornado o símbolo Judaico da paz.

Enquanto nos voltamos para Jerusalem e dizemos em nossas orações todos os dias:

Espalhai sobre nós o tabernáculo de vossa paz...

Que seja em nossos dias e por todas as nações... Amém.

Departamento de Comunicação e Relações Públicas
Embaixada de Israel/Embassy of Israel