A Confederação Israelita do Brasil repudia veementemente o discurso feito nesta segunda-feira pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que usou uma tribuna das Nações Unidas para atacar, de forma inaceitável, o Estado de Israel, criado em 1948 a partir de uma decisão da própria ONU. Com sua retórica beligerante, o dirigente iraniano evidenciou mais uma vez a face de um regime notório por suas ações para a desestabilização do Oriente Médio e pela sistemática violação de direitos humanos perpetrada pelo regime de Teerã.
Interessado em semear a intolerância, Mahmoud Ahmadinejad ignorou apelos do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que havia pedido ao presidente iraniano moderação em seu discurso. Há poucos dias, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também tinha sinalizado sua disposição em dialogar com Teerã, o que levou observadores mais otimistas a apostarem na possibilidade de o Irã responder a esses apelos com um novo rumo em sua relação com os países ocidentais.
Mahmoud Ahmadinejad, que já manifestou o desejo de "varrer Israel do mapa" e negou a existência do Holocausto, responde agora a ofertas de diálogo com mais intolerância e agressividade. Seu discurso na segunda-feira provocou a saída de dezenas de diplomatas, boa parte deles de países da União Européia, do recinto em Genebra onde se realizava a sessão da conferência da ONU.
O presidente do Irã, mais uma vez, voltou a provocar a comunidade internacional. Sua atuação não representa uma ameaça apenas a Israel, mas a todas as nações comprometidas com a democracia. No caso do programa nuclear iraniano, Teerã já ignora três rodadas de sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU e leva adiante suas ambições atômicas.
É inaceitável o descaso com que o presidente do Irã trata uma instituição como a ONU e toda a comunidade internacional. Mahmoud Ahmadinejad despreza o diálogo e a democracia, dois ingredientes fundamentais para a busca da paz, da justiça e da segurança nos dias de hoje.
Acreditamos ainda que a visita de Ahmadinejad ao Brasil, prevista para maio, não responde aos interesses da construção da democracia em nosso país e tampouco envia a sinalização correta a um líder que, em vez de priorizar o diálogo, cultiva o confronto. Repudiamos a eventual presença de Ahmadinejad no solo de um país como o nosso, democrático e hospitaleiro, que acolheu tantos sobreviventes do Holocausto.
Esperamos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com seu histórico de comprometimento com a democracia e com os direitos humanos, não permita que o presidente do Irã acredite ter um aliado em Brasília.
Presidente da Confederação Israelita do Brasil
A FIERJ apóia integralmente todas as medidas centralizadas e coordenadas pela CONIB sobre está questão extremamente relevante para a Comunidade Judaica no Brasil
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