Enquanto Israel e Síria negam, vários jornais e agências de notícias publicaram ao longo da semana novas versões sobre o ataque. Na mais difundida, comandos israelenses teriam chegado ao local do programa nuclear sírio e recolhido material que comprovava a origem norte-coreana. Certamente marcaram os alvos ou os iluminaram para as bombas guiadas a laser. Os EUA teriam sido comunicados com antecedência do ataque. A Coréia do Norte negou qualquer participação, mas dois dias depois dessa declaração oficial, uma delegação da Síria desembarcou em Pyoongyang, capital da Coréia do Norte, certamente com muito à explicar. Não devem ter ido lá para prestar solidariedade às vítimas das recentes enchentes.
Agora note no mapa onde se deu o ataque. Parece ter sido na localidade de Tall al-Abyad ou em Raqqa. É muito longe de Israel, cerca de 550 km em linha reta no norte de Israel. Sempre afirmamos que como em todas as ocasiões anteriores, todas as guerras desde 1956, Israel utiliza planos surpreendentes e ousados, com armas ainda desconhecidas ou com uso inusitado de armas já existentes.
Se o ataque partiu de Israel, há uma comprovação total de que mesmo tendo investido 3 bilhões de dólares em orçamento militar nos últimos 4 anos a Síria foi incapaz de detectar, atacar, impedir o ataque ou impedir o retorno dos aviões israelenses. Os sofisticados sistemas antiaéreos e de radar falharam totalmente. A força aérea síria, que também fica sempre de prontidão foi simplesmente inútil.
Mas há um detalhe. Desde a Primeira Guerra do Golfo fala-se de um esquadrão permanente da aviação israelense em uma base secreta na Turquia. Nunca se confirmou ou realmente se desmentiu isso. Ao longo destes anos houve muitos exercícios conjuntos das forças militares e marinhas da Israel e Turquia. Devido a posição do alvo, um ataque muito veloz vindo de uma base turca pode ser a versão mais provável.
E num assunto que não está relacionado, mas envolve a nebulosa relação entre Cuba e Síria, sete passageiros sírios de um avião da Copa Airlines que saiu de Cuba foram presos no Panamá no dia 25 após outros passageiros denunciarem à tripulação que os ouviram falar em invadir a cabine dos pilotos usando os talheres do serviço de bordo.
José Roitberg é jornalista e diretor de Comunidade na TV
sábado, 29 de setembro de 2007
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