domingo, 27 de janeiro de 2008

Nota Oficial - Carnaval 2008 - Dois casos muito diferentes

Viradouro
A FIERJ informa que foi procurada há dois meses pelo carnavalesco e o presidente da Unidos do Viradouro, que mostraram sua intenção de colocar um carro alegórico representando os mortos no Holocausto, como uma das maiores tragédias da humanidade, em seu enredo "É DE ARREPIAR."

Vieram à FIERJ e agradecemos muito terem nos procurado antes de produzir o carro. Naquela ocasião mostramos à agremiação, a total inadequação do assunto dentro do contexto de um desfile que juntava coisas boas e ruins, e que o Holocausto não deveria ser tratado desta forma.

Mostramos claramente as razões, e em especial, que a população não iria entender a denúncia olhando um carro com bonecos de mortos empilhados. Pois o Holocausto é a conseqüência do racismo, da intolerância, do preconceito, desenvolvido pelo anti-semitismo e o nazismo, o que certamente não se traduz em uma pilha de corpos ao lado de outros carros que exaltam coisas boas.

Mostramos nossa total discordância sobre o caso, e pedimos que a escola refletisse sobre isto, já que outras idéias podem ser usadas dentro do enredo. Reconhecemos as boas intenções do artista, que pretendia usar a arte como denúncia de fatos que marcaram de forma terrível a História, e que não havia nenhuma conotação racista é verdade, mas que seria considerado totalmente inadequado e mesmo desrespeitoso à memória de dezenas de milhões de mortos, incluindo aí os 6 milhões de judeus.

Não deixamos de lembrar as centenas de brasileiros mortos combatendo, cujos corpos de vários deles estão no Mausoléu da Pátria, no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial. Dissemos claramente que a forma encontrada agrediria pessoas ainda vivas, que passaram pelo inferno nazista, muitas delas vivendo aqui no Brasil. Tal fato será agravado pela excepcional cobertura que nosso carnaval tem em todo o mundo.

E lembramos ainda, que em nossas peles existem as marcas, mesmo naqueles que nasceram depois do término da Segunda Guerra Mundial, pois não há família judia que não tenha perdido na geração anterior, portanto vivo na memória, muitos de seus parentes.

Mostrei ali mesmo na reunião foto de minha família exterminada pelo nazismo. Chamamos a atenção que lembrar do Holocausto de uma maneira banalizada e sambando era desrespeitoso. Com mulatas passistas, com fantasias, enfim, incompatível com o bom senso, com o respeito e com a memória.

Ficamos surpresos há uma semana, com a notícia de que o carro sairia, embora a noticia tenha sido dada, com a informação de que este seria o único carro sem dançarinos, sem sambistas, sem nada. A marca de uma denúncia do massacre. As boas intenções não bastam. Nossas preocupações e argumentos não mudaram com esta informação.

Imediatamente demos entrevistas aos jornais, em especial aos que mostraram a matéria, como O DIA, a FOLHA DE SÃO PAULO, o MEIA HORA, onde reiteramos toda a nossa posição anterior. Chamamos a atenção ainda de que, como prevíamos, a população não entenderia a mensagem. De fato, na pesquisa da escola Viradouro muitas pessoas achavam que o carro representava o trágico recente acidente com o avião da TAM.

Manifestações deste teor foram feitas à Unidos do Viradouro, para que o carro não seja utilizado. Em respeito aos mortos, às suas famílias, e à Historia. Estamos ainda aguardando uma posição da escola, e atentos para as providências necessárias. Há inclusive uma regra clara, em lei da Câmara dos Vereadores, que pune as escolas que venham a ferir grupos religiosos, com algo que possa ser considerado ofensa. Não hesitaremos em usá-la ou qualquer outra lei caso assim se verifique necessária.


Estácio de Sá

Em meados de 2007 quando apresentou suas fantasias, a escola de samba Estácio de Sá anunciou uma ala onde cada fantasia teria várias grandes suásticas pretas sobre fundos vermelhos de forma totalmente proibida por lei. Após alguns meses de trocas de cartas recebemos um recente comunicado verbal, por telefone, de representante legal da agremiação, informando que a ala foi cancelada e seus componentes receberiam outras fantasias adequadas ao enredo.

Estamos vigilantes e trabalhando pelo o cumprimento das leis nacionais, estaduais e municipais. Em ambos os casos as providências anteriores cabíveis foram tomadas. Aguardaremos o desfile.

Sergio Niskier – presidente FIERJ

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE ARTIGO DA REVISTA QUEM

NOTA OFICIAL - FIERJ

NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE ARTIGO DA REVISTA QUEM

Entre as imediatas providências iniciais, além do próprio aviso à Comunidade sobre estas em nosso Informe Digital, foram feitos contatos com a artista e com a editora, que resultaram em troca de correspondência, onde pudemos de forma clara e transparente, mostrar nossa posição firme de repúdio àquelas declarações e da necessidade deste assunto ser tratado de forma profunda e inequivocamente corrigida, pelos danos causados pela divulgação.

Tais providências surtiram efeito junto à cantora, que admitiu a impropriedade de suas declarações e em correspondência ontem encaminhada à FIERJ, faz os devidos esclarecimentos.

Recebemos também correspondência do ex-Ministro Celso Lafer, que a pedido da família Caymmi com quem mantém estreitas e cordiais relações, pede que a FIERJ e seu presidente em particular, recebam de forma compreensiva a carta de escusas da cantora Nana Caymmi, desejando que este infeliz pronunciamento publicado possa ser considerado corrigido.

Com relação à editora, nossas providências também tiveram resultado positivo. Em contato feito junto à sua direção, através da jornalista Paula Magesti, tivemos a garantia da publicação das duas cartas acima referidas, e o espaço editorial para que a nossa Comunidade possa esclarecer corretamente os leitores sobre o assunto.

A jornalista ainda fez questão absoluta de afirmar para nossa Comunidade, que de forma alguma nem a Revista Quem, nem a Editora Globo, concordam com qualquer dos conceitos publicados na entrevista.

Neste momento, é importante registrar a perfeita sintonia entre as ações políticas da FIERJ e as ações de mídia. A verdadeira força comunitária se dá na soma dos esforços de todos. E queremos agradecer a todos que tomaram iniciativas de enviar cartas, artigos e manifestações, a maior parte muito bem coordenadas com a FIERJ, que muito ajudaram a gerar a força das nossas atitudes tomadas. Queremos nos referir em especial às ações da vereadora Teresa Bergher, várias cartas das quais destacamos as das professoras Diane Kuperman e Jane de Glasman, e o artigo do jornalista Osias Wurman este também recebedor de carta da mesma cantora, devidamente publicada em O GLOBO.

Com isto, e com a certeza de que juntos sempre poderemos ultrapassar as dificuldades, e enfrentar os desafios que constantemente nos cercam, despedimo-nos,

Sergio Niskier - Lea Lozinsky - Jayme Salim Salomão

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Rabino Trainin z'l

Rabino Trainin, que revolucionou a forma da Comunidade enfrentar o alcoolismo e demais dependências químicas, faleceu aos 88 anos

Faleceu em 08 de Janeiro, aos 88 anos, o Rabino Isaac N. Trainin. O Rabino Trainin, alav hashalom, foi um líder comunitário de visão e uma das grandes forças a encorajar as comunidades judaicas a responder de forma enérgica a muitas das necessidades de seus membros que eram esquecidas ou minimizadas.

Foi, durante muito tempo, Diretor da Comissão de Relações das Sinagogas na Federação Judaica Norte-Americana. Foi importante ferramenta na criação do JACS-USA. Com a excepcional ajuda e incentivo de Ellen R. Bayer, Diretora Associada, o Rabino Trainin apoiou o formação da Força Tarefa Sobre Alcoolismo da UJA (Equivalente à CONIB Norte-Americana).

Esta força-tarefa foi, posteriormente, aumentada para tratar das diversas adicções e foi ela quem patrocinou o retiro de fim de semana em 1978 - evento que a força-tarefa concebeu como o primeiro passo para o desenvolvimento para um novo grupo de mutuo-ajuda para judeus em recuperação e seus familiares.

Este retiro teve a presença e a liderança dos fundadores do JACS-USA tais como David B. e Audrey W., que viriam a fundar o JACS como uma organização que levaria adiante esta "mescla específica das tradições judaicas e os 12 Passos da filosofia de recuperação, juntadas pela primeira vez, em qualquer lugar do mundo." (Audrey H. Waxman, MPA, Ex-Presidente, JACS, no livro "Brief Historical Perspective on Jews, Women and Addiction" in Jewish Sisters in Sobriety, 2007)

Sob a contínua liderança do Rabino Trainin e da Sra. Bayer, JACS recebeu ajuda e apoio da UJA-Federation ao longo de seus "anos de formação". Mesmo após sua aposentadoria, o Rabino Trainin manteve-se enteressado no JACS e ficava satisfeito em ver seu crescimento contínuo.

O Rabino Trainin também liderou a formação de apoio às causas das vítimas Judaicas de violência doméstica, dos doentes e dos destituídos. Ele criou o Conselho de Coordenação de BIKUR CHOLIM, que recebeu seu nome - The Isaac N. Trainin Bikur Cholim Coordinating Council - que trabalha na promoção da mitzvá de visitar os doentes e os isolados. Graças a seus esforços, muitos milhares de judeus tanto em Nova York como ao redor do mundo, tiveram a oportunidade de encontrar uma vida mais segura, mais sudável, mais produtiva e mais significativa!

O JACS-Brasil rende sua homenagem ao Rabino Trainin e convida os judeus brasileiros a se juntarem à luta pela recuperação de Judeus dependentes de álcool, remédios e drogas ilícitas. Chamamos a sociedade Judaica a apoiar efetiva e corajosamente aos familiares que convivem com esta terrível doença e convocamos nossas lideranças a duplicarem aqui no Brasil a maravilhosa obra apoiada pelo Rabino Trainin e em andamento com sucesso nos USA, Austrália, Israel, México, França, Inglaterra e outros países - obra esta que no Brasil ainda não tomou o impulso necessário!

Esperamos que em pouco tempo possamos abençoar a memória do Rabino Trainin com a duplicação de seus esforços em nossa Comunidade!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Entrevista Injuriosa na revista QUEM

A edição 382 de 3 de janeiro de 2008, da revista QUEM, da Editora Globo, traz uma entrevista da artista Nana Caymmi com várias declarações injuriosas.

A revista tem circulação nacional e em Portugal, além de estar disponível na Internet para assinantes da Editora.

Comunicamos à comunidade que a FIERJ já está tomando as medidas cabíveis em relação a este caso.

Jornalista procura sobreviventes do Holocausto

A jornalista paulista Silvia Perlov está à procura de sobreviventes do Holocausto que vivam hoje no Brasil, e tenham recebido/conseguido seus vistos de entrada graças à Dona Aracy Guimarães Rosa. Por gentileza, quem souber, peço que entre em contato comigo, indicando o sobrevivente e onde ele vive hoje (e uma maneira de contactá-lo). Desde já, agradeço a atenção e o apoio.
Silvia

Se você for parente de alguma dessas pessoas já falecida e tiver documentos e algo para contar sobre a atuação de Dona Aracy Guimarães Rosa, entre em contato com a FIERJ para encaminharmos o material para nossa colega Sílvia. fierj@fiej.org.br

A diversidade é diversificada...

Will Smith, conhecidíssimo ator hollywoodiano disse em entrevista ao jornal Daily Record que "Nem Hitler acordava pensando 'deixe-me fazer a coisa mais diabólica que possa fazer hoje'. Acho que ele acordava de manhã usando uma lógica confusa, ele acreditava que estava fazendo o 'bem'. Coisas assim precisam de reprogramação", explicou ao jornal.

"Acordo todo dia cheio de esperança, achando que hoje será melhor do que amanhã. Quero infectar as pessoas com a minha positividade. Acho que posso começar uma epidemia", continou Will Smith.

Seria melhor ter ficado quieto.

Congregação Judaica Negra nos EUA

O rabino Capers Funnye é o líder espiritual da Beth Shalom B'nai Zaken Ethiopian Hebrew Congregation em Chicago. Os membros da comunidade são principalmente afro-americanos do lado sul da cidade. Um dos trabalhos do rabino é de aproximar sua congregação do resto da comunidade de Chicago.

"Eu fiz disso meu objetivo num nível pessoal para me envolver na comunidade judaica" disse Funnye. "Eu trabalhei parr organizações judaicas. Eu me formei em instituições judaicas. Meus filhos frequentam uma escola judaica." Funnye foi ordenado rabino na Israelite Rabbinical Academy em Nova Iorque onde todos os rabinos negros americanos recebem sua educação.

O rabino Funnye fez parte do grupo que celebrou chanuká na Casa Branca. "É importante para mim, para meus filhos e para outros judeus ver o judaísmo além de qualquer grupo racial."

As comunidade judaicas negras existem nos EUA desde o início do século 20. A maioria prefere ser chamada de "hebreus" ou "israelitas" e se mantém a parte da grande comunidade judaica norte-americana.

Em parte, essa divisão é um legado da segregação que separou igrejas para negros e para brancos, bem como sinagogas. Um dos pontos principais desa divisão é a crença, por parte dos judeus negros americanos de que os judeus originais eram africanos. Como outros afro-americanos que abraçaram outras fés que não a cristã, os judeus negros vêem o judaísmo como uma forma de retornar a herança que lhes foi retirada pelo tráfico de escravos. Eles o comparam ao Êxodo.

Como resultado, suas lideranças relutam em conversar e promover uma maior aceitação com a maioria judaica branca askenasi com medo disso minar seus clamores por sua descendência judaica.

"Nós somos pessoas que estão voltando ao conhecimento de quem nós somos," disse Moshe Ben Yisrael, presidente da sinagoga de Chicago. "Nós estamos encontrando algo sobre nossa identidade. Nos identificamos com o Deus do Tanach, o Deus de Israel."

Os serviços religiosos na Beth Shalom, são como em outros dezenas de sinagogas americanas. A porção semanal da Torah é lida em hebraico e as orações e cânticos, em sua mairoria são feitos em inglês a partir do "Artscroll Siddur" um livro ortodoxo de orações muito difundido nos EUA. Homens e mulheres sentam separados mas sem barreiras físicas. O kidush e as brachot são feitas em hebraico.

Mas a presença das tradições afro-americanas também é marcante. Depois do serviço do shabat, no sábado, um coro no estilo Gospel sobe ao palco, acompanhado por música em CDs, tambores e guitarra ao vivo executando vários números musicais, incluindo o "Lift Every Voice" conhecido como o "Hino Nacional Negro" americano.

(do Jerusalem Post)

Cantando pela paz em Israel

"Call for Peace", composição musical inédita, de Sharbel Dalal, árabe-cristão de Israel, foi apresentada pela primeira vez no dia 29, em Jerusalém. A canção utiliza textos em língua hebraica do profeta Isaías, em língua árabe do Corão, e em latim do Evangelho, e representa a visão de paz, amor e perdão, ameaçada pelas forças do mal.
A canção foi executada diante uma numerosa platéia, reunida no Centro Salesiano de Estudos Teológicos, de Jerusalém, durante a anual apresentação natalina do "Olive Branches Choir".

O Coro – composto em sua maioria por palestinos cristãos, de Belém, Beit Jala e Beit Sahour, e dirigido pelo P. Aurelio Mule' Stagno – através da colaboração de um funcionário israelense, recebeu a autorização necessária para passar a fronteira entre Belém e Jerusalém sem nenhuma dificuldade.