domingo, 24 de junho de 2007

Revisionismo do Holocausto no Japão

O ativista político japonês Richard Koshimizu conhecido por suas visões anti-semitas criou um novo partido político chamado Partido da Independência. Koshimizu opera um site na internet onde alega que nenhum judeu foi morto na Segunda Guerra Mundial e que apenas 60 mil judeus morreram de doenças diversas ao longo do conflito.

Ainda de acordo com o site, Adolf Hitler era neto de Solomon Meyer Rothschild e o nazismo ganhou o poder financiado pela família Rothschild. Esse japonês, que deveria estar internado num manicômio judiciário, diz ainda que Hitler fugiu para a Argentina que seu objetivo final (objetivo de Hitler), o estabelecimento de um Estado Judaico, foi concretizado.

As alegações insanas ainda dizem que Hitler viveu até os anos 1980 protegido pela comunidade judaica na Argentina e que os judeus estão por atrás de 9/11 além de - não podia ser diferente -, serem os responsáveis pelo lançamento das bombas atômicas contra Hiroshima e Nagasaki. As Torres Gêmeas teriam sido derrubadas por duas pequenas bombas de hidrogênio...

Koshimizu diz ainda que Roosevelt, Churchill e Stalin eram todos judeus e que planejaram, junto com Hitler a criação da Segunda Guerra Mundial a mando de Rothschild e Rockefeller. O ataque a Pearl Harbour teria sido planejado integralmente pelos americanos... Os judeus criaram também a Primeira Guerra Mundial...

Observando trocas de mensagens nos fóruns de discussão do japonês fica muito claro que há pessoas que lhe escrevem dando apoio e concordando integralmente com sua visão.

Esse é um grande exemplo dos motivos que levaram a ONU a banir o Revisionismo do Holocausto do mundo e mostra a necessidade de haver legislação sobre o assunto em cada país. O discurso de Koshimizu, deixa para trás qualquer consideração de liberdade de expressão: é apenas racismo, preconceito e propaganda.

Judeus atacados na rua na Rússia

Dois skinheads russos de 21 anos foram presos e acusados pelo espancamento de Ervin Kirshtein e de um canadense apenas referido como Rabi Zvi, líder da associação judaica de Ivanovo, cidade a 300 km de Moscou. As vítimas usavam roupas judaicas tradicionais.

Protocolos dos livreiros da Irlanda

A empresa Booksunlimited.ie está comercializando o livro Protocolos dos Sábios de Sião para a Irlanda e outros países, pela Internet, mesmo depois da maior rede local de supermercados, a Tesco, ter retirado o livro de venda no final do ano passado. Até mesmo o principal clérigo muçulmano na Irlanda considera o livro "vil e repulsivo". O porta-voz da Booksunlimited se recusa a comentar sobre o assunto.

Incêndio na Suíça foi criminoso

Praticamente esquecido, o ataque de poucos dias atrás (24/mai) quando a principal sinagoga de Genebra foi incendiada, foi varrido para debaixo do tapete e a fumaça do incêndio se transformou em cortina. Tentando manter a aparência de que tudo está em ordem, nem ao menos houve declarações oficias da liderança comunitária judia suíça e a imprensa está afastada do caso.

A BBC entrevistou Michel Graber, o juiz encarregado do caso: "todas as pistas estão sendo seguidas", disse ele, "inclusive a possibilidade do envolvimento de extremistas". Investigadores colheram amostras de DNA de um filtro de cigarro encontrado no local e esperam conseguir uma identificação.

A sinagoga Hekhal Hanes foi construída nos anos 1970 e teve sua fachada e hall de entrada muito danificadas pelo fogo. Outras parte internas acabaram severamente danificadas pela água dos bombeiros.

O representante de um grupo de judeus de língua francesa cidadãos suíços, o CICAD, disse que "estão muito preocupados com o ataque odioso" e acrescentou que isso não significa necessariamente uma escalada do anti-semitismo no país: "A investigação ainda não foi capaz de determinar se o ato foi anti-semita", concluiu.

Condenação leve por disseminar sites anti-semitas

Um homem de 20 anos foi multado em U$ 210 por distribuir cartões com endereços de sites anti-semitas nas caixas de correio de casas das cidades de Pointe Claire e Dorval, também no Canadá.

Líder canadense caricaturado como judeu

A comunidade judaica canadense esta sendo sacudida neste mês de junho. Mario Dumont, líder da Ação Democrática do Quebec (ADQ) foi mostrado na caricatura ao lado, publicada pelo jornal La Presse, de língua francesa, com um judeu hassídico de olhos esbugalhados: "Mario Dumont cortejado pela comunidade Judaica", diz a legenda.

Frank Dimant, presidente executivo da B'nai Brith do Canadá protestou contra o cartum e disse que a caricatura é "cheia de ódio" mostrando um "judeu diabólico" levantando os piores sentimentos anti-semitas. O motivo deste ataque foi um encontro do líder da ADQ com a comunidade judaica alguns dias antes.

Rabino Margulies participou no Culto Ecumênico pelos

Um Culto Ecumênico foi realizado no auditório Reginaldo Treiger, com a participação do padre João Batista Nunes de Souza, Rabino Sergio Margulies, Pastor Guilhermino Cunha, da Catedral Presbiteriana do RJ, e do representante da comunidade espírita, Gerson Simões. O Presidente do BNDES, Prof. Luciano Coutinho usou da palavra agradecendo, e o Coral da AFBNDES interpretou algumas peças artísticas encerando o culto. O auditório leva o nome do funcionário Reginaldo Treiger, prematuramente falecido aos 15 jan 1996. Era diretor do banco na ocasião.

Em suas falas, os religiosos destacaram o espírito inter-religioso da cerimônia, e o BNDES, que hoje é o nosso grande banco social, tanto preza em suas atividades os cânones sagrados, pois não é apenas o banco das industrias ou da infra-estrutura, mas também uma porta aberta para as instituições que cuidam de crianças em situação de risco, os hospitais e santas casas que atendem os necessitados, o micro-crédito para os empreendedores mais humildes, e tantas outras preocupações com a pessoa humana.

Homenagem a Funcionários

Os mais antigos funcionários foram homenageados pelo BNDES, em solenidade com a participação do presidente Luciano Coutinho, do vice-presidente e diretores do Banco. Os homenageados receberam das mãos do presidente ou dos seus respectivos diretores distintivos pelos anos de serviço prestados à Casa, entre os quais os seguinte membros da comunidade:

20 anos: Geni Shihman, Sergio Besserman Vianna (Pres Instituto Pereira
Passos)
25 anos: Alan Adolfo Fischler, Ishai Waga, Isaac Schulz, Melvin Afonso Cohen
30 anos - Andre Siefried Gruenbaum, Jacob Raimundo Kutwak, Rinaldo Cantoni,
Tibor Greif (SP)
35 anos - Ricardo Weiss (Diretor da FAPES)
colaborou - Israel Blajberg (32 anos de BNDES)

51 Laureados com Prêmio Nobel contra o boicote britânico

51 ganhadores do Prêmio Nobel assinaram a petição criticando severamente a União Britânica de Colégios e Universidades por impor um boicote acadêmico contra Israel.

"Nós, laureados com o Prêmio Nobel, condenamos a decisão vergonhosa da UCU de boicotar o contato e a troca de informações com educadores israelenses e instituições acadêmicas."

Malvina Waymberg ganha prêmio internacional do Mc Donald's

Malvina Waymberg dedicou toda uma vida a tornar o mundo um lugar um pouco melhor e acaba de ver sua luta recompensada. Seu projeto "Bolsa de Alimentos" venceu um concurso internacional, realizado pelo Instituto Ronald Mc Donald, e ela irá a Chicago (EUA) no mês que vem, para ser homenageada.

A idéia do "Bolsa de Alimentos" surgiu em 1992, quando ela e mais sete voluntárias, prestavam assistência às crianças internadas no Inca, para tratamento do câncer. Já nessa época, D. Malvina, sempre antenada com as necessidades dos menos favorecidos, percebeu que algumas famílias não tinham dinheiro suficiente para alimentar as crianças doentes. As voluntárias se mobilizaram e começaram, com recursos próprios, a distribuir cestas básicas.

Em 1991, as voluntárias alugavam uma casa no bairro da Muda (RJ) para abrigar crianças vindas de outras localidades para tratamento no Rio, quando representantes do Instituto Ronald Mc Donald conheceram o projeto. Eles sugeriram destinar os recursos do Mc Dia Feliz para a aquisição de imóvel próprio. Passados 16 anos, a Casa Ronald é uma realidade e uma referência nacional.

O projeto "Bolsa de Alimentos" cresceu e hoje alimenta cerca de 500 famílias/mês. Aquelas oito voluntárias, hoje, já são mais de 300. Há cerca de dois meses atrás, o projeto foi inscrito num concurso internacional, que se realiza a cada dois anos, nos EUA, pelo Instituto Ronald Mc Donald. O "Bolsa de Alimentos" concorreu com projetos sociais de diferentes Casas de Apoio de várias partes do mundo, na categoria "The Best of the Best" (O Melhor dos Melhores). Além de um prêmio em dinheiro no valor de 5 mil dólares que será destinado à instituição carioca, o maior dos prêmios é que o "Bolsa de Alimentos" será implementado em todas as Casas Ronald Mc Donald´s espalhadas pelo mundo que tenham adequação ao projeto.

Maior autoridade acadêmica sefaradi vem ao RJ

A vinda da Profª Margalit Bejarano, considerada a maior autoridade acadêmica de Israel na cultura sefaradi, está provocando um saudável entusiasmo comunitário. Todo o mundo quer recebê-la e homenageá-la.

Margalit estará no Rio de Janeiro na segunda semana de julho e já tem encontros marcados com Alberto Nasser, Jayme Salim Salomão, Isaac Hanono, Conselho Sefaradi e com a FIERJ, além de visitas agendadas ao Templo Sidon, Sinagogas Beirutense e União Israel, Sinagoga Beth-El e Lar dos Velhos.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Hitler pode ter lançado holocausto 'por ter pego sífilis de prostituta judia




21/06/2007
BBC 10h11
-Uma teoria apresentada em um congresso de psiquiatras na Escócia sustenta que Adolf Hitler pode ter se tornado um homem de comportamento violento após ser contaminado pela sífilis transmitida por uma prostituta judia.

A possibilidade foi apontada pelo psiquiatra Bassem Habeeb, em um artigo acadêmico que circulou entre o público de especialistas no encontro mundial do Royal College of Psychiatrists, em Edimburgo.

Segundo Habeeb, a doença teria sido transmitida a Hitler depois que ele manteve relações sexuais com uma prostituta judia, em 1908.

À época uma doença incurável, a enfermidade pode levar à loucura, mudanças bruscas de humor e paranóia. "Se a vida de Hitler for analisada pelas lentes de um diagnóstico de sífilis, uma pista leva a outra, até emergir um padrão de infecção progressiva de uma doença que pode ter definido Hitler desde sua juventude", disse o psiquiatra.

'Doença de judeu'
Habeeb acrescentou que, embora não se possa afirmar com certeza, existem "amplas evidências" de que o líder nazista, que procurou eliminar a raça judia através do Holocausto, era portador de sífilis.

Anotações do diário do médico de Hitler, Theo Morrell, indicaram que o paciente sofria de crises gástricas (de estômago), lesões de pele, mal de Parkinson e mudanças bruscas de humor - sintomas de sífilis, observou o Dr. Habeeb.

Ele disse que Hitler tinha ainda "sintomas de comportamento criminoso, paranóia e mania de grandeza", que poderiam ser interpretados como indicadores de neurosífilis, ou seja, da doença em seu estado avançado.

Em seu livro, Mein Kampf (Minha Luta), Hitler dedica uma dezena de páginas à sífilis, afirmando que a eliminação da "doença de judeus" deveria ser "uma tarefa de toda a nação alemã".

Historiadores e médicos já haviam apontado a possibilidade de que o líder alemão tivesse sífilis. Mas, segundo o Dr. Habeeb, ninguém tinha ainda percorrido os sintomas até encontrar uma ligação entre o estágio avançado da doença e os traços da personalidade de Hitler que acabaram influindo no desenvolvimento do Holocausto.

O Dr. Habeeb, do Hollins Park Hospital, em Warrington, no norte da Inglaterra, já conduziu outras pesquisas semelhantes a respeito de líderes mundiais.

Em uma delas, ele especulou sobre o grau de influência que possíveis demências avançadas haveriam tido em personalidades políticas mundiais, como o líder soviético Stálin, o ex-presidente americano Woodrow Wilson, e o ex-primeiro-ministro britânico Ramsay MacDonald.

 

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Google e o Museu Memorial do Holocausto

O Google e o Museu Memorial do Holocausto, dos EUA, estão unidos em um projeto de mapeamento on-line das atrocidades cometidas na região de Darfur, no oeste do Sudão.Usando imagens de alta resolução, os usuários podem fazer um "zoom" sobre Darfur para ver mais de 1.600 aldeias destruídas. Mais de 200 mil pessoas morreram ali desde 2003. Parte da carnificina foi detalhada pelo Google Earth, o serviço de mapas e imagens por satélite do Google (http://earth.google.com). O governo sudanês nega que haja um genocídio no país. Os restos de mais de 100 mil casas, escolas, mesquitas e outras estruturas usadas pela milícia janjaweed e pelas forças sudanesas em Darfur também são visíveis.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Manuscrito de Isaac Newton traz data do apocalipse

Imagens divulgadas hoje pela Biblioteca Nacional de Israel mostram três manuscritos atribuídos a Isaac Newton nos quais ele calcula a data aproximada do apocalipse. O material traz também detalhes precisos de um antigo templo em Jerusalém e interpreta passagens da Bíblia.

Os documentos, exibidos nesta semana pela primeira vez, expõem o lado religioso pouco conhecido de um dos maiores cientistas da história. Newton, que morreu há 280 anos, é conhecido por seus trabalhos fundamentais da física moderna, astronomia e matemática.

Em um dos manuscritos, datado do começo do século XVIII, Newton, por meio dos textos bíblicos do Livro de Daniel, chega à conclusão de que o mundo deve acabar por volta do ano de 2060. "Ele pode acabar além desta data, mas não há razão para acabar antes", escreveu.

Em outro documento, o cientista interpreta as profecias bíblicas que contam sobre o retorno dos judeus à terra prometida antes do final do mundo. Segundo ele, se verá "a ruína das nações más, o fim do choro e de todos os problemas, e o retorno dos judeus ao seu próspero reino".

Uma das curadoras da exposição, Yemima Ben-Menahem, diz que os papéis de Newton complicam a idéia de que a ciência é exatamente oposta à religião. "Estes documentos mostram um cientista guiado por um fervor religioso, por um desejo de ver as ações de Deus guiando o mundo", disse.

Os manuscritos, comprados da Inglaterra em 1936, estão na Livraria Nacional desde 1969.

  • AP Imagem de um dos manuscritos atribuídos a Isaac Newton

Aristides Sousa Mendes: Familiares recriam viagem que salvou 30 mil refugiados do holocausto nazi

Três dezenas de descendentes do cônsul Aristides de Sousa Mendes vão homenagear o diplomata, segunda e terça-feira, recriando a viagem que 30 mil refugiados fizeram entre Bordeaux (França) e Portugal, durante a Segunda Guerra Mundial.

Na segunda-feira, a homenagem ao diplomata português terá lugar em Bordeaux e no dia seguinte, os seus familiares - oriundos de países como Canadá, Estados Unidos, Bélgica, França e Portugal - partem da fronteira Irun/Hendaya (entre França e Espanha), em direcção a Vilar Formoso, disse à Agência Lusa o presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), Jorge Patrão, que apoia a iniciativa.

"Durante o trajecto entre Bordeaux e Vilar Formoso vão decorrer várias homenagens póstumas a Aristides de Sousa Mendes", explicou Jorge Patrão.

Em Bordeaux, o cônsul Aristides de Sousa Mendes será distinguido com o Grande Prémio Humanitário da França e com o título de Cidadão Honorário de Bordeaux, disse a fonte, acrescentando que na fronteira de Irun, na antiga ponte fronteiriça, entre a França e Espanha, será descerrada uma lápide de homenagem.

Em Portugal, na fronteira de Vilar Formoso, onde na terça-feira a comitiva será recebida pela RTSE e pela Câmara Municipal de Almeida, o cônsul português será condecorado como cidadão honorário do Município.

Na sessão, prevista para as 18:30, vai ser ainda descerrada uma lápide de homenagem na estação ferroviária da fronteira portuguesa.

"Será um acto de justiça à memória de um herói na história dos povos", referiu o presidente da RTSE, admitindo que o diplomata português protagonizou "o maior acto de salvação promovido por uma só pessoa durante o holocausto nazi".

Jorge Patrão justificou que o organismo a que preside se associou à homenagem por existir na região uma Rota das Judiarias, recordando que a acção de Aristides de Sousa Mendes permitiu salvar 12 mil judeus dos 30 mil refugiados enviados para Portugal, durante a Segunda Guerra Mundial.

Por outro lado, adiantou que a RTSE irá anunciar "em breve" a instalação de um memorial a Aristides de Sousa Mendes, na Guarda e em Vilar Formoso, sem adiantar pormenores.

"Será um memorial com uma estrutura física e ainda estamos a pensar noutras hipóteses", referiu.

Aristides de Sousa Mendes, nascido em Julho de 1885, em Cabanas de Viriato, distrito de Viseu, era profundamente católico, o que não lhe permitiu ficar indiferente aos milhares de pessoas que, fugindo aos exércitos de Hitler, procuravam chegar a Portugal para alcançar o continente americano.

O cônsul português em Bordeaux, entre os dias 17 e 19 de Junho de 1940, assinou 30 mil vistos para salvar pessoas do holocausto nazi, contrariando as ordens do Governo de Salazar, situação que o levaria à expulsão da carreira diplomática.

Foi julgado em processo administrativo, sem hipótese de recurso, por ultrapassar os limites fixados pela política salazarista em matéria de refugiados, e por fim demitido do serviço público, o que na altura significava o afastamento definitivo da vida activa.

Morreu "pobre e desonrado" a 03 de Abril de 1954 em Lisboa, no Hospital da Ordem Terceira, devido a uma trombose cerebral, depois de uma intensa carreira diplomática que também incluiu países como o Brasil, Espanha, Estados Unidos e Bélgica.

Lusa/AO

Morre o banqueiro barão Guy de Rothschild

O barão Guy de Rothschild, patriarca de um império bancário francês com um gosto pela alta sociedade e uma paixão por corridas de cavalos, morreu nesta semana, anunciou a sua família hoje. Ele tinha 98 anos. Rothschild, que viu o banco da sua família ser tomado primeiro sob a ocupação nazista da França, e 40 anos mais tarde pelo governo socialista, morreu na terça-feira em Paris, informou a sua família em anúncio publicado no diário Le Figaro. A causa da morte não foi informada.

Édouard Alphonse Paul Guy de Rothschild nasceu em 21 de maio de 1909, no 8º distrito de Paris, na mansão dos Rothschild, filho do barão Édouard de Rothschild e da baronesa de Rothschild, um ramo francês da complexa família que inclui os financistas da realeza na França, Grã-Bretanha e Holanda, entre outros países. A vinícola da família em Bordeaux, que produz o vinho Château Lafite Rothschild, é famosa mundialmente.

Embora rico e festejado, Rothschild também enfrentou calamidades. Ele viu o império financeiro da família ser destroçado durante a ocupação nazista da França, na segunda Guerra Mundial. O governo colaboracionista francês de Vichy retirou a nacionalidade francesa da família Rothschild - e também os seus bens e ativos. Rothschild fugiu para os Estados Unidos e posteriormente a Londres, onde se juntou ao movimento de resistência do general Charles de Gaulle, as Forças da França Livre.

Após a guerra, Rotschild reconstruiu o império financeiro francês da sua família das ruínas, contratando o professor Georges Pompidou - que mais tarde virou presidente da França - para lhe ajudar na tarefa. Um segundo desastre para o banqueiro ocorreu em 1981, com a chegada ao poder do presidente socialista François Mitterrand. O governo Mitterrand, embarcando em uma extenso programa de nacionalizações, colocou o banco Rothschild em mãos do Estado francês.

Amargurado, Rothschild deixou a França e mudou-se para Nova York, mas não antes de escrever um estridente artigo para o jornal Le Monde, no qual acusou os socialistas de sucumbirem ao anti-semitismo francês.Seu filho David mais tarde seguiu os passos do pai e reconstruiu a rede bancária da família, embora em escala um pouco menor, no que virou em 1987 a Rothschild & Cie Bank.

Guy de Rothschild ajudou a criar e presidiu o Fundo Judaico de Bem-Estar, a primeira agência de filantropia judaica na França, de 1950 a 1982. Casado por duas vezes, ambas as vezes com primas distantes, Rothschild teve uma fase de apogeu na sociedade parisiense com sua segunda esposa, Marie-Hélène. O casal reaparelhou o castelo de Ferrières, perto de Paris, que virou ponto de encontros e festas da sociedade francesa. Marie-Hélène morreu em 1990.

"O barão cresceu com um complexo de inferioridade, não porque se culpasse por ser milionário, mas porque teve que provar a si próprio que tinha o valor para ser um Rothschild," disse Theodore Zeldin, autor britânico que escreveu sobre a família Rothschild. O barão deixa os filhos David e Édouard, além de uma irmã, Jacqueline Piatigorsky. O serviço do funeral ocorrerá no dia 21, na maior sinagoga de Paris.

Israel consegue guardar dados em neurônios

Pesquisadores conseguiram estimular células sem prejudicar seus padrões normais.
Técnica dá um empurrão na criação de células 'ciborgues'.
Pela primeira vez, cientistas conseguiram armazenar informações em neurônios vivos, tornando mais próxima a criação de chips de computadores "ciborgues", capazes de combinar circuitos eletrônicos com células humanas.

Segundo o site da publicação "New Scientist", redes de neurônios cultivados são conhecidas por ter descargas espontâneas em padrões específicos. Pesquisadores tentaram anteriormente programar essas redes neurais com novos padrões, representando pedaços de informações, ao estimular eletricamente células individuais.

 

Entretanto, esses ataques atrapalham seus padrões originais e, para que uma rede possa guardar informação com sucesso, é preciso que novos padrões sejam reimpressos sem apagar os antigos.

Agora, Itay Baruchi e Eshel Ben-Jacob, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, conseguiram colocar novos padrões de descargas em uma rede de neurônios ao selecionar pontos específicos da rede com um produto químico chamado picrotoxin. Esses padrões tiveram duração de dois dias, sem prejudicar os existentes anteriormente. "Você pode pensar nisso como uma árvore de Natal com luzes que piscam", diz Ben-Jacob. "Nós reimprimimos outros padrões de luz em cima dos originais".

 

Essas operações naturais realizadas pelos neurônios para alguns são parte da memória, que o cérebro usa quando guarda informação. Colocar essas memórias em redes de neurônios artificiais promove uma potencial forma para desenvolver chips ciborgues, afirma Ben-Jacob. Eles poderiam ser úteis para monitorar sistemas biológicos, como o cérebro e o sangue, porque, sendo humanas, eles responderiam aos mesmos materiais químicos que o corpo.

domingo, 17 de junho de 2007

JUDEUS E FAMILIARES HOMENAGEIAM VÍTIMAS DE MASSACRE NA ITÁLIA

ROMA, 15 JUN (ANSA) - O rabino de Roma, Riccardo Di Segni visitou hoje o mausoléu das Fossas Ardeatinas, liderando uma delegação de expoentes máximos da comunidade judia da Itália. "Estamos aqui para manifestar nossa dor e nossa indignação", declarou durante a visita.
    Esta noite, o Coliseu, famoso monumento da capital italiana, será iluminado em memória das 335 vítimas do massacre. Dos mortos, 75 eram judeus. "A matança das Fossas Ardeatinas é um luto para toda a cidade, sem distinções de religião", disse Di Segni.
    A visita simbólica ao mausoléu, além de homenagear as vítimas do massacre nazista de 1944, manifesta contrariedade à medida da justiça militar que libertou o ex-capitão da SS, Erich Priebke, de 93 anos. Ele é acusado de ser um dos responsáveis da matança de 44. Sobre o caso, o rabino não quis fazer mais comentários.
    Priebke foi autorizado recentemente a abandonar a prisão domiciliar para trabalhar no escritório de seu advogado de defesa apesar de sua condenação à prisão perpétua.
    Altos representantes da comunidade judia de Roma e a União das Comunidades Judias da Itália (UCEI) que visitaram as Fossas Ardeatinas se detiveram diante da gruta do massacre e declamaram salmos pelos defuntos nas tumbas de "Kaddish".
    Além de Di Segni, se encontravam presentes o presidente da Comunidade judia, Leone Paserman, o responsável pela oficina rabínica, Alberto Funaro, e o presidente da UCEI, Renzo Gattegna.
    "O problema não é Priebke como pessoa, disse Gattegna, mas o que ele representa: ele é o símbolo do nazismo que massacrou civis. Nunca se arrependeu pelo que fez e nunca pediu perdão aos familiares das vítimas, ao contrário, sempre manteve sua posição".
    "Estou revivendo as mesmas emoções que vivi na época de Herbert Kappler (outro militar nazista destacado em Roma, que deixou o hospital militar do Celio, ndr) e não compreendo porque Priebke nunca disse ter se arrependido", disse Funaro.
    A Associação Nacional de Famílias dos Mártires mortos pela pátria e pela liberdade (ANFIM) - que reúne familiares das vítimas das Fossas Ardeatinas - foi a responsável pelo pedido ao prefeito Walter Veltroni de que se ilumine o Coliseu, como gesto simbólico da cidade de Roma. O prefeito aceitou de imediato o pedido: "é o justo reconhecimento da cidade aos familiares das vítimas de Fossas Ardeatinas. Roma nunca esquecerá as vítimas dessa barbárie nazi-fascista".
    Uma onde de indignação tomou conta da Itália com a autorização de trabalho concedida ao ex-militar nazista de 93 anos, extraditado em 1995 da Argentina para ser processado, não só entre a comunidade judia, como também entre os políticos.
    O ministro italiano da Justiça, Clemente Mastella, expressou perplexidade diante dessa decisão do tribunal militar de vigilância.
    Por outro lado, o advogado do ex-oficial afirmou que "quem se admira de que Priebke tenha certos direitos é racista".(

sábado, 16 de junho de 2007

Jogo pela Paz em Tel Aviv

O estádio Ramat Gan, em Tel Aviv (Israel), será palco no próximo dia 19 de uma partida de futebol esperada por milhares de torcedores. Pela primeira vez, o time do Real Madrid disputará um amistoso em Israel, com o objetivo de mostrar ao mundo que é possível construir a paz no Oriente Médio. Do outro lado do campo, estará o 'Time da Paz', formado por jogadores israelenses e palestinos, que freqüentam o Centro Peres para a Paz, fundado há dez anos em Tel Aviv.

- As estrelas do Real Madrid são modelos de como o futebol é uma linguagem internacional que une culturas, países e nações, mesmo as que estão em conflito", diz o diretor da Divisão de Esportes do Centro, Gal Peleg.
Peleg destaca que a visita dos famosos jogadores a crianças palestinas e israelenses de escolas de futebol será uma oportunidade para fazer com que cada uma das partes elimine a imagem negativa que tem da outra na hora em que a bola rolar.

A equipe do Real Madrid chegará a Tel Aviv no próprio dia 19, pela manhã e se dirigirá imediatamente ao Centro Peres para a Paz para se encontrar com crianças palestinas e israelenses de duas escolas de futebol. À tarde, será realizado o amistoso contra o "Time da Paz" , que é treinado por Dror Kashtan.

O Centro Peres pela Paz é uma organização não-governamental, fundada em 1996 pelo Prêmio Nobel da Paz, o israelense Shimon Peres, eleito esta semana presidente de Israel.

Mesmo com a ausência do meia inglês David Beckham, o jogo promete ser um sucesso, com transmissão ao vivo pela tv israelense e com a presença de muitas celebridades no estádio.

- Estou feliz porque uma das maiores equipes do mundo se identificou com os objetivos do Centro Shimon Peres. Jogadores como Raul, Van Nistelrooy, Guti e outros aceitaram vir conhecer pessoalmente nossas atividades e jogar conosco. Isso é maravilhoso - conclui Gal Peleg.

Wizo em Sderot

Sderot uma das cidades israelenses mais comentadas da atualidade por conviver há cerca de 6 anos com constantes ataques de Kassans, merece atenção especial das ativistas Wizo.

 

A entidade que mantém em Naot Rabin, nas cercanias de Sderot um de seus day care centers, está em vias de inaugurar uma nova sede na mesma localidade dotada de maiores recursos que irão permitir às mais de 100 crianças que o utilizam maior segurança.

A Sra. Tova Ben Dov, presidente do executivo da Wizo Mundial não esconde a sua satisfação por haver recebido uma significativa doação da família Rappoport da Suíça com esta finalidade e poder deste modo continuar em nome da Organização a corresponder às mais diversas demandas em prol do bem estar da sociedade israeli. "Os pais destas crianças podem agora sair para seus trabalhos um pouco mais tranqüilos, cientes que seus filhos estão seguros", comenta Tova.

Prestes a completar 88 anos de atuação voltados ao povo israelense e judeu, a Wizo em Israel graças ao apoio constante de suas milhares de voluntárias em mais de 50 países no mundo inclusive do Brasil, atua em mais de 800 projetos sociais, atendendo a diversos segmentos.

Seu trabalho em prol da melhoria do status do gênero feminino tem incentivado muitas mulheres ao ingresso em carreiras outrora só abraçadas por homens e sua resposta sempre responsável quanto ao bem estar infanto-juvenil, de incapacitados, de mulheres vítimas de violencia e idosos a fez merecedora do titulo de ONG e de cadeira na Ecosoc e nas Nações Unidas. Em janeiro próximo estará elegendo sua próxima Presidente e um Congresso na cidade de Tel Aviv a nível Mundial está sendo programado devendo ser prestigiado por muitas representantes Brasileiras vindas dos 13 estados onde a Organização mantém Centros de atuação desde 1926

Rússia libera arquivos da II Guerra Mundial

   
Os documentos esclarecerão diversas teorias sobre o conflito. Quase 70 anos após a invasão da União Soviética pela Alemanha nazista, em 22 de junho de 1941, a Rússia liberou os arquivos do Exército Vermelho e de sua Marinha que datam da II Guerra Mundial.

Os documentos esclarecerão diversas teorias sobre o conflito e ajudarão a obter uma cifra mais precisa sobre o número de vítimas.

"Os documentos liberados - quatro milhões no total - procedem do serviço central de arquivos do ministério da Defesa, da Marinha, do Serviço de Saúde e do Museu Médico do Ministério da Defesa, informou o coronel Serguei Ilienkov.

Não foram liberados documentos relativos a processos legais e telegramas codificados, segundo a agência russa Interfax.

O coronel Ilienko disse que os arquivos podem esclarecer teorias como a de que foi a União Soviética que atacou a Alemanha nazista ou quantos soldados soviéticos morreram durante o conflito.

"Até o momento está estabelecido que o total de mortes soviéticas foi de 26,6 milhões (na II Guerra), com 8,6 milhões de soldados caídos", lembrou o militar.

Historiador do Holocausto ganha Prêmio da Paz dos Livreiros Alemães

 
Saul Friedlander é um dos últimos historiadores a testemunharem a "perseguição e destruição" dos judeus
O Prêmio da Paz dos Livreiros Alemães foi hoje atribuído ao historiador israelita Saul Friedlander, pelos seus trabalhos sobre o Holocausto, entre cujas vítimas se contam os seus pais.

A Associação dos Livreiros Alemães destaca que Friedlander, 74 anos, é um dos últimos historiadores que testemunharam a "perseguição e a destruição dos judeus na época do terror nazista na Europa".

O historiador "permitiu a homens e mulheres reduzidos a cinzas fazerem ouvir uma queixa, um grito. Deu-lhes uma memória e os seus nomes" - acrescenta.

Criado em 1950, o Prêmio da Paz dos Livreiros Alemães foi atribuído em 2006 ao ensaista e sociólogo alemão Wolf Lepenies, e em 2005 ao escritor turco Orhan Pamuk, que um ano mais tarde ganhou o Prémio Nobel da Literatura.

Saul Friedlander nasceu em 1932, em Praga, filho de pais judeus mortos em Auschwitz, sendo sobretudo conhecido pela sua obra "O Terceiro Reich e os Judeus", considerada uma síntese do seu trabalho como historiador.

Após um primeiro volume sobre "Os Anos da Perseguição" (1933-1939), editado em 1997, acaba de publicar um segundo volume intitulado "Os Anos do Extermínio" (1939-1945).

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Bob Dylan vence o prêmio Príncipe de Astúrias das Artes



 

Bob Dylan durante show em Los Angeles, EUA (05/05/04)

Bob Dylan durante show em Los Angeles, EUA (05/05/04)


 

MADRI (Reuters) - O lendário músico norte-americano Bob Dylan foi agraciado na quarta-feira com o Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes-2007, por ser "um mito vivo na história da música popular e farol de uma geração que teve o sonho de mudar o mundo".

Considerado o maior poeta do rock, Dylan, de 66 anos, é reconhecido como uma das maiores influências musicais do século 20, além de encarnar o movimento pacifista da década de 1960. Entre seus sucessos se destacam as canções "Blowing in the Wind" e "Like a Rolling Stone".

"Austero nas formas e profundo nas mensagens, Dylan conjuga a canção e a poesia em uma obra que faz escola e determina a educação sentimental de muitos milhões de pessoas", disse José Lladó, presidente do júri reunido na cidade de Oviedo, nas Astúrias.

Dylan, nascido Robert Zimmerman numa família judia de classe média em Minnesota, lançou em 2006 seu primeiro disco em cinco anos, "Modern Times".

O cantor e compositor, que também é escritor, cineasta e ator, mudou de nome, de religião e de estilo musical ao longo da extensa carreira, que já resultou em quase 50 álbuns e centenas de canções.

A Fundação Príncipe de Astúrias abriu na semana passada a temporada de prêmios com o de Cooperação Internacional, concedido ao ex-vice-presidente norte-americano Al Gore.

A cada ano são entregues oito prêmios, que incluem 50 mil euros e uma escultura criada e doada especificamente para esse fim por Joan Miró.

Ainda serão entregues neste ano os prêmios de Comunicação e Humanidades, Pesquisa Científica e Técnica, Letras, Ciências Sociais, Esportes e Concórdia.

A cerimônia de entrega ocorrerá no outono espanhol no Teatro Campoamor, de Oviedo, e será presidida pelo próprio Príncipe de Astúrias, filho mais velho do rei Juan Carlos 2o.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Conferência muçulmana reconhece o Holocausto

 

Em um momento excepcional na Indonésia, maior país muçulmano do mundo, rabinos, testemunhas do genocídio nazista e autoridades muçulmanas concordaram nesta terça-feira em reconhecer a realidade do Holocausto.

O encontro, organizado discretamente devido à delicadeza do tema, foi apresentado como uma "anticonferência de Teerã".

Em dezembro de 2006, o Irã organizou uma conferência na qual o genocídio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial foi questionado, provocando indignação em meio à comunidade internacional.

A reunião, destinada a promover a tolerância religiosa, foi presidida pelo ex-presidente indonésio Abdurrahamn Wahid, chamado de "Gus Dur", líder islâmico moderado.

"Embora seja um bom amigo do (presidente iraniano) Mahmud Ahmadinejad, devo dizer que está equivocado", declarou Wahid. "Falsificou a história", afirmou.

A presença de rabinos se manifestando publicamente na Indonésia é um acontecimento excepcional, mais ainda pela participação de um rabino israelense.

O rabino Daniel Landes, diretor do Instituto de Estudos Judeus de Jerusalém, disse que se sente feliz, apesar de a Indonésia não manter relações diplomáticas com Israel.

A conferência, que reúne também líderes religiosos hinduístas e budistas, foi organizada pela Libforall, uma ONG americana que prega maior tolerância religiosa.

"Trata-se de uma oportunidade única para romper os estereótipos que estão arraigados no mundo muçulmano", considerou Abraham Cooper, um rabino americano do centro Simon Wiesenthal.

Cooper afirmou que a Indonésia, onde quase 90% dos 220 milhões de habitantes reivindicam um islã moderado, era um "alvo" daqueles que negam o genocídio.

"A maioria dos muçulmanos da Indonésia ignoram o que é o Holocausto, à exceção dos que estudaram sobre o Oriente Médio", confirmou Ahmad Suaedy, diretor do Instituto Wahid, uma associação que defende um islã moderado.

Sol Teichman, sobrevivente do campo de Auschwitz de 79 anos, que viu sua família ser dizimada pelos nazistas, apresentou sua triste experiência diante de um grupo de estudantes indonésios, balineses, hinduístas e muçulmanos.

No final de abril, diversas autoridades muçulmanas indonésias haviam se oposto firmemente à visita de parlamentares israelenses a Bali, convidados para a 116ª assembléia da União Interparlamentar (UIP).

Os deputados israelenses renunciaram afirmando não ter garantias de segurança.

Em viagem a Israel, Scolari deseja sorte a Shimon Peres

Telaviv, 12 Jun (Lusa) - O técnico da seleção portuguesa de futebol, o brasileiro Luiz Felipe Scolari (foto), disse nesta terça-feira que sua visita a Israel e seu encontro com o Prêmio Nobel da Paz Shimon Peres foram momentos muito marcantes em sua vida.

Em declarações ao site da empresa que faz a sua assessoria de imprensa (www.fellegger.com.br), o treinador brasileiro disse que essa foi uma visita "diferente" e que Shimon Peres "tem um carisma muito grande".

"É um projeto em que todos estão envolvidos, sabendo que de alguma forma estão ajudando para que haja paz e integração de todos os povos no futuro. Participar disso me deixa muito feliz porque nunca imaginei que pudesse acontecer", afirmou.

Na conversa com Shimon Peres, na manhã desta terça-feira, em Telaviv, Scolari disse que o Prêmio Nobel "é uma pessoa diferente, uma pessoa que tem um sentido bem diferente daqueles com que se fala habitualmente".

"Desejei-lhe sorte para amanhã [quarta-feira], quando é a eleição para a Presidência, e ele me perguntou o que era sorte para ele, perder ou vencer? Foi um momento que eu não tinha vivido nunca. Ponto alto desta visita e da minha vida", afirmou Scolari.

Como cristãos, para o técnico e sua mulher, a visita foi "um momento muito importante e espetacular", com o qual nunca haviam imaginado.

Depois da conversa com o ex-primeiro-ministro israelense, Scolari visitou a Fundação Shimon Peres, onde esteve com algumas crianças, que disseram a ele que "tanto a seleção brasileira como a portuguesa marcam muito".

O treinador brasileiro acompanhou ainda o trabalho desenvolvido com as crianças na escola de futebol, em que os professores "ensinam os fundamentos básicos, mas fundamentalmente alertando-os para que haja no futuro uma situação de tolerância".

Na segunda-feira, Scolari havia dado uma palestra a alguns treinadores israelenses e palestinos, em que se falou sobre "tudo o que rodeia o futebol", as formas de trabalho, considerando que "foi muito bom esse envolvimento com os treinadores".

Shimon Peres é o presidente de Israel

Shimon Peres foi eleito como o nono presidente de Israel. Peres é do partido Kadima, que está no governo e conseguiu apoio de 86 dos 120 membros do Knesset (Parlamento), no segundo turno de votação.

Com 83 anos, Peres tem um Prêmio Nobel da Paz e já ocupou praticamente todos os altos postos da política de Israel. Sua posse será no dia 15 de julho para um mandato de 7 anos.

Peres conhece bem o Brasil e as comunidades judaicas do Rio de São Paulo, onde já esteve algumas vezes.

Berlim paga indenizações como 'reconhecimento moral'

 

BERLIM - A Alemanha saldou o pagamento de indenizações aos antigos escravos do nazismo, com o envio de cerca de € 4,4 bilhões a 1,66 milhão de sobreviventes, e encerrou a última dívida do total de € 67 bilhões que o país pagou desde o pós-guerra pelos crimes do Terceiro Reich.

- O dinheiro não pode compensar a dor infligida, mas é um reconhecimento moral da responsabilidade sobre milhões de vítimas, disse nesta terça-feira o presidente alemão, Horst Köhler, em um ato no Palácio de Bellevue.

Os pagamentos são 'apenas uma indenização simbólica' perante o sofrimento de 'milhões de pessoas que não sobreviveram ao martírio e aos outros que o fizeram, mas com conseqüências físicas ou psíquicas que permanecem até hoje', reconheceu a chanceler Angela Merkel.

 

Köhler e Merkel encerram assim a iniciativa criada em 1998 pelo então chanceler GerhardSchröder para saldar a dívida tardia com os antigos trabalhadores forçados, entregues pelo regime nazista a indústrias, bancos 'e até hospitais e instituições sociais', lembrou o presidente.

- Muitos alemães tiraram proveito voluntária ou involuntariamente do trabalho desses escravos, disse Köhler. O presidente ressaltou que esta não foi uma prática 'isolada' de alguns consórcios ou empresas, mas de todo o complexo industrial alemão.

Calcula-se que o Terceiro Reich, sob a liderança de Adolf Hitler, empregou cerca de dez milhões de trabalhadores forçados, que foram entregues pelo regime nazista como mão-de-obra preferencialmente à indústria armamentista, mas também para outros tipos de instituições, incluindo a igreja.

Deles, foram localizados e identificados 1,665 milhão de sobreviventes, a maioria em territórios da antiga União Soviética.

Os grupos de vítimas de outras partes do mundo tinham sido indenizados por meio de diferentes pacotes negociados durante o pós-guerra e em anos posteriores com as potências aliadas, Israel e a maioria dos países europeus, incluindo a Polônia.

No entanto, a grande maioria de sobreviventes do Leste Europeu ficou de fora, até que surgiu esta iniciativa, canalizada pela Fundação Lembrança, Responsabilidade e Futuro, criada em 1999, explicou Merkel.

- A indústria demorou a levar o problema a sério, admitiu Manfred Gentz, o representante da indústria na fundação.

A partir daí, foi aberto um processo de 'análise científica' do passado e dos vínculos com o nazismo, assumido 'pela maioria dos consórcios', acrescentou Gentz.

A Fundação Lembrança, Responsabilidade e Futuro iniciou um longo processo de negociações com o ex-ministro da Economia e presidente de honra do Partido Liberal Otto Graf Lambsdorff, marcado por sucessivas controvérsias e novos obstáculos.

Com a iniciativa já em andamento, na qual inicialmente estiveram englobados doze grandes consórcios industriais, surgiu o temor entre as empresas envolvidas de que tal reconhecimento de culpa gerasse uma onda de demandas coletivas procedentes dos Estados Unidos.

EX-NAZISTA ERICH PRIEBKE AUTORIZADO A DEIXAR PRISÃO DOMICILIAR

ROMA, 12 JUN (ANSA) - Erich Priebke, o ex-capitão nazista, de 93 anos, condenado à prisão perpetua pelo massacre das Fossas Ardeatinas, conseguiu autorização para deixar a prisão domiciliar, firmada pelo escritório militar de vigilância, por "motivos de trabalho".
    Priebke, em prisão domiciliar em um bairro da capital italiana, poderá ir trabalhar no escritório de seu advogado "todos os dias, em pessoa", segundo estabelece a sentença.
    No decreto de "modificação das prescrições concernentes à prisão domiciliar de Erich Priebke", o juiz militar de vigilância adverte que o ex-oficial das SS (tropas de elite nazistas) está "autorizado a ir todos os dias ao escritório do advogado Paolo Giachini, para permanecer ali por um período que será determinado antecipadamente pelas autoridades policiais destinadas a esse caso".
    É informado também que "o preso, durante as horas de trabalho no escritório legal, poderá sair apenas para satisfazer, nos lugares mais próximos e pelo tempo necessário, as indispensáveis exigências da vida".
    O massacre das Fossas Ardeatinas, minas abandonadas a 14 quilômetros ao sul de Roma, aconteceu em 24 de março de 1944, quando 335 italianos - a maioria presos políticos detidos na prisão romana de Regina Coeli e 75 judeus - foram fuzilados pelo regime nazista em represália ao assassinato de 33 soldados alemães ocorrido um dia antes em uma rua de Roma.
    Em 1984, Priebke foi localizado em Bariloche (Argentina) por uma emissora de TV dos Estados Unidos, foi detido, em novembro de 1995 foi extraditado para a Itália e julgado junto com outro oficial nazista, Karl Hass, de 88 anos. Os dois oficiais foram condenados em março de 1998 por um tribunal de Roma por sua participação na matança.
    Priebke foi libertado por motivos de saúde no final de 1999 e desde então estava em regime de prisão domiciliar em Roma, na casa de um amigo. (ANSA)

terça-feira, 12 de junho de 2007

participante protesta contra skinheads na Parada Gay

Um participante da 11ª Parada do Orgulho GLBT de São Paulo usou sua fantasia para protestar contra skinheads, grupo conhecido pela homofobia. O rapaz, com a cabeça raspada e todo maquiado, segurava uma suástica cheia de plumas entrecortada com os símbolos do masculino e feminino.

 

Scolari dá largada de prova ciclística em Israel

Scolari dá largada de prova ciclística em Israel
 
AP

Luiz Felipe Scolari teve que improvisar na hora de dar a largada
 

O técnico da seleção de Portugal, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, deu a largada para uma corrida de ciclismo em Tel Aviv, em Israel, nesta segunda-feira.

Scolari foi convidado por um instituto para dar uma palestra para os treinadores de Israel e da Palestina sobre o tema "Futebol como Instrumento de Paz".

O treinador teve que improvisar na hora de dar a largada para a prova. Sem a tradicional bandeira em mãos, Felipão fez o gesto que caracteriza o início da prova com as mãos vazias.

 

ALEMANHA CONCLUI RESSARCIMENTO A VÍTIMAS DO NAZISMO

BERLIM, 11 JUN (ANSA) - A Alemanha pagou as últimas indenizações às vítimas dos campos de trabalho forçado do período nazista: 4,37 bilhões de euros para mais 660 mil de perseguidos políticos e parentes.
    Os indenizados foram, durante o nacional-socialismo alemão, deportados, saqueados ou obrigados a trabalhar pelo Estado bélico nazista.
    Os ressarcimentos foram iniciados em 30 de maio de 2001, no governo de Gerhard Schröder (SPD), que definiu a iniciativa como "um capital dedicado a uma boa finalidade, pela nossa responsabilidade histórica".
    A fundação "Memória, Responsabilidade e Futuro" é responsável pela gerência das indenizações. Martin Salm, um dos seus diretores, afirmou ao jornal Süddeutsche Zeitung que "aquilo que restou do capital, cerca de 425 milhões de euros, será destinado a projetos pela paz entre os povos".

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Depoimento de João Pereira Coutinho, colunista da Folha de S.Paulo sobre o Yad Vashem

 

O destino de Petr Ginz

"No próximo ano em Jerusalém", diziam os judeus na Diáspora. Digo eu também: no próximo ano, ou no próximo mês, passem pela cidade e visitem o Museu do Holocausto, o novo Yad Vashem, um prodígio de arquitetura desenhado por Moshe Safdie para explicar o horror aos turistas, partindo do pressuposto de que o horror se explica.

O museu é simples como conceito: um túnel subterrâneo em forma triangular que rasga a montanha de um lado ao outro. O visitante entra pela Avenida dos Justos entre as Nações, um memorial de árvores a todos aqueles que arriscaram a vida para salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Como o português Aristides de Sousa Mendes (1885 - 1954), cônsul em Bordeaux, que assinou milhares de vistos para refugiados contrariando as ordens diretas de Salazar. Depois o turista despede-se da luz e entra literalmente nas trevas.

Yad Vashem
Desenho de Petr Ginz levado na última viagem do Columbia
Desenho de Petr Ginz levado na última viagem do Columbia

Escuridão. Salas contíguas que vão mostrando, mais do que explicando, os momentos decisivos que levaram à destruição. Começamos com as comunidades judaicas, plenamente integradas na Europa, antes da década de 1930. Mas depois as perseguições têm início com a chegada de Hitler ao poder em 1933; a normalidade é desfeita; e, em 1942, a "solução final" é posta em marcha. Em cada sala, encontramos o testemunho físico do que ficou. Objetos pessoais. Reconstituições de ruas, casas, guetos. Os filmes clandestinos das execuções clandestinas. Testemunhos de sobreviventes.

E, na última divisão do túnel, a sala dos que não sobreviveram, chamada Sala de Todos os Nomes, por nela estarem os nomes das vítimas que foi possível resgatar e relembrar. Existe luz ao centro, onde se ergue uma cúpula onde centenas de rostos olham para nós. Fotos de homens, mulheres. Velhos, crianças. É provável que, entre esses rostos, esteja o de Petr Ginz.

Nascido em Praga, em 1928, Petr Ginz é o autor do último grande diário sobre o Holocausto, uma obra recentemente descoberta e publicada em circunstâncias que desafiam a credulidade humana.

Aconteceu em 2003, quando a nave espacial "Columbia" incluiu na sua tripulação um astronauta judeu e israelita, Ilan Ramon, também ele filho de uma sobrevivente de Auschwitz. Convidado a levar consigo um símbolo da história judaica, e mais precisamente da tragédia judaica, Ramon acabaria por escolher o desenho de uma criança, entre as centenas que o Yad Vashem tem à sua guarda. O autor do desenho era um rapaz tcheco de 14 anos, chamado Petr Ginz. E o desenho, uma paisagem lunar -- ou, mais precisamente, uma paisagem do planeta Terra, vista a partir da Lua.

O destino do "Columbia" seria funesto: ao reentrar na atmosfera terrestre, no dia primeiro de fevereiro de 2003, a nave espacial acabaria por explodir. As notícias do desastre correram o mundo. E, com o desastre, o nome dos astronautas, os objetos que levaram na missão e o nome desconhecido de um desconhecido Petr Ginz, o autor do desenho, e que nesse fatídico dia de fevereiro de 2003, se estivesse vivo, completaria 75 anos de idade.

Peter Ginz fora executado em Auschwitz em 1944, com dezesseis anos. Mas, em 2003, quando as imagens do seu desenho ocuparam as primeiras páginas, alguém em Praga reconheceu o traço do autor e contatou o Yad Vashem de Jerusalém. Um anônimo proprietário da nova República Tcheca encontrara numa antiga casa da capital seis cadernos com textos e desenhos que, com muita certeza, pertenceriam a esse tal "Petr Ginz". Seria possível?

Os cadernos foram prontamente analisados pelo museu, que os autenticou como verdadeiros. Mas eles foram sobretudo analisados e autenticados por uma pintora israelita ainda viva, de nome Chava Pressburger. Sessenta anos antes, em Praga, fora ela quem os oferecera a seu irmão Petr, para que ele pudesse desenhar e escrever.

Divulgação
Foto tirada em 1934 mostra os irmãos tchecos Eva e Petr Ginz
Foto tirada em 1934 mostra os irmãos tchecos Eva e Petr Ginz, vítimas do nazismo

O resultado desta descoberta pode hoje ser lido, e contemplado, em "The Diary of Petr Ginz: 1941-1942" (Atlantic Monthly Press, 180 págs.). Encontramos os desenhos, sim, a começar pelo desenho lunar com que Ginz regressou ao mundo dos vivos no dia do seu aniversário, em 2003. Encontramos excertos dos seus cinco romances inéditos, que o pequeno prodígio escreveu entre os 8 e os 14 anos. Mas encontramos sobretudo dois cadernos que descrevem a vida de um rapaz numa Tchecoslováquia ocupada, entre 1941 e 1942, antes da primeira deportação para o campo de Theresienstadt. E, já no campo, encontramos os artigos que ele escreveu para uma revista que ele próprio editava, de nome "Verdem" ("Nós Lideramos", ou "Nós Venceremos", segundo a tradutora Elena Lappin). E encontramos, finalmente, excertos do diário da irmã, Chava, também ela deportada para Theresienstadt em 1942: são os excertos da sua despedida de Petr, quando este, aos dezesseis anos e "já sem as feições de uma criança", fez a sua última viagem para Auschwitz.

Especialistas na literatura sobre a Shoah estabeleceram de imediato comparações entre o diário de Petr Ginz e a obra célebre de Anne Frank. Entendo a tentação: o diário de Frank é também o produto de uma adolescente que, entre os 13 e os 15, testemunhou por escrito o medo e a destruição em volta. Mas existe uma diferença crucial: o diário de Anne Frank presta-se a uma leitura "literária" porque ele surge escrito com uma preocupação estética evidente. É, se preferirem e no sentido mais estrito do termo, um documento expressivo e "sentimental".

O texto de Ginz é anti-sentimental, mesmo nos seus momentos mais pungentes. Ou, inversamente, o diário de Ginz é pungente precisamente pela capacidade do autor em permitir que o horror absoluto seja sugerido pela ausência, pelo silêncio, pelo não-dito. O tom é contido. A ironia também. Os fatos são registrados como fatos (como nos diários de Victor Klemperer), com um distanciamento "científico" e impessoal. Como se a obsessão pela verdade impedisse qualquer concessão emotiva.

Mas o que impressiona no diário de Ginz não é apenas a secura do que é dito. Impressiona a forma como o autor vai relatando a gradual contaminação das rotinas diárias por uma inescapável sombra de morte.

Nas páginas do diário, encontramos o que é suposto encontrar num rapaz de 14 anos. A escola, a família, os amigos. Os passeios. O registro minucioso dos presentes recebidos no aniversário (um bolo, laranjas, livros de empréstimo). E algumas histórias de humor -- como o dia em que os vizinhos, tomados por comoção súbita, abandonaram a idéia de degolar um peru, optando antes por lhe ministrar Veronal. "Mas então o peru, já depenado, despertou subitamente", conta Petr a 20 de fevereiro de 1942, "e, como estava frio, vestiram-lhe uma camisola, e é assim que ele agora anda pela rua".

São risadas que duram pouco. O horror começa a chegar. Ginz ainda recebe os primeiros sinais com inusitada ironia: se os judeus têm de usar uma estrela na roupa, para sinalizar a sua condição inferior, ele confessa nas páginas do diário que, a caminho da escola, conseguiu contar 69 "sheriffs". É a cidade de Praga transformada em Faroeste.

Mas depois os vizinhos começam a desaparecer. As deportações chegam (primeiro, à noite; depois, a qualquer hora do dia). Os amigos da escola despedem-se, ou deixam simplesmente um banco vazio. Os familiares conhecem igual destino -- um tio, uma avó. E chegam também as proibições oficiais: freqüentar cafés; usar transportes públicos; ler os jornais; possuir instrumentos de música, câmeras fotográficas, um simples termômetro para medir a febre. Chega a escassez, chega a fome. E, para Petr Ginz, chega a desumanidade da deportação para Theresienstadt, a primeira etapa para o destino final e letal em Auschwitz-Birkenau. A desumanidade que ele, um rapaz de 14 anos, consegue pressagiar no poema que se segue:

Hoje é claro para todos
Quem é Judeu e quem é Ariano,
porque é possível reconhecer os Judeus à distância
pela sua estrela negra e amarela.
E os Judeus assim marcados
têm de viver de acordo com os princípios ditados :

Sempre, depois das oito da noite,
Fica em casa e tranca a porta;
trabalha apenas com uma pá, ou uma enxada
e sem ouvir o rádio.
Não podes ter um rafeiro;
os barbeiros já não podem cortar o teu cabelo ;
uma senhora judia, outrora rica,
não pode ter um cachorro, mesmo pequeno;
não pode enviar os seus filhos para as aulas
e tem de fazer as compras entre as três e as cinco, são as ordens .

Não pode ter pulseiras, alho, vinho,
ou ir ao teatro, ou sair para jantar;
não pode ter carros, ou um gramofone,
casacos de peles ou skis ou um telefone;
não pode comer cebolas, porco, ou queijo ,
não pode ter instrumentos musicais; ou fôrmas para cozinhar;
não pode ter um clarinete
ou ter um canário como animal de estimação,
alugar bicicletas ou barômetros,
ter meias de lã ou camisolas quentes .

E especialmente o Judeu ostracizado
deve largar todos os hábitos do passado :
ele não pode comprar roupas, não pode comprar um único sapato,
porque vestir elegantemente não é para ele ;
não pode ter aves domésticas, creme de barbear,
ou geléia ou algo para fumar;
não pode ter licença para dirigir, ou comprar algum gim,
ou ler revistas, ou um simples boletim,
comprar doces ou ter uma máquina de costura;
ao campo e às lojas ele não pode ir,
nem mesmo para comprar
um único par de roupa interior,
ou uma sardinha, ou uma pêra madura.

E se esta lista não está completa,
é porque há mais, portanto sê discreto;
não compres nada; aceita a derrota completa.

Caminha para onde desejas ir,
Mas só à chuva, ao granizo, sob saraiva ou sob neve.
Não deixes a tua casa, não puxes um carrinho de bebê,
Não tomes um ônibus ou trem ou bonde;
tu não és permitido num trem veloz;
não tomes um táxi, não te lamentes,
por mais sede que tenhas,
num bar não entres;
as margens do rio não são para ti,
nem o museu, ou o parque, ou o zôo
ou nadar na piscina, ou ir ao estádio, ou
ir aos correios, ou a uma repartição pública,
ou à igreja, ao cassino, ou à catedral,
ou a um público urinol.
E está atento para não usares
ruas principais, e sai das avenidas!
E se desejas respirar algum ar fresco
vai ao jardim de Deus e caminha por lá
por entre as sepulturas do cemitério
porque nenhum parque existe para ti .

E se fores um judeu esperto
irás encerrar a tua conta bancária e também
abandonar outros hábitos
como encontrar os arianos que um dia conheceste.

Ao judeu era-lhe permitido um cabaz,
Uma pasta, uma sacola, uma mala de viagem.
Mas agora ele perdeu todos esses direitos.
Todos os judeus preferem nada ver
e seguir todas as regras
e nada saber.

*

"No próximo ano em Jerusalém", diziam os judeus da Diáspora. Digo eu também: no próximo ano, ou no próximo mês, passem pela cidade e visitem o novo Yad Vashem. É um túnel subterrâneo, sim, mas todos os túneis, por mais longos que sejam, têm sempre um princípio e um fim.

Escrevi anteriormente que o novo Museu do Holocausto termina na Sala de Todos os Nomes, onde centenas de rostos nos contemplam. Erro meu, leitores, pelo qual me penitencio: na verdade, quando deixamos a sala final, ainda existe uma última etapa. O fim do túnel: um balcão que abre diretamente para o ar da manhã, para a luz do dia. E para a cidade de Jerusalém, ao fundo. Como uma promessa, uma redenção, um destino. Como uma simples celebração de vida.

É a imagem que fica.

João Pereira Coutinho, 31, é colunista da Folha de S.Paulo. Reuniu seus artigos para o Brasil no livro "Avenida Paulista"(Ed. Quasi), publicado em Portugal, onde vive. Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras, para a Folha Online.

E-mail: jpcoutinho.br@jpcoutinho.com

Bento XVI recorda católico que deu a sua vida para salvar judeus


Bento XVI recordou o centenário do nascimento de Odoardo Focherini, um católico italiano assassinado pelo regime nazi por ter salvo a vida de numerosos judeus.

Focherini, jornalista de profissão, morreu no campo de concentração de Hersbruck (um dos 74 subcampos de Flossenburg), no dia 27 de Dezembro de 1944, aos 37 anos.

Para o Papa, esta é "uma inesquecível figura de esposo cristão, cujo virtuoso exemplo continua a falar à Igreja de hoje".

Na mensagem enviada à diocese de Carpi (Itália), através do Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, Bento XVI deseja que "a significativa data sirva para recordar a luminosa mensagem e o intrépido testemunho evangélico de um leigo tão generoso que, imitando Cristo, se entrego incessantemente à salvação dos seus irmãos".

Foccherini era administrador do jornal «L'Avvenire d'Italia». Em 1942, o director do jornal pediu-lhe que ajudasse alguns judeus polacos, que chegaram à Itália num comboio da Cruz Vermelha Internacional, e foram enviados a Bolonha pelo Cardeal Pietro Boetto, arcebispo de Génova.

A 11 de Março de 1944, foi preso quando visitava no hospital o judeu Enrico Donati, para quem organizava uma fuga para Suíça. Num único interrogatório, foi acusado de ter escrito uma carta na qual dizia que ajudava os judeus "não por dinheiro, mas por pura caridade cristã".

Em 1969 foi declarado "Justo entre as nações" pelo Estado de Israel. A sua causa de beatificação está em curso desde 1996.

Aos 97 anos, heroína do Holocausto recebe homenagem

Aos 97 anos, heroína do Holocausto recebe homenagem

Católica polonesa recebe medalha em Varsóvia.
Ela salvou 2,5 mil crianças judias na Segunda Guerra.
Foto: AP
Irena Sendler, de 97 anos, recebe a medalha Ordem do Sorriso, de uma organização polonesa que premia as pessoas que ajudam crianças; durante a Segunda Guerra Mundial, Irena, uma católica polonesa, ajudou a salvar 2,5 mil crianças judias. (Foto: Alik Keplicz/AP)
 Irena Sendler sorri em cerimônia; durante a Segunda Guerra Mundial, ela tirava os jovens judeus do Gueto de Varsóvia e escondia em casas de amigos, em conventos ou orfanatos. Mais tarde, a polícia nazista descobriu e ela foi presa e torturada.

sábado, 9 de junho de 2007

Carrasco nazista é preso aos 93 anos

O Carniceiro de Gênova, apelido que o ex-major nazista Friedrich Engel ganhou durante a II Guerra Mundial, conseguiu durante 58 anos escapar da Justiça.

No dia 6 de junho de 2002, entretanto, aos 93 anos de idade, ele acabou sendo preso e punido por seus bárbaros crimes.

Em maio de 1944, Engel comandou o pelotão de fuzilamento na matança de 59 italianos naquela cidade que lhe valeu o apelido.

Finalmente condenado pelo juiz Rolf Seedorf, Engel, que chegou ao tribunal de Berlim apoiado em uma bengala e com os cabelos completamente brancos, pegou sete anos de prisão.

O ex-major tinha conseguido, até então, escapar da lei por conta de erros no catálogo de acusados nazistas e por indiferença das autoridades.
Segundo a acusação, a matança foi uma vingança da SS ao ataque da resistência italiana contra um cinema freqüentado por alemães que terminou com a morte de cinco fuzileiros navais.

Depois disso, os italianos foram presos, de forma aleatória, e, amarrados, levados até uma montanha da localidade de Turchino, próximo à Cidade de Gênova.

Conduzidos encapuzados até a beira de um grande buraco, todos foram fuzilados, enquanto os agentes da SS bebiam conhaque.
Uma das testemunhas disse que o acusado chegou a ordenar a um tenente que desse o tiro de misericórdia em um refém ainda vivo.
No tribunal, Engel negou as acusações, mas garantiu que não ousara desafiar ordens de seus superiores e desabafou:

– Sinto a responsabilidade por esse trágico evento, que até hoje pesa como um fardo na minha consciência.

Dez mil pessoas dançam na parada do "Orgulho Gay" em Tel Aviv

Dez mil pessoas participaram, nesta sexta-feira, em Tel Aviv, da parada anual do "Orgulho Gay", num clima de festa que dominou a marcha até as praias próximas da capital israelense, ao ritmo de música eletrônica.

Os 10.000 participantes - segundo estimativas da polícia - saíram do centro da cidade até uma das praias vizinhas, onde se concentraram dançando ao ritmo da música techno.Vários grupos musicais e cantores da moda em Israel foram convidados a participar da parada do "Orgulho Gay", uma manifestação anual organizada desde 1998 pela prefeitura de Tel Aviv.

"A manifestação ocorre sem incidentes", disse à AFP o porta-voz da polícia, Micky Dan Rosenfeld.

Alguns militantes da extrema-direita nacionalista e religiosa, colocados atrás da barreira humana formada por policiais, lançou injúrias contra os participantes da marcha.

O Parlamento israelense adotou na quarta-feira, em leitura preliminar, um projeto de lei para proibir a manifestação do "Orgulho Gay", prevista para 21 de junho em Jerusalém e à qual se opõem os setores ultra-ortodoxos da cidade.

Esta lei tem que ser votada em três leituras pelos deputados israelenses para poder entrar em vigor e permitir que seja a prefeitura de Jerusalém - e não a polícia, conforme estipulado atualmente - a encarregada de tomar a decisão definitiva sobre este tipo de manifestação.

Em caso de aprovação, a lei autorizará ao conselho municipal de Jerusalém que proíba "manifestações suscetíveis de causar prejuízo à ordem pública ou às crenças religiosas".

O prefeito de Jerusalém, Uri Lupoliansky, um judeu ultra-ortodoxo, se apóia no governo numa coalizão de vereadores de procedência religiosa.

A última parada do "Orgulho Gay", prevista em 2006 nas ruas de Jerusalém, foi cancelada devido a violentas manifestações de setores ultra-ortodoxos judeus contra uma marcha que consideravam uma profanação do caráter sagrado da cidade.

Em 2005, durante a quarta parada homossexual na Cidade Santa, um judeu ultra-ortodoxo apunhalou três manifestantes, crime pelo qual foi condenado a 12 anos de prisão.

Apesar das hostilidades suscitadas por homossexuais e lésbicas nos círculos religiosos israelenses, a homossexualidade está legalizada desde 1988, ano desde o qual a Justiça de Israel foi reconhecendo cada vez mais direitos aos casais do mesmo sexo.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Libertação de Jerusalem

No dia 7 de junho de 1967, no segundo dia da Guerra dos Seis Dias, às 10 horas da manhã cessaram os combates na Cidade da Paz. Soldados israelenses entraram pelo Portão dos Leões e chegaram ao Muro das Lamentações, o local mais sagrado para o Povo Judeu e proibido durante décadas pelas tropas de ocupação da Jordânia, e durante séculos pelo Império Turco. De lá Israel não sai! Os jovens Israelenses em 60 anos de guerras, deram sua juventude, suas esperanças e suas vidas por todo o Povo Judeu.

Momentos importantes, confundidos e esquecidos da Guerra dos Seis Dias

1959 - No verão de 59 a Fatah foi fundada no Kwait com o objetivo de destruir Israel. Seus fundadores foram Yasser Arafat, Khalil al Wazir, Saad Khalef, Faruq Qadumi, Zuhair al Alami, Kamal Adwan e Muhamed Yussef an-Najar. A tradução de Fatah é "vitória" ou "conquista" e foi inspirada na Frente Nacional de Libertação da Argélia, que lutava contra os franceses. Apenas em 1964 ela foi anunciada oficialmente como OLP (Organização para a Libertação da Palestina)., mas desde 59 operava ataques contra Israel a partir da Faixa de Gaza como FLP (Frente de Libertação da Palestina). Esse início é absolutamente claro e esquecido. Com Egito ocupando Gaza e Jordânia ocupando Cisjordânia, a Palestina a ser libertada era Israel.

1965 - Em janeiro, a Síria prende e depois executa em praça pública o espião israelense Eli Cohen. Graças ao seu trabalho, todas as posições de artilharia sírias no Golã foram marcadas. Em 1967, Israel atacou-as sem problemas pois estavam todas marcadas com eucaliptos que Cohen plantou ao longo dos anos em que operou na Síria.

1966 - Num golpe militar o partido Baath com Afez Hassad assume o poder na Síria, onde está até hoje. Com apoio sírio aumentam os ataques da OLP.

1966 - Em 25 de maio a inteligência soviética emite o alerta errado de que Israel estava acumulando 10 brigadas no Norte, para atacar a Síria e conquistar Damasco. Na verdade havia apenas uma brigada de infantaria e outra blindada.

1966 - Em 9 de novembro Egito e Síria assinam acordo de defesa mútua.

1967 - A Síria bombardeia kibutzim e vilas israelenses no Norte de Israel. A força aérea responde com um ataque envolvendo 130 aviões. 6 caças MIG 21 (o mais moderno da União Soviética) são derrubados, dois deles sobre Damasco.

1967 - Em 13 de maio a URSS reafirma seu informe anterior sobre o plano israelense de atacar Damasco.

1967 - Em 14 de maio as tropas egípcias começam a se acumular no Sinai.

1967 - Em 15 de maio a rádio do Cairo transmite: "A existência de Israel já continuou por muito tempo. Nós agradecemos a agressão israelense. Nós damos as boas vindas á batalha que pela qual esperamos a muito tempo. A hora está chegando. Começou a batalha na qual nós vamos destruir Israel."

1967 - Em 18 de maio Nasser ordena que as tropas da ONU se retirem do Sinai.

1967 - Em 23 de maio Nasser fecha o Estreito de Tiran quando já tem mais de 130 mil soldados no Sinai.

1967 - Em 27 de maio Nasser cancela o plano de ataque a Israel conhecido como "Operação Fajr" que iria começar no dia seguinte, pois o serviço secreto israelense obteve informações sobre o plano.

1967 - Em 30 de maio o Egito assina um pacto de defesa mútua com a Jordânia onde assume o controle militar as forças armadas do país.

1967 - Em 31 de maio o presidente do Iraque Abdur Rahman Aref declara pelo rádio: "A existência de Israel é um erro que deve ser retificado. Essa é nossa oportunidade de varrer a ignomínia que está entre nós desde 1948. Nosso objetivo é claro: varrer Israel do mapa."

1967 - Em 2 de junho o general Moshe Dayan é empossado como Ministro da Defesa num governo de união nacional em Israel

Começa a Guerra dos Seis Dias

05 de junho
7h46m - Israel ataca as bases aéreas egípcias
8h15m - exército de Israel já ultrapassava a cidade de Gaza e rumava para Rafah
9h45m - Jordânia bombardeia Jerusalém e o centro de Israel. Aviões da Jordânia e Iraque tentam atacar Tel Aviv e outras cidades.
12h00m - Jordânia avança dentro de Jerusalém e captura do QG da ONU. Israel ataca bases aéreas na Jordânia. Aviação síria bombardeia Haifa
13h00m - Jordânia continua avançando em Jerusalém. Praticamente toda a força aérea síria está destruída. Base aérea atacada no Iraque
17h00m - Artilharia da Jordânia bombardeia Tel Aviv. Artilharia da Síria bombardeia Rosh Pina

06 de junho
03h00 - IDF toma Latrun na subida para Jerusalém (note que apesar da cidade estar dividida, enquanto o Jordânia possuia tropas em Jerusalém, Israel teve que abrir caminho para a cidade)
05h47 - Síria começa a avançar no Golã com uma barragem de artilharia sobre as comunidades de Israel perto da fronteira
06h00 - brigada de Ariel Sharon captura primeiras cidades no Sinai
06h15 - paraquedistas do IDF conseguem conquistar as casamatas de Givat Hatahmoshet na entrada de Jerusalém com a perda de praticamente todos os homens que participaram do ataque.
13h00 - Jenin conquistada após 8 horas de combates
19h30 - Ramallah conquistada
20h00 - comando egipicio ordena retirada geral do Sinai
24h00 - comando egípcio ordena retirada das tropas jordanianas de toda a Cisjordânia

07 de junho
prosseguem os bombardeios da artilharia síria durante todo o dia
10h00 - Jerusalém conquistada
11h15 - Nablus conquistada
18h00 - Gush Etzion conquistada
19h30 - Jericó conquistada

08 de junho
prosseguem os bombardeios da artilharia síria durante todo o dia, aviação israelense começa a responder
06h30 - Hebron conquistada
15h30 - Egito aceita o cessar-fogo

09 de junho
01h00 - primeiros blindados israelenses chegam ao Canal de Suez
11h30 - Dayan ordena o avanço de blindados contra a Síria
18h20 - IDF conquista os bunkers de Tal Afar após 5 horas de duros combates
18h30 - Nasser renuncia num discurso de rádio e acusa os Estados Unidos dizendo que só perdeu a guerra por que os americanos apoiaram Israel. Os EUA não apoiavam Israel naquela época. Multidões foram às ruas e até a artilharia anti-aérea do Cairo deu tiros para o ar e Nasser voltou atrás em sua renúncia.

10 de junho
14h30 - Kuneitra, na Síria, é conquistada
18h00 - Siria aceita cessar-fogo

1968 - A Carta da OLP (sua constituição) pregava a destruição do Estado de Israel. Essa Carta foi modificada nos Acordos de Paz de Oslo, com a remoção deste item e alteração de outros, mas ao assumir o governo, o Hamas baixou um decreto que anulava todos os acordos assinados pela OLP nos anos anteriores. O status verdadeiro e o alcance dessa decisão não estão claros. De qualquer forma a Carta atual do Hamas, prega não só a destruição do Estado de Israel como a matança de judeus onde quer que estejam.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Putin cede um mês de salário para construir primeiro museu judaico da Rússia

Moscou, 5 jun (EFE).- O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu hoje ceder um mês de seu salário para a construção do primeiro museu judaico da Rússia.

Num encontro com o Grande Rabino da Rússia, Berl Lazar, Putin prometeu à iniciativa todo seu apoio moral, além de uma doação direta, como exemplo para empresários e outras autoridades.
"Há vários anos vimos falando de criar o museu judaico da Rússia, o Museu da Tolerância, e é algo que agora urge como nunca", disse o Grande Rabino ao presidente.
Lazar explicou que o museu deve relatar a longa história dos judeus na Rússia e sua contribuição à sociedade do país, bem como "educar a geração jovem no espírito da tolerância", em alusão ao crescimento da xenofobia nos últimos anos.
O museu será útil para o povo russo e servirá de argumento contra aqueles que querem "reescrever a História", disse.
"É uma boa idéia. Prometo ceder um mês de salário para a construção desse museu", disse Putin, segundo a agência "Interfax".
O presidente Acrescentou que, seguindo seu exemplo, "muitos vão querer apoiar este projeto, que contribui para a paz e a concórdia entre todas as religiões, que é a pedra angular de nosso país multinacional e multi-religioso".
No mesmo dia, na vizinha Ucrânia, foi encontrada uma vala comum com os corpos de aproximadamente 5.000 judeus executados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O cemitério coletivo fica na localidade de Gvozdavka-2, na região de Odessa, informaram hoje as autoridades locais.
Anatoli Ostrovski, chefe do distrito, disse à rádio "Krug", de Odessa, que a vala foi descoberta durante obras para instalações de gás do povoado, onde, durante a guerra, segundo moradores, houve dois guetos de judeus ucranianos e moldávios.
O Grande Rabino de Odessa, Shlomo Baksht, anunciou imediatamente sua intenção de instalar um monumento no local da vala comum e incluí-la na lista de cemitérios e lugares de enterro de judeus mantida pelos rabinos de 40 países europeus, segundo o jornal digital "Glas".
Uma comissão criada pelas autoridades ucranianas entrou em contato com o Arquivo Militar da Rússia, que já confirmou que, no local, os ocupantes alemães e romenos criaram em 1941 um campo de concentração onde foram exterminados 4.772 judeus.
Odessa, um porto ucraniano no Mar Negro onde historicamente houve uma grande comunidade judaica, foi ocupada pelas tropas nazistas em 16 de outubro de 1941, após uma heróica defesa de 73 dias, e permaneceu sob ocupação até 10 de abril de 1944.

Cerca de 26,6 milhões de soviéticos, incluindo quase 9 milhões de militares, morreram na Grande Guerra Pátria, é conhecida a parte soviética da Segunda Guerra Mundial nos países da ex-URSS, segundo estudo publicado pelo Exército russo no final da década passada.

Ao todo, cerca de seis milhões de judeus foram mortos pelos nazistas no Holocausto. EFE se ep/pa

terça-feira, 5 de junho de 2007

Descoberta na Ucrânia vala com corpos de judeus vítimas do nazismo


Da France Presse

05/06/2007
Uma vala comum, que pode conter "até 5 mil corpos" de judeus fuzilados pelos nazistas durante a II Guerra Mundial, foi descoberta em maio na região de Odessa (sul da Ucrânia), anunciou nesta terça-feira o chefe da associação de prisioneiros de guetos, Roman Chvartsman.

A vala foi descoberta acidentalmente por operários que instalavam um condutor de gás na aldeia de Gvozdovka, a mais de 300 km de Kiev, afirmou Chvartsman. A partir de declarações de vários moradores, Chvartsman acredita que lá podem ter sido enterrados "até 5 mil corpos" de judeus ucranianos e moldavos que foram executados pelos nazistas entre o final de 1941 e 1942.

A Ucrânia conta com mais de 300 valas comuns situadas em antigos redutos de guetos e campos de concentração nazistas, segundo cálculos oficiais, recordou o ativista. A fossa de Gvozdovka não constava desses arquivos. Mais de 800 mil judeus ucranianos morreram durante a II Guerra Mundial.

sábado, 2 de junho de 2007

Museu Issac Bitton abre amanhã para divulgar cultura judaica no Algarve


Foto

Museu Sinagoga Issac Bitton, em Faro

A divulgação da cultura e tradições judaicas, bem como a recordação da história da presença deste povo na região algarvia, vão ser reforçadas com a inauguração do Museu Sinagoga Issac Bitton, em Faro. O espaço está a ser alvo de intervenções desde o início de 2006, com vista a potenciar a sua actividade enquanto museu e, ao mesmo tempo, dar melhores condições a quem visita o cemitério.
Apesar de a campa mais recente ali existente datar dos anos 30 do século XX, o local é procurado por muitos judeus de visita à região, alguns dos quais têm antepassados aqui enterrados.
Como contou ao «barlavento» o líder da comunidade judaica algarvia Ralf Pinto, a presença de judeus no Algarve remonta, pelo menos, ao século XIV.
É desse século que data uma lápide encontrada no concelho de Faro, relativa a Josef de Tomar, que faleceu no ano de 1315. Uma réplica desta inscrição histórica é uma das atracções do museu.
Também se pode encontrar aqui um monumento em honra de Samuel Gacon, que foi responsável «pelo primeiro livro impresso em Portugal». Em 1487, este homem imprimiu uma cópia do Pentateuco, em hebraico, livro que está neste momento «em Inglaterra», segundo Ralf Pinto.

Até agora, a cultura e história do povo judaico e de Israel eram o tema central do núcleo museológico. Quando for inaugurada a ala dedicada ao falecido Issac Bitton, o benemérito que permitiu a recente recuperação do Cemitério Judaico de Faro, passará a estar igualmente representada a tradição religiosa dos judeus.

O novo edifício, uma casa de madeira, acolherá vários artefactos religiosos, provenientes das duas sinagogas que serviram a comunidade judaica de Faro que se instalou em Faro no século XVIII.

Entre o espólio que poderá ser visto, estão peças de mobília restaurada, construídas originalmente em 1820, provenientes de uma das mencionadas sinagogas. Também poderá ser vista a Arca original, o púlpito (Bima) e a Luz Eterna (Shel Nir), os mesmos que foram usados em cerimónias religiosas durante cerca de 110 anos.

Manequins vestidos a rigor e até testemunhas mostram, no interior do museu, os elementos principais de um casamento judeu, ou Chuppah.

Estes artefactos são a herança de uma grande comunidade judaica que esteve instalada em Faro durante mais de um século.

Cerca de 600 famílias judias, que habitavam em Marrocos, foram convidadas a instalar-se em Faro pelo Marquês de Pombal, após o terramoto de 1755.

O Cemitério judaico foi criado nesta altura e é a morada final de muitos dos membros desta comunidade.

Dado que o futuro Centro Histórico Judaico de Faro acumula a valência de museu com a de cemitério, ou seja, terreno sagrado, foi introduzida outra alteração relevante.

Foi criada uma cerca à volta do local onde existem as campas, para separar fisicamente o espaço do cemitério daquele dedicado ao museu.

Segundo Ralf Pinto, a comunidade judaica que está actualmente instalada no Algarve conta com «cerca de 20 membros», na sua maioria estrangeiros.

Ainda assim, as festas religiosas que são promovidas regularmente na região costumam juntar «cerca de 80 pessoas», já que se deslocam à região familiares e amigos dos judeus que cá residem