sexta-feira, 6 de junho de 2008

Prisão de Elior Chen e imagem da Comunidade Judaica

Nota Oficial - FIERJ

Depois de mais de 40 dias de trabalho, a Policia Federal, em uma eficiente ação prendeu Elior Chen, foragido da justiça de Israel, e procurado por crimes hediondos e incitamente a crimes em Israel.

Atendendo ao pedido feito pelas autoridades israelenses, a Interpol faz uma busca internacional e a Policia Federal de nosso país pôde concluir o caso.

Ludibriando entidades religiosas, valendo-se de seus conhecimentos, o criminoso passou por vários paises antes de chegar ao Brasil, sempre conseguindo fugir da polícia, misturando-se com as comunidades religiosas, confundindo e enganado seus próprios membros.

Escapou das autoridades israelenses durante muito tempo, passou por vários países, mas não conseguiu escapar de nossas autoridades.

Sua presença no Brasil foi informada no dia 27 de março.

O mandado de prisão foi expedido pelo ministro Carlos Ayres Britto, do STF, em 25 de abril, data a partir da qual foi montada uma grande operação policial. Antes do final de abril, em data ainda não divulgada, a polícia prendeu a mulher de Elior e apreendeu seu passaporte. Posteriormente ela foi liberada pela justiça e deixou o Brasil com os quatro filhos do casal.

No dia 2 de maio, o Conselho Rabínico da cidade de São Paulo emitiu para todas as sinagogas do país um documento proibindo dar abrigo e qualquer tipo de ajuda a Elior Chen, dizendo claramente que essas atitudes eram contra as leis brasileiras e contra a Torah. O documento é assinado pelos oito principais rabinos ortodoxos de São Paulo.

Elior Chen foi preso no dia 5 de junho.

Ao contrário do que foi divulgado pelo jornal Haaretz na sua edição de 5 de junho a alta responsabilidade da liderança religiosa de SP se fez imediata. Isto auxiliou a fazer o cerco e a permitir a identificação que levou a prisão.

As manchetes infundadas do jornal Haaretz causaram desconforto e indignação no seio da comunidade judaica brasileira.

Em sua edição internacional de 5 de junho o Haaretz usou o título "Interpol suspects Brazil Jewish community sheltered rabbi wanted for child abuse – Interpol suspeita que a Comunidade Judaica Brasileira protegeu rabino procurado por abuso infantil" e logo no início da matéria, dizia: "Interpol suspects that the Jewish community in Sao Paulo hid an ultra-Orthodox rabbi... – Interpol suspeita de que a Comunidade Judaica de São Paulo escondeu um rabino ultra-ortodoxo...".

Este tipo de generalização e manipulação nas manchetes de jornais e em suas primeiras linhas, as mais lidas, é exatamente a mesma que constantemente condenamos quando atinge as minorias, os judeus, o sionismo e Israel. Mas foi a opção do jornal israelense e nossa reação é exatamente a mesma.

O Haaretz enviou para todo o mundo a mensagem de que os judeus do Brasil e mais especificamente os de São Paulo são responsáveis por abrigar um rabino criminoso, omitindo que se tratava de um cidadão israelense, que não foi preso em Israel e que conseguiu sair de lá sem problemas. Isso é inaceitável.

A forma irresponsável como o jornal Haaretz tratou toda a Comunidade Judaica brasileira deixando uma imagem irreal preservada para sempre nos arquivos do espaço virtual e que certamente será utilizada nos sites e blogs anti-semitas foi objeto de uma imediata carta da FIERJ enviada ao jornal e ao autor da matéria.

Rapidamente o jornal modificou o texto que agora é encontrado com o título: "Sao Paulo police hold rabbi wanted for child abuse – Polícia de São Paulo mantém preso rabino procurado por abuso infantil" e a primeira linha da matéria citada mais acima foi removida complemente.

Mas a matéria do Haaretz continua errada quando ao seu final declara que a Polícia Federal emitiu um comunicado para a Comunidade Judaica no dia 4 de junho – com o mesmo texto do comunicado do Conselho Rabínico do dia 2 de maio – alegando que apenas a partir daí a comunidade passou a tomar providências, o que não condiz com a verdade.

Segundo declarações feitas na Rádio CBN por um dos responsáveis pela prisão de Chen, a Policia Federal brasileira atuou em conjunto com a Policia de Israel, e agora resta aguardar que as autoridades brasileiras extraditem este criminoso para Israel, onde certamente será punido de forma exemplar por tão odiosos crimes cometidos.

Nossa Comunidade parabeniza as autoridades brasileiras por sua eficiência, e as autoridades israelenses pelas informações e colaboração dada, e principalmente aos rabinos de São Paulo, que emitiram o alerta tão logo tomaram conhecimento da situação, garantindo assim que este criminoso não conseguisse ludibriar a boa fé, a acolhida e o espírito de solidariedade que tão bem caracteriza o povo brasileiro.

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