O documento de viagem que permitiu que o criminoso de guerra nazista Adolf Eichmann escapasse da Europa para viver na Argentina foi entregue no dia 1o de junho de 1950 pela Cruz Vermelha Internacional, informou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR, em inglês) nesta quarta-feira destacando que a organização havia sid enganada na época.
O passaporte, encontrado recentemente nos arquivos do tribunal de Buenos Aires utilizado por Eichmann com o nome de Riccardo Klement, faz parte dos documentos concedidos pelo CICR desde 1945 a refugiados, deslocados e apátridas sem identidade.
O CICR conservou em seus arquivos uma cópia do pedido feito por Eichmann para obter um documento de viagem, à qual a AFP teve acesso.
No documento de duas páginas expedido em Gênova (Itália), está a foto de Adolf Eichmann e suas digitais. O nome registrado é o de Riccardo Klement e o local de nascimento, Bolzano, Itália.
O único dado correto no documento é a descrição física: "cabelos castanhos, olhos claros, nariz regular".
De acordo com o documento, seu titular deixaria Gênova em direção à Argentina, "no navio +Anna C+ na primeira metade de junho".
"Após a Segunda Guerra Mundial muitos documentos de viagem foram requisitados. O CICR não dipunha de um sistema de investigação para comprovar as identidades", destacou Vincent Lusser, porta-voz da organização em Genebra.
Adolf Eichmann, um dos principais artífices do Holocausto judeu, viveu por dez anos na Argentina até ser capturado pelos serviço secreto israelense, o Mossad, tendo sido levado para Israel, onde foi executado em 1962.
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