No dia 14, quando se comemora pelo calendário convencional a independência de Israel, a ADL - Anti-Defamation League (Liga Anti-Difamação) da B'nai Brith americana divulgou uma pesquisa sobre a imagem dos judeus em cinco países: França, Alemanha, Itália, Espanha e Polônia. Alguns resultados não são surpreendentes, mas sempre se espera que os antigos preconceitos cheguem ao fim, o que não parece ser o caso.
O diretor da ADL, Abraham Foxman disse que "um grande número de europeus continua infectado com atitudes anti-judaicas, mantendo os estereótipos anti-semitas e teorias de conspiração". Foram ouvidas 2.714 pessoas nos cinco países.
A declaração "O judeus ainda falam demais sobre o que aconteceu a eles no Holocausto" foi vista como "provavelmente verdade" por 58% dos poloneses, cidadãos do país onde a maioria dos campos de concentração e extermínio estava localizada e onde sua população de quase 3 milhões de judeus de antes da guerra foi praticamente exterminada. A média dos cinco países para esta pergunta foi de 47% de concordância.
39% dos entrevistados na Polônia também disseram que concordam ou concordam fortemente que os judeus "são responsáveis pela morte de Cristo". A média geral foi
20% nos cinco países. Isso é assustador em 2007. É como se você andasse na rua ou estivesse no trabalho e uma em cada cinco pessoas achasse que os judeus mataram Cristo.
Quando se entra nas questões mais recentes, as teorias de conspiração e o anti-semitismo clássico não perdem sua força. Nos cinco países, 44% dos pesquisados disse que os judeus "provavelmente" tem influência demais no mercado financeiro internacional, enquanto quase 50% acreditam que "os judeus americanos controlam a política americana para o Oriente Médio".
Em relação ao conflito árabe israelense, a maioria dos entrevistados acha que Israel não tinha direito de usar a força contra o Líbano depois que guerrilheiros do Hezbollah mataram cinco soldados e capturaram outros dois. Lamentavelmente a pergunta da pesquisa não citava que o incidente inicial ocorreu em Israel e nem que os soldados continuam desaparecidos, sem nenhum tipo de notícia ou informação. Mais de 34% responderam que o tratamento que Israel dá aos palestinos é como o dado aos negros na África do Sul durante o regime do Apartheid, o que mostra a força da propaganda, atropelando a realidade. Talvez devesse ter sido perguntado, o que foi o regime do Sul Africano e como os negros eram tratados nele. A base do Apartheid era a segregação racial total: banheiros, transportes, restaurantes, empregos, escolas etc, só para negros e só para brancos, nada a ver com a mistura árabe-israelense em Israel.
Os italianos foram os únicos que demonstraram mais simpatia aos israelenses que aos palestinos, mas a maioria dos entrevistados no geral, disseram não simpatizar com nenhum dos dois lados.
Praticamente todas as percepções negativas sobre os judeus aumentaram desde pesquisa semelhante feita em 2005. No site da ADL você pode ler (em inglês) ao texto completo, com respostas mais detalhadas, comparações com 2005 e gráficos.
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