Simbologia Gay | 1/6/2007 |
O segredo de Hitler
Em 1933 a Alemanha nazista abre os primeiros campos de concentração e Berlim, até então considerada a capital da liberdade, torna-se a capital da repressão: teatros, boates, cafés e bares gays são fechados e seus freqüentadores presos, deportados e junto com os demais gays e lésbicas incursos no parágrafo 175 do Código Penal alemão - que penalizava relações "contra a natureza". Cerca de 25.000 pessoas foram mandadas para prisão entre 1937 e 1939 e depois para campos concentração, esterilizadas, castradas. A partir de 1942, os homossexuais identificados nas forças armadas foram executados sumariamente.
O surreal nisso tudo é que ele, Hitler, teria, segundo o historiador Lothar Machtan, uma vida dupla. O livro "O segredo de Hitler", publicado em 2001 pela Editora Objetiva, traz a público uma bem guardada informação: Hitler era gay (!?)
Divulgo mais uma vez o livro "The Pink Swastika: Homosexuality in the Nazi Party" (A suástica cor de rosa: homossexualidade no Partido Nazista ), dos americanos Scott Lively e Kevin Abrams. Em sua 4ª edição, em 2002, apresenta "provas irrefutáveis" mostrando que o centro dos regimes nazista e fascista e a elite nazista eram constituídos por homossexuais enrustidos. As diretrizes do Partido teriam sido traçadas em Munique mais exatamente no Bratwurstgloeck, que seria conhecido nos dias de hoje como um bar gay. Muitos dos rituais e símbolos viriam de "organizações sodomitas", entre elas a saudação "Sieg Heil" (Viva a Vitória!) e a logomarca dos SS.
Nunca mais esqueceremos, nunca acontecerá de novo
As cores dos triângulos invertidos portados pelos prisioneiros dos campos de concentração indicavam o motivo da prisão: vermelho para os prisioneiros políticos, verdes para os prisioneiros comuns, amarelos para judeus, preto para os anti-sociais (lésbicas aí incluídas) e rosa para os homossexuais.
No campo de Teresienstadt, na Polônia, minha avó paterna trabalhou durante 3 anos e meio usando o triângulo amarelo e teve seu pulso marcado com um número, como se fosse gado. Usar Triângulo rosa significava fazer as piores tarefas e sofrer ataques dos demais prisioneiros. Experiências médicas comandadas pelo monstro Heinrich Himmler implantavam glândulas sintéticas para que os "invertidos voltassem à normalidade". Terminada a guerra, com uma estimativa de 100.000 gays executados, os homossexuais permaneceram encarcerados porque continuava em vigência o parágrafo 175, que só foi eliminado da constituição alemã de 1969.
AUP AIDS Coalition To Unleash Power, entidade que cuida de programas anti-Aids, adotou o triângulo rosa como seu símbolo, depois transformado no laço cor de rosa reconhecido como sinônimo da luta contra a doença. Usá-lo significa exprimir solidariedade, permitir visibilidade e mostrar que quem o usa protege os soropositivos da discriminação.
Triângulo Negro
As lésbicas não estavam adaptadas aos cânones moralistas da família alemã nazista, patriarcal, com orientação hétero e que premiava mulheres com muitos filhos arianos.
A babaca lógica formal dos nazistas não havia encontrado uma forma de puni-las com aprisionamento ou deportação (apenas a Áustria tinha uma lei que reprimia relações entre mulheres, que permaneceu em vigor depois da Anschluss - anexação - em 1938). Para "compensar a falha moral", as lésbicas eram presas e obrigadas a se prostituírem e vítimas de abuso sexual e outros tratamentos cruéis.
O triângulo negro também foi resgatado pela comunidade lésbica e tornou-se símbolo da luta contra a repressão e discriminação.
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