José Roitberg*
Nas últimas duas semanas já chegam a quase 300 os foguetes Kassan II disparados pelo Hamas contra Sderot e outras regiões próximas. O Kassan II tem baixo poder explosivo, mas é suficiente para provocar grandes danos quando atinge em cheio casas, escolas e estabelecimentos comerciais.
Até agora, dois israelenses residentes na cidade de Sderot morreram vítimas dessa onda de ataques deflagrada apenas como diversionismo no auge dos conflitos sangrentos entre Hamas e Fatah na Faixa de Gaza. Ao começar a atirar contra solo israelense a atenção interna dos palestinos volta ao seu foco de destruição de Israel.
Em Gaza não há mais desculpas de território sob ocupação. Israel não está mais lá e as vozes que disseram que isso não faria diferença, estavam certas. A única diferença é que não temos mais as manchetes constantes dos colonos de Gaza sendo alvejados e explodidos pelas estradas.
Lembra-se das colônias judaicas desocupadas? Das estufas compradas por milhões de dólares e doadas aos palestinos que foram imediatamente destruídas como forma de gratidão? Lembra-se do dia em que todas as sinagogas da Faixa de Gaza foram depredadas e incendiadas? Bem, todos estes locais continuam como foram deixados: completamente abandonados. As massas palestinas e seus políticos que gritavam por suas terras ocupadas, não tomaram posse delas, não aproveitaram as construções e infra-estrutura deixadas para trás. O que não foi saqueado, foi destruído. E a terra, antes produtiva e que abrigava pessoas, indústrias e negócios ficou largada, deserta e sem utilidade.
Mas o objetivo palestino foi alcançado: judeus não podem residir na Faixa de Gaza - aqui, judeus nunca mais! Proibido para judeus é o lema que ouvimos muito. Desde antes da criação da palavra "apartheid".
Não tendo mais quem atacar dentro da Faixa de Gaza, a educação para o ódio voltou vizinhos uns contra os outros até alguém lembrar: ei, o foco aqui é Israel e não o controle de Gaza. E tome Kassans. Israel não pode ser acusado por acertar suas bombas retaliadoras enquanto os foguetes palestinos são disparados de qualquer jeito, sem a mínima possibilidade de definir seus alvos. São lançados indiscriminadamente e não com alvos restritos e específicos como os mísseis dos aviões de Israel.
Durante a Intifada a mídia mundial criou um factóide atrás do outro acusando Israel de destruir plantações de azeitonas palestinas. Mas quando os Kassans caem nas plantações de trigo de Sderot, tacando fogo em tudo, destruindo a colheita deste ano, ninguém fala nada. Afinal, o trigo é dos judeus... Muitos dos quais, ex-colonos da Faixa de Gaza, dos quais, muitos, ex-colonos do Sinai.
Portanto quando vemos estas pessoas saindo de Sderot, fugindo dos Kassans, temos que compreender que foram pontas de lança do Estado Judaico nas colônias do Deserto do Sinai, depois em Gaza e agora são atacadas dentro de Israel. Uma hora isso chega, basta! As pessoas deixam de suportar.
Selecionei alguns mapas do Google Earth para que todos percebam o que é Sderot (31°31'9.02" 34°35'48.84") e sua distância muito pequena da Faixa de Gaza.
Do centro de Bet Hanoun, cidade palestina no norte da Faixa de Gaza até o centro de Sderot são 7,3 km - do Leme ao Leblon, de carro, são 8 km...
Das áreas de lançamento de Kassans, à direita de Bet Hanoun, perto da fronteira até as áreas à esquerda de Sderot, as mais atingidas, são apenas 3,7 km enquanto do Posto Seis até o Leme, em linha reta, são 3,5 km...
Note nas imagens o fantástico aproveitamento da terra, com dezenas de campos plantados bem marcados até a fronteira com a Faixa de Gaza, onde para colher os frutos da terra, os trabalhadores israelenses precisam ser protegidos por helicópteros de combate, pois ali, Kassans não são problema: bastam os tiros de fuzil vindos do lado palestino...
*José Roitberg - jornalista e Diretor de Comunidade na TV
sexta-feira, 1 de junho de 2007
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