segunda-feira, 30 de abril de 2007
Judia atacada por árabes em Marselha
Presidente da Hebraica esclarece
Prezados amigos, leitores do Jornal O Globo.
Venho por meio desta informar que como presidente do Clube HEBRAICA SOCIEDADE CULTURAL ESPORTIVA E RECREATIVA não dei nenhuma autorização para falarem em meu nome ou em nome do clube.
No que se refere à nota que saiu nesta segunda feira dia 30 de abril na coluna do jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, desconheço a existência de qualquer proposta de universidade junto ao clube, pois nunca existiu qualquer reunião referente ao assunto.
Minha intenção sempre foi e será de construir um clube forte para a comunidade judaica, como tenho feito durante minha gestão, mesmo contra a vontade de várias pessoas que se unem com finalidades negativas o que não é o meu propósito. Tenho certeza de que meus sócios estão ao meu lado.
Qualquer assunto que venha a ser tratado ou negociado será exposto à minha diretoria.
Acredito que realmente devo estar incomodando a várias pessoas. Pois na minha gestão o clube se encontra totalmente em dia com suas obrigações: fato raro depois de muito tempo.
Nosso foco principal hoje é o VOLEI com a vinda do Bernardinho, Helio Griner e sua equipe para o nosso clube. Isso sim, temos que divulgar e não picuinhas. (Nossas quadras estão quase prontas)
Desde de já agradeço a atenção de todos.
Atenciosamente
Luiz Mairovitch
Presidente do Executivo da Hebraica-Rio
sexta-feira, 27 de abril de 2007
Hezbollah exibe fotos de israelenses prisioneiros
Hezbollah exibe fotos de israelenses prisioneiros
A foto dos dois soldados israelenses prisioneiros
foram usadas em propaganda do Hezbollah
AFP
A milícia xiita libanesa Hezbollah colocou nesta quinta-feira perto da fronteira com Israel um grande cartaz com fotos dos dois soldados israelenses cuja captura, em julho passado, provocou a ofensiva militar de Israel contra o Líbano.
As fotos dos soldados Ehud Goldwasser e Eldad Reguev, tiradas antes de sua captura e já difundidas por Israel, os mostram à paisana e foram colocadas num cartaz preto de 3 m po 5 m nas imediações da localidade fronteiriça de Aita ech Chaab, onde os militares foram capturados.
Esta é a primeira vez que o Hezbollah mostra as fotos dos militares israelenses. Entre as fotos está escrito em árabe e em inglês: "Pela volta de nossos prisioneiros". O cartaz, acompanhado por uma bandeira do Hezbollah, foi colocado num poste pela manhã por 15 membros da organização xiita vestidos de negro e usando capacetes com a inscrição em árabe "Não há outro Deus a não ser Deus".
"Nós nos sacrificaremos por ti, Nasrallah", gritaram alguns habitantes da região, em referência ao chefe do Hezbollah, Seyyed Hassan Nasrallah. A operação foi observada por uma patrulha da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul), e do outro lado da fronteira por uma patrulha israelense. A captura por parte do Hezbollah dos dois soldados israelenses em 12 de julho provocou a ofensiva militar do Estado hebreu contra Líbano, que terminou em 14 de agosto. O Hezbollah quer trocar os dois militares por prisioneiros libaneses em Israel.
quinta-feira, 26 de abril de 2007
Tecnico de Futebol Felipão fará visita a Israel pela paz
Felipão fará visita a Israel pela paz
Técnico da seleção de Portugal contribuirá para a união entre israelenses e palestino
Luiz Felipe Scolari, técnico da seleção de Portugal fará uma visita a Israel para participar de atos promovidos pelo Centro Peres pela Paz, organização destinada a unir israelenses e palestinos.
Segundo Michal Edlar porta-voz da entidade, a visita do brasileiro acontecerá no mês de maio, mas o dia ainda não foi decidido.
- Scolari respondeu com agrado ao convite do Centro Peres pela Paz para visitar Israel e dar um pouco de seu tempo para promover alguns projetos. Ele mostrou grande interesse no processo de paz nos últimos anos, e acredita ser uma oportunidade de usar sua influência neste sentido - explica Edlar à agência de notícias Efe.
Em sua visita a Israel, Felipão participará de uma conferência sobre esportes, empresas e comunidades, além de assistir a um jogo de futebol entre estudantes israelenses e palestinos.
O centro, presidido pelo vice-primeiro-ministro israelense Shimon Peres, convidou em anos anteriores Ronaldo, Eto'o e o técnico José Mourinho para visitar Israel.
Judeus sobreviventes têm maior risco de cancro
terça-feira, 24 de abril de 2007
Escolas inglesas deixam de ensinar sobre o Holocausto
Ao mesmo tempo em que é aprovada uma legislação que pune criminalmente a negação do Holocausto na União Européia, um relatório da Historical Association, da Inglaterra, entidade que coordena o ensino de história no país, denuncia que, por conta própria, pressionados por pais e alunos, professores ingleses estão deixando de ensinar sobre o Holocausto e as Cruzadas "para não ofender membros de outras religiões". A FIERJ repudia esta atitude, que não é nem do governo inglês, nem do sistema educacional inglês, mas de indivíduos que se sentem acossados pelas pressões dos bairros onde trabalham. Indivíduos que trocam a verdade do ensino pela destruição da memória e da história. Negar o Holocausto ou fazer com que suma da memória é matar novamente cada uma de suas vítimas!
Sergio Niskier - presidente
Justiça dos EUA ameniza processo contra Sobel
Com a diminuição nos agravantes da acusação, caso seja condenado, Sobel não corre mais o risco de ir para a cadeia. Como pequenos furtos são considerados delitos leves nos EUA, a pena prevista para esse tipo de delito é a prestação de serviços comunitários.
Ainda não há data marcada para a primeira audiência de Sobel no Tribunal do Condado de Palm Beach.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Mensagem do Primeiro Ministro Ehud Olmert
No Iom Haatzmaut eu tenho um grande prazer em enviar calorosas saudações desde Jerusalém, o coração vivo do Estado de Israel e do povo judeu.
Nascido das cinzas do Holocausto, o Estado de Israel é uma realização do longo sonho de uma nação judaica em nossa terra natal. Por 59 anos o incansável apoio de nossos irmãos e irmãs na Diáspora construiu de desenvolveu um país moderno e vibrante.
Hoje, Israel é um país de paisagens de tirar o fôlego, de metrópoles movimentadas, um país em que nossa história ancestral é orgulhosamente preservada e exibida, e no qual nos temos nosso orgulho pelo nosso lugar de vanguarda de desenvolvimento tecnológico e avanços científicos. Israel é um país economicamente viável apesar das constantes ameaças.
Como dedicamos os próximos anos a um maior fortalecimento do Estado de Israel, pedimos a vocês, nossos irmãos e irmãs que sejam nossos parceiros nessa empreitada Sionista. Chegamos muito longe, mas existe muito trabalho a ser feito, especialmente no Negev e na Galiléia. Nós os encorajamos a visitar nosso belo país, e procuramos intensificar no diálogo existente.
Juntos vamos dar passos largos para o futuro. Sempre precisamos uns dos outros e nós vamos sempre estar juntos pelo povo judeu e pelo Estado de Israel
Chag Sameach
Ehud Olmert
Iom Hazikaron - 2007
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Acordo para punir a negação do Holocausto na Europa
O texto prevê sanções de entre um e três anos de prisão por "incitação pública à violência, ao ódio contra um grupo de pessoas ou a um membro desse grupo, em referência à raça, à cor da pele, à religião e à origem nacional ou étnica".
(obs FIERJ: curiosamente o texto é quase o mesmo que está em vigor pela lei brasileira)
"É uma iniciativa política importante", comentou a ministra alemã da Justiça, Brigitte Zypries, celebrando o consenso alcançado.
Na mesma sintonia, o comissário europeu de Justiça, Franco Frattini, afirmou que o compromisso "mostra que a Europa possui valores morais comuns".
No texto aprovado também está incluída a "apologia, a negação e a banalização dos crimes de genocídio, dos crimes contra a humanidade ou crimes de guerra", tal como os define a Corte Internacional de Justiça, segundo declaração divulgada pela presidência alemã da UE.
"Os países bálticos estavam empenhados em que se condenasse os regimes totalitários stalinistas e não entendiam que se falava de uma coisa mais simples", explicou o ministro espanhol da Justiça, Mariano Fernández Bermejo, em entrevista à imprensa ao final da reunião.
Para vencer a resistência báltica, foi finalmente incluída a menção "deplorando" os crimes cometidos pelos regimes totalitários, embora deixando claro que não fazem parte da decisão adotada. O texto foi aprovado depois de cinco anos de discussões.
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Brasil é pressionado a aceitar refugiados palestinos
O governo dos Estados Unidos e a Organização das Nações Unidas (ONU) estão pressionando o Brasil para que o País receba refugiados palestinos que vivem hoje em Bagdá, no Iraque. O Brasil ainda hesita em aceitar os refugiados, já que seria uma forma de dar aval à guerra no Iraque. Ontem, durante conferência organizada pela ONU para tratar da questão dos refugiados iraquianos, o Itamaraty fez um alerta velado à pressão americana: a questão somente será solucionada com a estabilização da região e o fim da violência.
Negação do Holocausto deverá ser punida na UE
SE ACORDO FOR APROVADO, NEGAÇÃO DO HOLOCAUSTO SERÁ PUNÍVEL NA UE |
BRUXELAS, 18 (ANSA) - A negação do Holocausto será um delito punível em toda a União Européia (UE) se os ministros da Justiça dos 27 países que se reunirão amanhã em Luxemburgo confirmarem o acordo definido após quase seis anos de polêmicas para punir toda a EU pelos delitos de racismo e xenofobia. |
quarta-feira, 18 de abril de 2007
FIERJ se encontra com governador do Rio de Janeiro
O encontro no qual estiveram presentes cerca de 80 líderes comunitários e empresários contou também com a presença do Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc e do Secretário de Esportes, Turismo e Lazer, Eduardo Paes, além dos políticos eleitos de nossa comunidade, entre eles as vereadoras Teresa Bergher e Patrícia Amorim, o deputado estadual Gerson Bergher e o deputado federal Marcelo Itagiba.
Durante o encontro, o presidente da FIERJ, Sergio Niskier agradeceu o empenho do secretário Eduardo Paes no apoio aos Jogos Macabeus e ao secretário Carlos Minc o apoio aos projetos da juventude.
Na ocasião, Sergio Niskier comunicou a todos sobre organização pela FIERJ do Seminário Nacional do Combate ao Crime Racial pela Internet que será realizado no dia 15 de maio na OAB.
Ciente do convite feito ao Governador Sérgio Cabral pelo governo de Israel para que visite o país, a FIERJ organizará junto com a Câmara de Comércio Brasil-Israel e as entidades empresariais do Estado uma missão comercial para acompanhar o governador.
Em emocionado pronunciamento o Governador Sérgio Cabral fez um relato do atual momento do Estado, listando os projetos em implantação.
Sérgio Cabral falou de sua relação saudável tanto com os prefeitos quanto com o Governo Federal, buscando a união em torno do Estado, independentemente de questões partidárias e calendário eleitoral.
O Governador mostrou seu enorme apreço por nossa comunidade e pelo Estado de Israel, reafirmando seu compromisso no combate a qualquer forma de preconceito, discriminação e racismo. Sérgio Cabral não fugiu aos temas difíceis como os problemas de segurança e violência do nosso Estado. As manifestações dos presentes ao encontro foram de confiança e apoio ao Governo do Estado.
O governador foi presenteado por Sergio Niskier com uma cópia autenticada da folha do Diário Oficial do Império, onde está registrada a ata de fundação da sinagoga Shell Guemilut Hassadim assinada por D. Pedro II.
Ao final, Sérgio Cabral agradeceu nossa comunidade e propôs um maior engajamento da coletividade judaica nos projetos sociais do Estado e abriu as portas para novos encontros.
terça-feira, 17 de abril de 2007
O Papa João XXIII recebe homenagem na Hungria
Na Hungria, uma comissão norte-americana e líderes judeus húngaros dedicaram ontem (Iom Hashoa), em Budapeste, uma placa a Angelo Giuseppe Roncalli, o Papa João XXIII, que ajudou a salvar a vida de judeus europeus durante a Segunda Guerra Mundial. Enquanto delegado papal na Turquia e na Grécia durante o Holocausto, Roncalli enviou para Budapeste dinheiro e documentos que foram usados pelas autoridades católicas e pelo diplomata sueco Raoul Wallenberg, entre outros, para ajudar dezenas de milhares de judeus húngaros. Como Papa João XXIII, Roncalli fez grandes esforços para promover a reconciliação entre católicos e judeus. A placa que descreve os atos de Roncalli para salvar judeus foi colocada numa parede à porta da sinagoga da rua Dohany, a maior da Europa. "As ações do Papa João XXIII durante a Segunda Guerra Mundial servem como parábola da vida real para todos os que enfrentam desafios morais em tempos difíceis", disse Warren L. Miller, presidente da Comissão Norte-Americana para a Preservação da Herança da América no Estrangeiro. "Sabemos que se a humanidade tivesse mais pessoas como ele, a história talvez tivesse sido diferente. Por isso, deixemos o seu heroísmo e coragem motivar-nos a todos para agir quando somos confrontados com preconceitos e intolerância", sustentou.
Cerca de 550 mil judeus húngaros e 50 mil ciganos foram mortos no Holocausto. Desde 2001 que a Hungria assinala o Dia do Holocausto a 16 de Abril, data que, em 1944, marcou o início da discriminação dos judeus húngaros. "Não devemos esquecer nem por um momento que o horror de há 60 anos não começou com a construção das câmaras de gás, mas com palavras de ódio e exclusão", sublinhou o primeiro-ministro húngaro, Ferenc Gyurcsany.
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Mensagem da Embaixadora de Israel - Yom Hatzmaut
Sra. Tzipora Rimon, às comunidades Judaicas do Brasil por ocasião do 59º aniversário da Independência do Estado de Israel
Caros (as) amigos (as),
Neste dia 24 de abril de 2007 comemoramos os 59 anos da criação do Estado de Israel. Essa é uma oportunidade para desejar a todos, em nome da Embaixada de Israel no Brasil e em meu nome, votos de feliz Yom Haatzmaut.
Desde a sua criação em 1948, Israel acredita na paz e continua a desejar o estabelecimento do diálogo e de relações pacíficas, tanto com seus vizinhos palestinos como com os estados árabes no Oriente Médio. Israel tem interesse em promover um processo de cooperação e normalização, e os estados árabes moderados podem, por sua vez, desempenhar um papel positivo nesse sentido. Em relação ao processo de paz com os palestinos, Israel está comprometido com a solução de dois estados que convivem em paz, sem terrorismo e sem violência. O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, convidou líderes árabes para participarem de uma conferência regional pela paz.
No entanto, foi vivenciado no Oriente Médio, a possível continuação da instabilidade geopolítica por causa dos esforços intensificados por forças radicais como o Irã (em face do seu programa nuclear) e dos grupos terroristas do Hamas, Jihad Islâmica e Hezbolah, em aumentar seus poderes políticos e militares. Esses grupos também realizaram há quase um ano, seqüestros de soldados israelenses e continuam a manter Gilad Shalit, Elad Regev e Ehud Goldwasser. Israel une esforços para conseguir a libertação dos soldados e levá-los de volta para casa.
A Assembléia Geral da ONU aprovou este ano, uma resolução rejeitando o fenômeno de negação do Holocausto. Há uma importância nesta atitude mundial, em face da campanha do Irã contra esse fato histórico, por meio da organização de uma conferência internacional em Teerã, para negar a Shoa e a existência do Estado de Israel.
Temos de reforçar junto com a comunidade internacional o combate a fenômenos como racismo, anti-semitismo e à negação do Holocausto. Ações contra essa tendência têm como exemplo a Conferência Internacional do Fórum Global para Combate ao Antisemitismo, convocada em fevereiro último, pela ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, em Jerusalém.
Neste 59º aniversário do Estado de Israel, a economia israelense está prosperando e florescendo, como se pode observar com o crescimento de quase 8 por cento nos últimos meses de 2006.
Os investimentos estrangeiros diretos alcançaram o ápice sem precedente. Como se pôde ver, foram 13,4 bilhões de dólares em 2006 e, ao mesmo tempo, as exportações de alta tecnologia (high-tech) se aproximaram dos 18 bilhões de dólares. A moeda israelense - Shekel - está forte, a infalção é insignificante e o déficit do orçamento é menos de um por cento do PIB.
As atrações de Israel encorajam turistas a visitar o país e nós esperamos que este ano muitos brasileiros tenham a oportunidade de conhecer as belezas de Israel.
Isael e Brasil mantém relações estreitas e ultimamente, no final de fevereiro, assinaram um acordo de cooperação bilateral em pesquisa e desenvolvimento industrial no setor privado. Este acordo permitirá uma promoção conjunta e apoio de projetos entre empresas, corporações e entidades dos dois países. Continuamos a elaborar outros acordos e programas, além de algumas visitas oficiais mútuas.
Este ano comemoramos dois eventos de fundamental importância para a história do povo judeu e do Estado de Israel: marcamos 60 anos da resolução da Assembléia Geral da ONU, chefiada pelo chanceler brasileiro Osvaldo Aranha, que decidiu no dia 29 de novembro de 1947 a criação do Estado de Israel. Em maio, marcamos 40 anos da unificação de Jerusalém, a capital do Estado de Israel e do povo judeu.
Esses eventos e o Dia Nacional de Israel nos permitem mais uma vez expressar a solidariedade entre o Estado de Israel e a comunidade judaica do Brasil. Unidos, festejamos o Yom Haatzmaut!
Chag Sameach!
sexta-feira, 13 de abril de 2007
Dia 11 é pior que sexta-feira 13
O mundo também passou batido pelo atentado de 3/11, em Casablanca, capital do Marrocos, quando Abdelfettah Raydi acionou sua bomba num cyber-café, morrendo, ferindo seu cúmplice Youssef Khoudri e outras três pessoas. Ignorando o calendário islâmico, os "al-qaedistas" fizeram dos dias "11", dias emblemáticos para o martírio e o assassinato. Nova Iorque, Madri, Casablanca 1 e 2, e agora Argel.
Muçulmanos chacinando muçulmanos, mas ninguém lhes aponta o dedo: genocídio! chacina! Sempre dizemos "Nunca Mais!" e isso não vale apenas para a matança de judeus: é para todas. Mas o mundo diz: "Quem? Eu me preocupar"?
José Roitberg - jornalista
Mensagem da FIERJ para o Shabat de hoje
Em janeiro deste ano, quando nos encontramos para marcar a dada do Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, data oficial da ONU, assistimos dois sobreviventes da barbárie se abraçando e chorando.
60 anos se passaram. Eles escaparam com vida, chegaram ao Brasil, reconstruíram suas vidas. Tiveram filhos, netos e bisnetos. Quase todos tiveram sucesso na vida. Mas ainda assim lembram. Lembram e choram. 60 anos se passaram e as lágrimas não pararam de correr. Esta é uma ferida que não sara. Uma dor que não passa.
A maioria de nós só conheceu o Holocausto pela história. E ela passa ao largo. Vamos nos afastando do conhecimento, da consciência do que ocorreu. Acabamos sem perceber o monstro várias cabeças, que cresce a olho nu, e não o enxergamos, por comodismo, por indiferença.
Temos que lembrar. Lembrar que um dia fomos escravos, e saímos para a liberdade e a redenção. Lembrar que um dia fomos prisioneiros do ódio e fomos levados aos campos de extermínio, onde sofremos torturas, violência sem paralelo, morte. Temos que reverenciar. O heroísmo da resistência, da luta pela dignidade humana. Temos que ter Mordechai Anielewicz e seus companheiros como referencias.
Este ano vamos lembrar e homenagear. Toda a Comunidade deve comparecer aos eventos que a FIERJ organiza em conjunto com várias Instituições.
A presença nos eventos é uma demonstração de que esta história nunca será esquecida.
HOLOCAUSTO NUNCA MAIS
Sergio Niskier
Presidente
Skinhead cumprirá medida de internação em regime fechado
A 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) determinou que adolescente infrator, integrante do grupo neonazista "Carecas do Brasil", cumpra medida de internação em regime fechado, sem atividades externas. O jovem deverá receber acompanhamento psicológico na instituição.
Em primeira instância fora determinada a medida de internação com possibilidade de atividade externa (autorização para estudo, trabalho e realização de terapia, por exemplo), pelos atos infracionais de tentativa de homicídio qualificado e formação de quadrilha. O Ministério Público insurgiu-se contra a permissão para saídas e interpôs recurso no TJ.
No dia 8/5/2005, data em que se comemoravam os 60 anos da vitória das forças aliadas contra os nazistas o jovem, juntamente com outros adolescentes integrantes do mesmo grupo, agrediram com facas, socos e pontapés três rapazes que estavam usando kipás (pequeno chapéu em forma de circunferência utilizado no judaísmo). Um deles, atingido por facadas, teve rim, baço e fígado perfurados. As outras duas vítimas conseguiram fugir. A agressão ocorreu na rua Lima e Silva, bairro Cidade Baixa, na Capital.
A relatora do recurso, desembargadora Maria Berenice Dias, ressaltou que o infrator foi o primeiro a sair do bar em que estavam os skinheads. Afirmou ter sido cometida uma violenta agressão e que as vítimas só não foram mortas graças à intervenção de pessoas que estavam nos arredores.
"Ao se sopesar a gravidade dos atos infracionais, bem como as condições pessoais do adolescente, tem-se que, no contexto atual, é inviável autorizar a realização de atividades externas", avaliou. "Está-se diante de atos infracionais de extrema gravidade, provocados por puro preconceito e ódio a uma etnia e religião, que remontam às barbáries nazistas e às atrocidades do vexaminoso 'holocausto', dando-lhes continuidade e projetando-as muito além das fronteiras da Alemanha nacional-socialista."
Assinalou também que a atual condição emocional do adolescente impede, "por si só", que este realize atividades externas. Mencionou exame psicológico que refere que o jovem fez pacto silêncio com os demais acusados e que declara sentir-se injustiçado. "Denota-se, portanto, que o adolescente permanece totalmente influenciado pelos seus comparsas", concluiu a julgadora.
O voto foi acompanhado pelos desembargadores Luiz Felipe Brasil Santos e Ricardo Raupp Ruschel.
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Conferência de Escritores Judeus de Jerusalem
Ernst Zundel perde mais uma
A suprema corte do Canadá recusou o recebimento da alegação de que o nazista revisionista do Holocausto Ernst Zundel, 67, teria sido preso ilegalmente no Canadá. Zundel foi mantido preso em Toronto por dois anos até ser deportado para a Alemanha onde está cumprindo 5 anos de prisão. Seus advogados exigem 10 milhões de dólares de indenização do governo canadense. Zundel é um conhecido negador do Holocausto, proprietário de uma editora no Canadá e criador de um site que questionava o Holocausto e disseminava propaganda nazista.
Mais uma marcha nazista nos EUA
A mais pura inversão do sentimento de Pessach
Dossiê de 3 mil páginas para beatificação de Pio XII
Esse processo ainda causa polêmica devido à difundida afirmação de que Pio XII era favorável ao regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. "Durante os dois últimos anos, alguns trabalhos religiosos hebraicos contribuíram com os nosso estudos para reforçar a consistência no âmbito histórico da atitude de Pio XII diante dos fatos", rebate Gumpel.
Medicamento israelense Nova esperança contra a doença de Parkinson
Nova esperança contra a doença de Parkinson |
Medicamento israelense evita a morte das células nervosas Uma nova droga, a rasagilina, fabricada pelo laboratório israelense Teva, chega ao Brasil ainda este ano e promete melhorar a qualidade e sobrevida dos portadores da doença de Parkinson. A notícia reacende as esperanças da classe médica contra o mal. O medicamento funciona como um neuroprotetor. Evita a morte das células nervosas dos gânglios basais, uma das estruturas cerebrais. Esses neurônios são responsáveis pela suavização dos movimentos e coordenação das alterações posturais. Porém, na doença, por motivos ainda desconhecidos, essas células se degeneram, desencadeando sintomas como tremores, rigidez muscular, diminuição da mobilidade e instabilidade postural. A rasagilina é uma nova combinação molecular (monoamina oxidase de tipo B) que bloqueia a desintegração da dopamina. O problema é o custo da droga. Importada dos Estados Unidos e da Europa, chega a custar aproximadamente R$ 1mil. Embora seja mais comum entre indivíduos de 65 e 80 anos, qualquer pessoa pode desenvolver a doença de Parkinson, uma patologia neurológica degenerativa caracterizada pela diminuição do neurotransmissor chamado dopamina, responsável pelo controle dos movimentos. A enfermidade não tem cura, mas conta com tratamentos que melhoram a sobrevida do portador. |
Corte Federal de Justiça alemã revoga ilegalidade de símbolos antinazistas
Corte Federal de Justiça considera legítimo o uso e a comercialização de cruzes suásticas riscadas ou quebradas como símbolos antinazistas, desde que fique claro o distanciamento em relação ao regime de Hitler.
Em sentença pronunciada nesta quinta-feira (15/03), a Corte Federal de Justiça revogou uma decisão anterior do Tribunal Regional de Stuttgart, que em setembro de 2006 havia declarado ilegais símbolos nazistas freqüentemente usados por militantes antifascistas.
O réu, Jürgen Kamm, de 32 anos, um comerciante de Baden-Württemberg, que vendeu em grande escala buttons, peças de roupa e outros artigos com símbolos antinazistas, foi condenado na ocasião a pagar uma multa de 3600 euros, mas recorreu da sentença.
Os juízes disseram não ter dúvidas de que "todos os artigos comercializados se dirigiam contra o ressurgimento de movimentos nacional-socialistas", dando razão a Kamm.
Há seis meses, o Tribunal Regional de Stuttgart havia declarado como ilegal o uso de suásticas quebradas e emblemas semelhantes, invocando que o Código Penal Alemão proíbe símbolos nazistas.
Protestos contra sentença anterior
"Tais símbolos, riscados, quebrados ou não, devem ser banidos do espaço público, para evitar que tenham um efeito de habituação", argumentaram os magistrados na época. A sentença havia gerado muitos protestos, principalmente de políticos e organizações de esquerda, mas também de renomados juristas.
A presidente do Partido Verde, Cláudia Roth, e o deputado social-democrata Niels Annen apresentaram uma queixa-crime contra si mesmos declarando usar símbolos antinazistas, para se solidarizarem com o queixoso. O recurso de Kamm na Corte Federal de Justiça foi também oficialmente apoiado pelo promotor público federal Gerhard Altvater, que requereu a absolvição.
"Os emblemas com as cruzes suásticas riscadas ou quebradas configuram uma difamação dos símbolos nazistas e são inequivocamente uma recusa da ideologia nazista", comentou Altvater.
Na capital de Baden-Württemberg há ainda cerca de 40 processos pendentes por casos semelhantes de cruzes suásticas riscadas, cujo destino será novamente analisado após a sentença desta quinta-feira, adiantou um porta-voz do Ministério Público de Stuttgart. (rw)
quarta-feira, 11 de abril de 2007
Dia da Recordação dos Heróis e Mártires do Holocausto
Homenagem ao Soldado Desconhecido Brasileiro
Domingo 15 de abril de 2007 as 10 h
Monumento Nacional aos Mortos da 2ª. Guerra Mundial
A FIERJ – Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, em nome da Comunidade Judaica Fluminense, e a Administração do MNM2GM, vinculado a DAC - Diretoria de Assuntos Culturais do Exército, celebram cerimônia recordatória e Ato Cívico com a Participação de Civis e Militares em Homenagem aos Soldados Desconhecidos Brasileiros e aos Heróis do Levante do Gueto de Varsóvia
Em honra aos militares brasileiros que lutaram contra o nazismo, e aos Combatentes do Gueto, uma palma de flores será aposta junto ao Túmulo do Soldado Desconhecido, onde repousa um bravo que como eles, no anonimato lutou até o sacrifício da própria vida.
Estacionamento no local, acesso pela pista do Aterro em frente a Av Rio Branco
Pede-se a todos estarem presentes até as 9:45 para o Cerimonial de Recepção das Autoridades Civis e Militares.
Evento religioso
A FIERJ convida para a cerimônia religiosa em recordação às vítimas do Holocausto a ser realizada na Sinagoga de Copacabana, a rua Capelão Álvares, no dia 16 de abril, segunda-feira às 18:30h.
Eventos solenes
Seção Solene na ALERJ, por iniciativa do deputado Gerson Berger para lembrança de Yom Hashoá no dia 19 de abril, terça-feira, às 19:00h - todos estão convidados.
Seção Solene na Câmara Municipal de Niterói, para lembrança de Yom Hashoá também no dia 19 de abril, terça-feira, às 19:00h - todos estão convidados.
Saiba mais sobre o Yom Hashoa
Nesta data rende-se uma homenagem aos Mártires, vítimas indefesas do Holocausto (Shoa, em hebraico), e aos Heróis que tombaram resistindo em luta desigual.
Já em 1942 chegavam ao Gueto de Varsóvia rumores de que na verdade as deportações de judeus tinham como destino os campos de extermínio, o assassinato em massa nas câmaras de gás.
Uma resistência organizada começou então a ser formada. No dia 19 de abril de 1943, 35 mil judeus que restaram iniciaram a revolta, repelindo os nazistas sob uma chuva de balas, quando se preparavam para iniciar a remoção final.
Durante 27 dias os judeus resistiram bravamente. A batalha final ocorreu na Rua Mila 18, o bunker que abrigava o Posto de Comando da ZOB – Organização Judaica Combatente.
Com heroísmo incomparável, centenas de civis combatentes ali pereceram, numa última demonstração para o Mundo Livre de que morriam pela liberdade, conforme os apelos transmitidos pelo rádio para fora do Gueto: os que ficavam deveriam prosseguir na mesma luta.
Entre os que tombaram, estava o jovem líder do Levante do Gueto de Varsóvia, Mordechai (Marcos) Anilevitch, de apenas 27 anos.
O Levante do Gueto foi o primeiro na Europa dominada pelos nazistas, e inspirou o grande Levante de Varsóvia de 1944, desta vez de toda a população da cidade.
Embora o gueto tenha sido incendiado e destruído pelas tropas nazistas, os sobreviventes permaneceram por mais dois meses atacando os nazistas.
Em tributo à revolta, 19 de abril foi escolhido para simbolizar o Dia do Holocausto e do Heroísmo.
É também um dia de orações em memória aos 6 milhões de vítimas do Holocausto, uma vez que as datas de falecimento são em geral desconhecidas.
Assim, neste Monumento que homenageia os brasileiros mortos na Segunda Guerra, prestaremos a nossa homenagem a estes bravos, associando-a também às vitimas e heróis do Holocausto, os comandados de Marcos Anilevitch, o Chefe da Revolta, contra o mesmo inimigo nazista, apondo uma coroa de flores junto ao Túmulo do Soldado Desconhecido, com a finalidade de homenagear e manter viva a imagem dos heróis que, no anonimato, lutaram até o sacrifício da própria vida.
Neste Domingo em Comunidade na TV - 15/mai
Não perca, domingo às 12:15h na CNT canal 9, 22 da NET-RJ e com reapresentação às 18:30h no canal 14 da NET-RJ
Itália homenageia Primo Levi
Itália homenageia Primo Levi, grande testemunha do holocausto
Com uma exposição, leituras, programas de rádio e um concerto, a Itália homenageia Primo Levi, sobrevivente e grande testemunha do holocausto, que se suicidou em 11 de abril de 1987, mais de 40 anos depois de seu retorno dos campos de extermínio nazistas.
Sua principal obra, "É isto um Homem?", publicada em 1947 na Itália, depois de sua volta do campo de concentração de Auschwitz, foi traduzida para trinta idiomas e ainda se vende à razão de 200.000 exemplares ao ano no país, onde integra o programa escolar.
No entanto, a Einaudi, grande editora de Turim, cidade natal de Levi, rejeitou o livro, que acabou sendo publicado por uma pequena editora que só vendeu 1.500 exemplares.
A partir de 17 de abril, Turim será a sede da exposição "Primo Levi, porque é um homem".
A mostra será apresentada simultaneamente na cidade francesa de Lyon (centro-leste) e tem como objetivo divulgar as múltiplas facetas de Primo Levi, freqüentemente reduzido ao papel de testemunha e a quem a crítica negou por muito tempo o título de "escritor".
Não se tornou um escritor por sua experiência em Auschwitz. Antes, já queria escrever, mas não tinha identidade literária. A dupla escritor-testemunha complica sua obra, tornando-a mais rica", explicou Marco Belpoliti, encarregado das obras completas de Levi na Einaudi e autor de um programa de dez episódios para a Rádio Pública Italiana (RAI).
A exposição consiste de painéis cujos tons se misturam e transformam, numa alusão à profissão de químico que permitiu a Levi escapar da morte, trabalhando em um laboratório do campo de concentração.
Sua profissão também serviu de inspiração para "A Tabela Periódica", no qual o autor associa episódios de sua vida aos elementos químicos, bem como para seu único texto inédito atualmente, "A dupla relação", composto por cartas escritas a uma mulher.
Ele também escreveu poemas que inspiraram o compositor espanhol Luis de Pablo para criar uma obra que será interpretada na quinta e na sexta-feira pela orquestra da RAI, em Turim.
O historiador Walter Barberis animará, em Turim, uma noite de leituras do livro "Náufragos e Sobreviventes" (1986), últimas reflexões sobre a deportação, no qual o autor evoca o risco de que se repita um genocídio como o praticado pelos nazistas.
Profundamente laico, nascido em uma família que praticava pouco, Levi teve consciência de ser judeu quando se promulgaram as leis raciais de 1938.
"Não compreendi e associava a palavra judeu - "ebreo", em italiano - à palavra livro", contou ao jornal La Stampa, semanas antes de se lançar no vão de uma escada em sua casa, em Turim.
"Não estou tão vivo como para me suprimir", escreveu no livro "É isto um Homem?", escrito quando tinha 27 anos.
Seu suicídio provocou grandes interrogações.
Walter Barberis não acredita que sua morte estivesse relacionada com a deportação. "Estava deprimido por razões particulares, doente e convencido de que tinha pouco tempo de vida", afirmou.
Levi também havia dito que "ninguém pode compreender as razões de um suicida".
terça-feira, 10 de abril de 2007
Sobel não pode ser cruxificado
Antes que tentem maldosamente 'explicar' porque estou defendendo o rabino Henry Sobel, quero esclarecer antes de mais anda que não sou judeu. Também não sou daqueles que defendem os famosos e não desculpam os pobres, achando que estes deveriam ir inapelavelmente para a cadeia em casos semelhantes.
Mas acho que, por dever de justiça, é preciso considerar toda a vida pregressa do rabino e só depois tentar entender porque ele entrou numa loja da Louis Vuitton, em Palm Beach e 'roubou' uma gravata.
É importante que o fato policial seja analisado sob a visão da complexidade e não de maneira isolada. Como ensina Edgar Morin, não se deve avaliar nada de forma fragmentada, desconsiderando o conjunto de fatores que levaram ao fato. Muito menos num caso tão notável como esse.
Aplicando esses sábios ensinamentos à situação do rabino Sobel, veremos que não é justo julgá-lo por essa única ação. Independentemente de ponderações sobre se foi uma atitude certa ou errada, fruto de excesso de medicamentos ou ainda por puro desejo de experimentar uma sensação 'diferente' (adrenalina), vamos analisar o contexto.
Durante o maldito regime militar brasileiro alguns nomes se destacaram entre os que combateram a violência governamental. O padre católico dom Paulo Evaristo Arns e o rabino judeu Henry Sobel, como bons pastores que sempre foram, enfrentaram corajosamente, à época, as botas dos militares e acolheram seus fieis em seus templos, amparam-os e os confortaram em suas dores. Com destemor admirável, promoveram cultos religiosos em favor das vítimas da ditadura e incentivaram outros idealistas a combaterem o regime de força.
Não se pode esquecer – e aqueles que não sabiam que fiquem sabendo - que Sobel, mesmo sendo natural dos Estados Unidos, portou-se a vida toda, particularmente durante o regime de exceção, até melhor do que muitos brasileiros natos que, temerosos e ambiciosos, lambiam os militares ditadores de plantão. Sobel realizou dezenas de visitas periódicas, mitigando as dores dos jovens que estavam sendo torturados nas cadeias e nos presídios. E também levou consolo aos pais e amigos daqueles que patrioticamente ofereceram suas próprias vidas para defender a democracia no Brasil.
Foi Henry Sobel quem clamou pelo julgamento dos responsáveis pela morte do jornalista Wladimir Herzog, aparecido morto numa cela e apresentado como tendo se suicidado. Foi ele também que defendeu outros presos políticos, que judeus ou não, estavam presos, submetidos a interrogatórios cruéis e selvagens que incluíam choques nos órgãos sexuais, unhas arranca-das, surras homéricas e até coisas piores, como abusos sexuais de todo tipo.
Não se pode agora, por um simples ato-falho (ou o nome que se dê) jogar no lixo a reputação de um homem que prestou tantos serviços à nação! Não é direito nem sensato condená-lo, até porque o alegado 'roubo' derivou mais um problema psíquico causado provavelmente por excesso de medicação do que de um desvio de conduta moral. Além disso, o passado o redime.
O julgamento de Sobel está marcado para o próximo dia 23 de abril numa corte norte americana. Será que a juíza encarregada do caso considerará que ele foi um lutador exponencial pela democracia no Brasil? Será que ela considerará o contexto da vida dele ou se apegará simplesmente ao BO policial?
Na visão neoliberal – que só considera como valor o dinheiro, o ganho, o lucro - é possível mesmo que o simples ato de furtar uma gravada justifique uma condenação a uma pessoa, mesmo sendo ela valiosa para a humanidade. O capitalismo selvagem dos dias de hoje – que vigora lá nos EUA - mas que é muito pior aqui porque nos submete aos interesses de lá - desconsidera a honra, a coragem, a solidariedade e a responsabilidade social. E faz imperar a máxima do 'ganhar ou ganhar', sem se preocupar com os meios utilizados para se chegar aos objetivos, num total desprezo aos valores éticos, morais ou espirituais (eis aí o exemplo inumano dos programas tipo bigbrother, onde ganhar o prêmio maior é o que importa, mesmo que para isso tenha que abandonar qualquer pudor ou valor!).
Claro que não sei qual vai ser o resultado da corte norte-americana. Mas posso esperar - isso sim! - que a opinião pública brasileira absolva o rabino Henry Sobel e repudie qualquer condenação a ele, reconhecendo assim seus méritos e não o execre, como, aliás, uma parte da imprensa já está fazendo!
No dia 15 COMPAREÇA !!! Yom HaShoa
60 mil chineses abandonados tornam-se judeus americanos
Diário de Notícias - Lisboa - 19-mar-2007 (em português de Portugal)
Até aos três meses, Cecilia Nealon-Shapiro chamou-se Fu Qian. A adolescente nova-iorquina é uma das mais de 60 mil crianças chinesas adoptadas por famílias judias americanas quando Pequim abriu as portas à adopção internacional, nos anos 90. Agora, aos 13 anos, prepara-se para fazer o bat mitzvah, o ritual judaico de passagem à idade adulta.
"Ser chinesa e judia é normal para mim", garantiu Cecilia ao New York Times antes da cerimónia na congregação de Rodeph Sholom, uma sinagoga reformista em West 83rd Street, Nova Iorque. Para a sensação de normalidade de Cecilia, muito contribui o facto de a maioria dos seus amigos chineses serem judeus.
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, o número de crianças chinesas adoptadas por judeus americanos atinge as 62 300. As primeiras 1300 chegaram à América entre 1991 e 1994. A estas juntaram-se 17 mil na segunda metade da década de 90 e 44 mil desde então.
Nascida a 29 de Janeiro de 1994, na província chinesa de Jiangxi, Cecilia foi abandonada num orfanato, tal como muitas outras raparigas, devido à política de um filho só. Adoptada por um casal de lésbicas americanas - Mary Nealon e Vivian Shapiro -, foi educada na tradição judaica, a religião de Vivian.
Depois de ouvir repetidamente no iPod a passagem da Tora que terá de recitar no seu bat mitzvah, Cecilia não teve dificuldade em conseguir os elogios do rabi Robert Levine. "Adorei. Tem uma linda voz e um hebraico perfeito", elogiou o rabi. Passado o teste, a jovem estava preparada para a cerimónia. Sentada num trono vermelho, com um vestido preto, Cecilia começou por recitar a Tora, passando depois ao discurso em inglês: "Tal como os judeus foram estrangeiros em terras do Egipto, todos fomos ou seremos estrangeiros em algum momento das nossas vidas."
Matéria especial A GUERRA ESQUECIDA
assista a matéria pelo YouTube - A Guerra Esquecida
Apesar de ser chamada de Guerra de 56 ou Crise de Suez, tecnicamente ela termina apenas com a retirada das tropas israelenses da Península do Sinai, em março de 1957, portanto, há exatos 50 anos atrás.
Para esta ocasião especial, trazemos o depoimento de dois ex-combatentes do IDF e de três membros da primeira força de paz da ONU, os capacetes azuis do Batalhão Suez, que receberam um também esquecido Prêmio Nobel da Paz em 1988. Além destes depoimentos inéditos, vamos relembrar o que levou à batalha pelo Canal de Suez e suas graves conseqüências, traçando um paralelo com a situação dos dias de hoje.
Como a guerra foi esquecida, também foi esquecido o ultimato soviético de atacar capitais européias com armas nucleares se não cessassem os combates. Era um momento em que a URSS tinha acabado de ocupar a Polônia e estava invadindo a Hungria, massacrando seu povo em nome da visão soviética do socialismo e as democracias estavam caladas.
Energia era o assunto principal. Líder populista no Egito defendendo abertamente o extermínio de Israel era o perigo político. Potências ocidentais ocupando nação árabe. Re-eleição para a presidência americana no meio disso tudo. Mas você vai se surpreender com os papéis de cada um dos países há 50 anos. Quem eram os amigos de Israel e quem não apoiava Israel. Quem estava ao lado de uma intervenção militar em país árabe e quem estava contra.
Esta guerra esquecida foi decisiva para a expulsão dos judeus dos países árabes e também para consolidar Israel como uma potência militar, apenas 11 anos depois dos portões dos campos de extermínio serem abertos.
47 anos do Monumento dos Pracinhas
Culto Ecumênico
Pronunciamento da FIERJ em nome da Comunidade Judaica Fluminense
Na semana que corre, os judeus no Brasil e no mundo inteiro iniciam a celebração do Pessach, a Páscoa Judaica, iniciada segunda-feira de noite com um jantar solene familiar, uma tradicional cerimônia da religião de Moisés, a Festa da Libertação que celebra o Êxodo do Egito.
Por isso mesmo, o Eminente Rabino Eliezer Stauber, que no ano passado ocupou este púlpito, homenageando nossos bravos pracinhas, hoje não comparece guardando o feriado religioso, vindo portanto a FIERJ neste ato trazer uma mensagem da Comunidade Judaica Fluminense, enaltecendo a luta dos combatentes brasileiros.
Agora mesmo nesta manhã, enquanto aqui estamos reunidos, em todas as sinagogas ecoa a milenar Benção Sacerdotal do Templo de Salomão, seguindo-se as orações em que os fieis contritos agradecem ao Todo Poderoso:
Bendito seja o Senhor nosso D'us, Rei do Universo, que nos guiou e permitiu chegar até o dia de hoje.
Lembramos há mais de 3.500 anos que os hebreus foram escravos no Egito dos Faraós, conquistaram sua liberdade e receberam as leis da Torá que os guiaram até aqui.
Portanto, é uma feliz coincidência comemorar na mesma semana a Páscoa do Cristianismo, a Páscoa Judaica e os 47 anos do Monumento, com um Culto Ecumênico reunindo preletores das mais diversas denominações, sob a égide da união e da tolerância, nesta terra abençoada que realiza a virtude suprema almejada pelas pessoas de bem, unir todas as raças, todos os credos.
A sensação espiritual que experimentamos agora aqui neste ambiente é das mais profundas, eis que tudo aqui é carregado de profundos significados, as paredes impregnadas de um forte simbolismo, uma dimensão quase mística.
Fechando os olhos por um momento, podemos pálidamente imaginar como foi a luta dos heróicos pracinhas que aqui repousam, quando repudiando a intolerância, o racismo e o preconceito, o Brasil mandou 25 mil de seus melhores soldados para defender de armas na mão o direito universal de todos viverem em paz e liberdade.
O Rabino espanhol Moisés ben Maimon, que era médico, conhecido como Rambam ou Maimonides, nascido em Cordova há 800 anos na vespera de Pessach, ensinou que a vida de cada um de nós é aferida sobre uma balança, cujos pratos se inclinam pelas boas ações ou pelas transgressões que praticamos.
Aqui estamos diante da ultima morada de 425 heróis, para os quais a balança da vida pendeu para o lado positivo, pela bravura traduzida no sacrifício da própria vida, e assim foram julgados pelo Santificado.
Que D'us transforme os seus dias de luto em dias de alegria, que suas almas sejam iluminadas, pela melhor homenagem que lhes podemos prestar, mantendo viva a sua memória de lutas, pelo Brasil e pela Liberdade Universal.
E assim arde para sempre a Chama Eterna, que se revela acima de nós neste monumento, como se fora o fogo no Altar do Tabernáculo, pois D'us falou a Moisés no Deserto do Sinai, instruindo-o para que a chama queimasse permanentemente.
O capital simbólico deste monumento é por demais relevante. A memória de lutas dos que aqui repousam nos reforça a esperança de que um mundo melhor é possível, diante da grandeza humana de bravos soldados que não mediram sacrifícios na luta que travaram, em terras geladas e distantes, simbolizando a vitória dos melhores ideais da Humanidade.
Hoje, no segundo dia da Páscoa Judaica, agradecemos ao Senhor pela liberdade pois nos tirou do Egito, e contritos reverenciamos também a luta dos nossos pracinhas. Lembramos também aqueles outros heróis que sequer tiveram um túmulo, os combatentes do Levante do Gueto de Varsóvia, que na véspera do Pessach de 1943 enfrentaram a máquina de guerra nazista. Brasileiros e poloneses lutaram pelos mesmos ideais de democracia e liberdade, contra o mesmo inimigo, e aqui neste Monumento serão lembrados no próximo dia 15 de abril.
Nossos sábios nos ensinam que em toda geração, e a cada dia, devemos nos ver como se tivéssemos acabado de ser libertados do Egito. Por que a liberdade não se atinge de uma vez por todas, mas requer constante vigilância. Cada dia, cada ambiente, encerra seu próprio Egito.
Como ontem, quando lutaram os pracinhas, hoje também devemos ter em mente: devemos sair do Egito todos os dias.
Segundo antiga tradição o Profeta Elias, proclamador da redenção, visita os lares durante o jantar de Pessach, com uma mensagem de fé, esperança, paz e harmonia. Por isso colocamos um cálice de vinho adicional para o Profeta. Ao final abrimos simbolicamente a porta de casa para recebê-lo.
Como qualquer religião, o judaísmo preconiza a solidariedade humana. Por isso nossa porta está aberta, seja para o Profeta, para o vizinho, para o forasteiro viajante, para um pobre que pede um pouco de comida.
Assim, estendemos para todos neste Culto uma mensagem final de esperança, que este ano venha o profeta Elias, e que nos traga o anuncio da paz entre todos os povos, a redenção da Humanidade.
Amem
segunda-feira, 9 de abril de 2007
Reflexões sobre Henri Sobel
É com grande consternação que tenho acompanhado o drama do rabino Henry Sobel. Sua situação me levou a divulgar uma mensagem na qual proponho uma reflexão sobre os últimos acontecimentos e empenho minha solidariedade ao rabino. Dias depois de tê-la divulgado, continuo recebendo incontáveis e-mails de pessoas que, em sua grande maioria, se identificam com a posição que assumi.
Alguns dos e-mails, porém, contêm críticas que considero totalmente pertinentes. É o caso, por exemplo, dos que levantaram a seguinte questão: Será que o rabino está causando toda essa comoção por ser uma figura conhecida? E o que dizer de todos os cidadãos anônimos que passam por problemas semelhantes, mas que não recebem apoio algum pelo fato de não serem "famosos"? Estaríamos usando dois pesos e duas medidas?
Acredito que o episódio envolvendo o rabino pode - e deve - ser um ponto de partida para reflexões desse tipo. Quantas vezes nos lançamos a julgamentos precipitados sem ter amplo conhecimento dos fatos? Quantas vezes emitimos juízo sobre a vida e o caráter de uma pessoa com base em um único acontecimento? Reproduzo aqui minha mensagem de apoio ao rabino, na esperança de que ela ajude a lançar luz sobre essas questões.
Diz a sabedoria popular que são nas horas de dificuldades que conhecemos os verdadeiros amigos. Como nunca fui o tipo de pessoa que vira as costas a um amigo em momento de crise, gostaria de declarar publicamente minha solidariedade ao rabino Henry Sobel, recentemente envolvido em um polêmico episódio ocorrido nos Estados Unidos. Não quero aqui entrar no mérito da questão, pois não disponho de informações para tanto e porque acredito que tal avaliação cabe à justiça fazer - e ela certamente fará.
No entanto, como bem sabemos, incidentes envolvendo figuras públicas podem gerar uma repercussão enorme, às vezes até desproporcional à dimensão do incidente. E quando isso se torna o assunto do momento, acaba provocando uma onda de opiniões precipitadas, de julgamentos sumários - feitos não pela justiça, com amplo direito de defesa, mas por cidadãos comuns - e que rapidamente evoluem para um linchamento moral.
Em ocasiões como essas, de uma hora para a outra toda a vida pregressa da pessoa é esquecida, e tudo passa a girar em torno daquele malfadado episódio. Acredito, porém, que não podemos permitir que uma história de vida tão marcante quanto a do rabino Henry Sobel seja obscurecida por um único tropeço.
Nesse momento de crise e de extrema angústia para o rabino, é preciso lembrar que o homem que agora é o foco das atenções (e das más intenções de muitos), é um ser humano notável que dedicou sua vida à luta incondicional pelos direitos humanos e contra qualquer forma de preconceito racial, tendo prestado relevantes serviços à sociedade.
A atuação do rabino extrapola o âmbito da comunidade judaica, tornando-o uma figura conhecida e respeitada por pessoas de diferentes raças e credos. Prova desse reconhecimento é o fato de que, em uma eleição promovida pela revista Isto É para eleger o Brasileiro do Século, Henry Sobel, que não nasceu no Brasil, despontou com quase 20% dos votos populares - sinal inequívoco da admiração que ele desperta entre nós.
Como amigo de longa data, compartilho das aflições do rabino e espero que ele, que a tantos apoiou em momentos difíceis, possa contar com o apoio que necessita e merece.
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9) (Ricardo Bellino - Fundador e dealmaker da Trump Realty Brazil, CEO do Instituto do Empreendedor (Inemp) e da Bellino's Unlimited. Palestrante, autor de livros, apresenta o programa "PodSucesso com Ricardo Bellino" (www.podsucesso.com.br). O colunista escreve quinzenalmente neste espaço.)
sexta-feira, 6 de abril de 2007
São Paulo está órfã do rabino
APOSTO UM picolé de limão que hoje, em São Paulo, milhares de pessoas como eu -sejam elas judias, cristãs, muçulmanas, budistas, descrentes ou praticantes do zoroastrismo- estão se sentindo órfãs do rabino Henry Sobel.
Ao longo dos anos, aprendi a admirar a postura conciliatória do rabino, sua sabedoria e a posição corajosa que tomou na época do regime militar. Henry Sobel sempre foi um orgulho para os habitantes da cidade, uma benção para São Paulo.
Em março de 2000, escrevi uma coluna falando de Israel, para mim o país mais deslumbrante que já conheci, e o rabino retribuiu com um carinhoso bilhete: "Quero apenas que você saiba que aprecio imensamente seus artigos. O de 22 de março, sobre a viagem do papa a Israel, foi divino! Que Deus a abençoe". Até a última sexta-feira, a mensagem estava na minha parede.
Mas, algo terrível se passou com Henry Sobel e, na semana passada, o paulistano descobriu que o líder da comunidade judaica, figura que sempre atuou como baliza moral em situações críticas, foi detido pelo furto de quatro gravatas.
Por tudo que o rabino representa, muitas foram as vozes que se apressaram em perdoar o homem, Henry Sobel. É muito justo que seja assim, e só quem nunca cometeu um tropeço pode condenar toda uma biografia por conta de um gesto isolado.
Acontece que, logo depois do ocorrido, ao ser interpelado a comentar o fato no site de notícias G1, da Globo, Sobel agiu com soberba e negou tudo. Disse, textualmente, quando indagado sobre o furto: "Claro que não é verdade. Estive nos EUA, mas não fui preso". Ainda sem saber que o boletim de ocorrência com sua foto já estava na internet, ele insistiu: "Nada disso é verdade. A notícia é sensacionalista. Não sou eu na foto, garanto. Vou tomar providências".
Depois, surgiu a versão de que ele estaria sofrendo do mal de Parkinson e teria alterado as dosagens dos medicamentos que lhe foram prescritos. E as cartas de membros proeminentes da comunidade prestando solidariedade ao rabino continuaram a chover nas Redações.
Pois algo me diz que as pessoas que perdoaram Henry Sobel com tanta facilidade querem mais é tentar, no fundo do âmago, negar seus próprios defeitos. Ou será que as prisões tapuias não estão coalhadas de pais e mães que furtaram para dar de comer aos filhos?
Por mais que eu simpatize com Sobel, o admire e seja infinitamente agradecida por tudo o que ele já fez, sou obrigada a concordar com a ironia da máxima popular que diz que "pobre quando rouba é ladrão, e rico tem problemas psicológicos". O que o rabino fez é gravíssimo.
Veja só: no caso de Sobel estar tomando algum remédio de embalagem com tarja preta, como é que ele foi ao shopping (em que o furto teria ocorrido) ao volante de um Toyota Avalon? Nas bulas desse tipo de remédio não há um aviso claro de que não se deve dirigir ou mexer com maquinário quando se está sob efeito da medicação? E se, em vez de furtar gravatas de marcas grã-finas (ai, esse materialismo que corrói o espírito!), ele tivesse atropelado uma criança, quem teria se responsabilizado? De fato, caro rabino, "é muito difícil explicar o inexplicável".
Meu amigo Henry Sobel
Gerald Thomas
Nova Iorque - Quando fico muito tempo afastado daqui (e esse "muito tempo" é relativo) fico sempre feliz em colocar os pés na realidade. Se bem que os motoristas de táxi no Rio têm demonstrado serem uma das categorias mais inteligentes/informadas/desconfiadas a respeito do mundo das que andei conhecendo por aí. O que me levou pro aeroporto me deu uma verdadeira aula sobre a política externa americana no Oriente Médio, em particular, a merdalhada no Iraque.
Mas quero escrever hoje sobre um assunto que nao é nem um pouco agradável e até agora um tanto misterioso para muita gente (pelo menos pra mim): o rabino Henri Sobel.
Amigo meu, grande amigo meu (basta acessar a minha entrevista com ele feita em sua própria casa em São Paulo há anos) na TV UOL ou no meu site www.uol.com.br/geraldthomas e clicar no link de vídeos para ver como somos íntimos.
O que terá acontecido com ele? Sinceramente, não importa. Ai de quem, debaixo de sua manta de "pequenos pecados" nao tenha coisa maior a esconder do que o furto de gravatas. Acho que a gravidade do problema está justamente ai. Prova de que o nosso queridíssimo rabino estava mal medicado e sob o tal efeito paradoxal. O mesmo que já me pegou andando de quatro em corredores de hotel (filmado por câmeras) ou dormindo em cima de pizzas e mamão sem saber como foram parar lá: efeito colateral do "dormonid".
Quem lucra com a difamacão de Sobel? A extrema direita da Sociedade Israelita Paulista e brasileira em geral que sempre o viu como um ser extravagante. O que esses seres nao enxergam é que Sobel deu visibilidade aos judeus no Brasil. E uma visibilidade moderna, ao contrário daquela antiquada, rancorosa como se vê em outros paises, como na Argentina por exemplo.
Sobel foi o cara que enfrentou a ditadura militar brasileira. Foi o cara que conseguiu se integrar a todos os outros cleros (trabalhou com D. Paulo Evaristo Arns nas épocas mais tenebrosas dos porões do Doi Codi). Não teve medo dos fuzis apontados para sua cara e sempre foi "outspoken".
Como os judeus não têm um Papa, ou uma central/matriz como o Vaticano, Henri Sobel é, sem dúvida, o mais famoso e mais corajoso rabino do mundo hoje. Um mero incidente em Palm Beach não pode e não deve colocar em risco tudo o que esse homem construiu (fora e dentro da sociedade judaica). Afinal, esse homem é um pacifista, um filósofo, um humanista, que contribui para a sociedade paulistana. Denegri-lo por causa de um efeito colateral de uma medicação mal administrada seria como destruir anos e anos de "integracao de culturas e cleros" que esse homem tem pregado. Isso sim seria um crime.
Escrevo isso um dia após o radialista americano Don Imus ter sido suspenso por comentários racistas que fez em seu programa a respeito de um time feminino de basquete.
Preservem e glorifiquem Henri Sobel. A história não comecou ontem e nem na semana passada. Estudem o que esse homem fez pelos direitos humanos. Se quiserem, tem gente suficiente no Brasil e no mundo para se meter o pau. Esses sim, continuam impunes.
quarta-feira, 4 de abril de 2007
Requião divulga nota de apoio a Henry Sobel
"Há muito tempo sei quem é Henry Sobel.
Ainda jovem, na década de 1970, ouvia contar como Henry Sobel salvoua vida de tantos brasileiros perseguidos pela ditadura militar, arriscando-se ao ajudá-los a deixar o País antes de serem presos pelos torturadores.
Não apenas ouvi, mas vi Henry Sobel desafiar a ditadura militar e recusar-se a sepultar Vladimir Herzog como suicida, atitude fundamental para denunciar o covarde e vil assassinato do jornalista.
E me emocionei, como tantos outros, ao ler "Brasil Nunca Mais", este corajoso testemunho legado à História por Sobel, D. Paulo Evaristo Arns, o reverendo Jaime Wright e Ricardo Kotscho, sobre o que se fez.
Como sei quem é Henry Sobel, faço questão de solidarizar-me, neste momento difícil, com um homem que tanto fez pelo Brasil. Um homem que merece, nesse momento, o respeito e a solidariedade de cada brasileiro que se orgulha de viver numa democracia.
Como governador do Paraná, eleito pelo povo numa eleição democrática, é com orgulho que digo que estou ao lado de Henry Sobel, a quem admiro e desejo uma breve e plena recuperação".
Roberto Requião
Governador do Paraná