quarta-feira, 6 de junho de 2007

Putin cede um mês de salário para construir primeiro museu judaico da Rússia

Moscou, 5 jun (EFE).- O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu hoje ceder um mês de seu salário para a construção do primeiro museu judaico da Rússia.

Num encontro com o Grande Rabino da Rússia, Berl Lazar, Putin prometeu à iniciativa todo seu apoio moral, além de uma doação direta, como exemplo para empresários e outras autoridades.
"Há vários anos vimos falando de criar o museu judaico da Rússia, o Museu da Tolerância, e é algo que agora urge como nunca", disse o Grande Rabino ao presidente.
Lazar explicou que o museu deve relatar a longa história dos judeus na Rússia e sua contribuição à sociedade do país, bem como "educar a geração jovem no espírito da tolerância", em alusão ao crescimento da xenofobia nos últimos anos.
O museu será útil para o povo russo e servirá de argumento contra aqueles que querem "reescrever a História", disse.
"É uma boa idéia. Prometo ceder um mês de salário para a construção desse museu", disse Putin, segundo a agência "Interfax".
O presidente Acrescentou que, seguindo seu exemplo, "muitos vão querer apoiar este projeto, que contribui para a paz e a concórdia entre todas as religiões, que é a pedra angular de nosso país multinacional e multi-religioso".
No mesmo dia, na vizinha Ucrânia, foi encontrada uma vala comum com os corpos de aproximadamente 5.000 judeus executados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O cemitério coletivo fica na localidade de Gvozdavka-2, na região de Odessa, informaram hoje as autoridades locais.
Anatoli Ostrovski, chefe do distrito, disse à rádio "Krug", de Odessa, que a vala foi descoberta durante obras para instalações de gás do povoado, onde, durante a guerra, segundo moradores, houve dois guetos de judeus ucranianos e moldávios.
O Grande Rabino de Odessa, Shlomo Baksht, anunciou imediatamente sua intenção de instalar um monumento no local da vala comum e incluí-la na lista de cemitérios e lugares de enterro de judeus mantida pelos rabinos de 40 países europeus, segundo o jornal digital "Glas".
Uma comissão criada pelas autoridades ucranianas entrou em contato com o Arquivo Militar da Rússia, que já confirmou que, no local, os ocupantes alemães e romenos criaram em 1941 um campo de concentração onde foram exterminados 4.772 judeus.
Odessa, um porto ucraniano no Mar Negro onde historicamente houve uma grande comunidade judaica, foi ocupada pelas tropas nazistas em 16 de outubro de 1941, após uma heróica defesa de 73 dias, e permaneceu sob ocupação até 10 de abril de 1944.

Cerca de 26,6 milhões de soviéticos, incluindo quase 9 milhões de militares, morreram na Grande Guerra Pátria, é conhecida a parte soviética da Segunda Guerra Mundial nos países da ex-URSS, segundo estudo publicado pelo Exército russo no final da década passada.

Ao todo, cerca de seis milhões de judeus foram mortos pelos nazistas no Holocausto. EFE se ep/pa

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