domingo, 6 de maio de 2007

Memorial do Holocausto na Alemanha é usado como banheiro público

 
 

 
Problema existe desde a fundação do monumento, em 2005. O memorial custou 25,3 milhões de euros e já atraiu 3,5 milhões de visitantes.
Foto: AP
Funcionário faz limpeza do Memorial do Holocausto

O Memorial do Holocausto em Berlim atraiu milhões de visitantes desde a sua inauguração em maio de 2005. No entanto alguns desses visitantes deram demonstrações de falta de respeito pelo memorial, usando-o como banheiro público.


Poucos dias após o Dia do Memorial do Holocausto, quando o mundo celebrou o 62º aniversário da libertação de Auschwitz, surgiu a notícia de que o Memorial do Holocausto em Berlim estava sendo usado para um fim totalmente inadequado por uma parcela do público. Nos primeiros meses após sua abertura em maio de 2005, o memorial localizado no centro da cidade de Berlim foi usado como mictório público.


O monumento –conhecido oficialmente como Memorial aos Judeus Assassinados da Europa– é formado por 2.711 placas de concreto, dispostas a 95 cm umas das outras, e instaladas numa área de 19 mil metros quadrados, o equivalente a três campos de futebol.

Fica próximo ao histórico portão de Brandenburg e possui diversas vielas escuras entre as placas, que mal podem ser vistas do lado de fora. Ao que parece, muitos turistas e pedestres aproveitaram-se dessa relativa privacidade para se aliviar num local destinado a homenagear a morte dos judeus europeus sob o domínio dos nazistas.

Foto: AP
O húngaro Gabor Hirsch, sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz, caminha no memorial

O memorial, cuja construção custou 25,3 milhões de euros, foi considerado um enorme sucesso, atraindo 3,5 milhões de visitantes somente no primeiro ano de existência.
Infelizmente algumas pessoas que entraram no memorial demonstraram pura falta de respeito.

Segundo reportagem da edição de segunda-feira do jornal "Berliner Zeitung", houve incontáveis casos de pessoas urinando no monumento nos primeiros meses que seguiram a inauguração do memorial.

O problema veio à tona em nota de um relatório enviado pelo Ministro da Cultura de Berlim, Bernd Neumann, ao comitê orçamentário do parlamento federal.

A fundação responsável pelo memorial ainda não havia divulgado o problema ao público, tentando assim evitar que outros seguissem o mau exemplo. O diretor da fundação, Uwe Neumärker, declarou ao "Berliner Zeitung, "Acho que isso faz parte dos problemas de início de funcionamento do memorial". Um pavilhão de madeira com lojas e banheiros foi construído em maio de 2006 e, a partir de então, o problema foi significativamente reduzido, de acordo com o relatório do ministério da cultura. Contudo, o problema ressurgiu durante a Copa do Mundo no ano passado. Um local para torcedores próximo ao portão de Brandenburg atraiu cerca de um milhão de visitantes em alguns dias, público que assistia às partidas de futebol nos telões gigantes. Muitos deles usaram o memorial como banheiro, apesar de haver um grande parque do outro lado da rua. Agora Neumärker está exigindo que o pavilhão temporário seja substituído por instalações com serviços permanentes, incluindo banheiros públicos

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